A CAUSALIDADE NAS CIÊNCIAS SOCIAS
Por: Wendelleng29 • 15/10/2015 • Trabalho acadêmico • 2.084 Palavras (9 Páginas) • 357 Visualizações
Universidade Federal de Sergipe
Centro de Educação e Ciências Humanas
Departamento de Ciências Sociais
Disciplina: Pesquisa Filosófica II
Prof° Dr. Sérgio Hugo Mena
A CAUSALIDADE NAS CIÊNCIAS SOCIAS
Wendell Menezes de Oliveira
São Cristóvão
Dezembro de 2007
A CAUSALIDADE NAS CIÊNCIAS SOCIAS
Índice
Justificativa
Objetivo e Delimitação
Introdução
Diferença dos objetos
Efetivação Real de um Objeto
Das Inferências e das Certezas dos Objetos
A Causalidade nos Objetos das Ciências Sociais
A Probabilidade
Conclusão
Bibliografia
Justificativa
Com o Discurso do Método, de Descartes, as ciências passaram a adquiri forma, buscou-se uma regularidade no conhecimento e passou-se a observar a natureza como um mecanismo. Dividindo-se esse mecanismo em partes poderíamos chegar gradualmente ao conhecimento do todo. Por Descartes estabeleceu-se um racionalismo e deste modo todas as questões, atingíveis pelas faculdades humanas poderiam ser alcançadas através da razão. Com Hume este pressuposto foi modificado. Hume separou as questões racionais das questões empíricas e procurou justificar de que modo elas se davam. A noção de causalidade é a garantidora das ciências na modernidade. Procura-se sempre nas ciências estabelecer leis universais que descrevam um efeito advindo de uma causa. Tendo Durkheim a intenção de justificar a sociologia com ciência é licito analisar suas regras em relação à noção de causalidade.
Objetivo e Delimitação
A sociologia de Durkheim apresenta seus objetos de estudo de modo a torná-los idênticos aos objetos das ciências naturais. Essa identificação compreende sobre tudo uma temporalização e uma espacialização, o que os eleva ao status de coisas naturais com existência real e efetiva.
È fato que os objetos na natureza não se criam por si mesmos nem desaparecem. Todos são resultados de uma combinação de outros objetos e por sua vez resultam em objetos novos. Não pode ser diferente a nenhum objeto que possua efetividade. Apenas os objetos da razão, aqueles concebidos por raciocínios demonstrativos, têm seu início e seu fim em si mesmos, entretanto não possuem existência real.
Observa-se que os objetos da sociologia para serem percebidos precisam primeiro serem pensados. Esta circunstância produz certa confusão quanto a sua determinação.
Tem-se por objetivo analisar as características da objetividade dos objetos de estudo da sociologia e a partir daí fazer inferências de suas conexões necessárias naturais, suas relações de causalidade.
O presente trabalho consiste em analisar os aspectos das regras do método sociológico de Durkheim considerando-se a objetivação dos fatos sociais e os métodos de prova por ele estabelecidos. A análise dar-se-á pela observação dos argumentos de Durkheim e sua adequação as inferências realizadas por David Hume sobre as questões de fato, em sua investigação sobre o entendimento humano, observando-se principalmente as seções IV e V.
Problema
Toda ciência tem por objetivo a previsão do comportamento dos objetos, para poder esperar desta uma linha segura condutora das ações dos homens, visando lhe proporcionar um domínio maior da natureza para lhe prestar uma vida mais segura e confortável, longe da incerteza dos acasos.
O conhecimento do homem pode variar em certas formas, são estas o conhecimento do senso comum, o conhecimento religioso, o conhecimento filosófico e o conhecimento científico. A diferença destes conhecimentos se dá inteiramente pela maneira como são adquiridos. O método é a principal fonte de distinção desses conhecimentos.
Pois bem, nas ciências o conhecimento é adquiro através de regras preestabelecidas, que visam tornarem claros e seguros nossos conhecimentos. Essa segurança foi na idade moderna defendida e buscada por muitos teóricos das ciências. E mesmo que não tenha sido alcançada de todo, por vezes foram dados largos passos nessa direção que contribuíram para uma “certeza” mais firme de nossos conhecimentos. Estes conhecimentos mais seguros e mais fundamentados, são tidos como conhecimentos científicos, e mesmo que não tenha atingido o status de verdades imutáveis do universo, ganharam grande apreço por se mostrarem sistematicamente confiáveis.
Durkheim buscar fundamentar a sociologia como ciência e estabelecer para ela uma certeza, igualmente como se tem nas ciências naturais. É importante, quando se trata de epistemologia, averiguar os métodos que se utiliza para a fundamentação do conhecimento. Temos nas ciências da natureza uma fundamentação empírica voltada à experimentação e falseabilidade. Devemos então perguntarmos se podemos atribuir essas mesmas bases de fundamentação para ciências sociais de acordo com as formulações de Durkheim, tendo em vista, sempre, que Durkheim conferi objetividade efetiva aos elementos de estudo da sociologia.
Hipótese a Defender
Os objetos da investigação humana, que podem produzir um conhecimento, estão divididos em dois grupos. As relações de idéias, que se apresentam de forma a priori e as questões de fato, que se apresentam através dos sentidos.
Quando digo que um triângulo é uma figura de três ângulos, tenho tal conhecimento inteiramente a priori, imediato a qualquer sensação, pele mera operação do pensamento. O objeto se apresenta a razão sem que seja necessário que de fato esteja presente. Mesmo que este não possua existência efetiva na natureza, a certeza de sua inferência não é afetada e sempre posso dizer que possuo seu conhecimento. Pois bem, além do conhecimento do objeto possuo também a certeza de suas qualidades, e essa certeza é tão distinta que jamais poderei enganar-me quanto a este objeto.
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