A Axiologia e Razão

UNICAP – CTCH – Filosofia (bacharelado) – Seminário de Filosofia Contemporânea

Prof. Ermano Rodrigues

“Axiologia e Razão”

A crítica axiológica se refere ao problema de estabelecer quais relações entre os temas de valores que regem a vida e o espírito. Considerando “axiologia” por Scheler uma ideia de valor que associa um sujeito concreto à uma transcendência, lhe permitindo constituir uma ordem subjetiva na descrição de suas preferências. A procura da solução se baseia numa busca de uma medida que harmoniza as diversas normas e se as intenções e os atos do sujeito são compatíveis. Por isso, a interdisciplinaridade da estética, lógica e ética se faz necessária. Em relação de princípios éticos e lógicos, a ideia otimista de uma possível harmonia entre os diversos tipos de normas é oposta às convicções de Scheler. Entre o pensar e o querer e o bem, o verdadeiro e etc., há uma separação total.

Seguindo, critica a ética estoica, assim como Spinoziana, pela falta de conexão com a vida emotiva (abandono afetivo). A razão só assumiria significado moral ao deixar de ser como é no campo positivista, abandonando o racionalismo ético. A procura da verdade e prática da verdade são um foco completamente adverso ao pensamento científico, que costuma abdicar de quaisquer considerações morais ou históricas, sendo incapaz de formular e fundamentar normas, principalmente pela necessidade indispensável da presença do “eu” na moral, em suas intenções e atos. É a presença da intenção (ou estado de espírito) que uma atividade entra no campo da moral. Todo o conhecimento dos valores de ordem ética, não apenas o querer, cabe ao estado de espírito.  

O conceito de moralidade exige uma imutabilidade relativa (constante, porém não fixo). A ética depende dos valores da axiologia, que está acima da ética. Quando este primeiro termina, o segundo começa. Sendo assim, a ética pertence à axiologia.

O erro dos filósofos contemporâneos seria o fato de considerarem o valor de antemão sob a perspectiva do ser. Scheler afirma que é preciso considerar a irredutibilidade desses dois conceitos e entender que, embora “não sendo”, o valor tem tanta objetividade quanto o próprio ser.

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