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A DÚVIDA CARTESIANA: Importância e utilidade ao conhecimento

Por:   •  25/8/2015  •  Monografia  •  4.574 Palavras (19 Páginas)  •  1.297 Visualizações

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A DÚVIDA CARTESIANA

Importância e utilidade ao conhecimento

INSTITUTO DE FILOSOFIA IMACULADA CONCEIÇÃO

RODRIGO DO NASCIMENTO[1]

JOSÉ FLÁVIO SILVA[2]

RESUMO

O presente artigo compreende o problema da dúvida como caminho para se alcançar a certeza, pelo menos, a certeza daquele que a procura. Trata-se de uma avaliação crítica que parte da dúvida metódica usada por Descartes. São questões tratadas: motivação epistêmica da dúvida metódica, proposições como razão para duvidar e utilidade. A ideia é verificar as verdades do conhecimento por meio da dúvida. Essas verdades nos são apresentadas dentro de um método de clareza e distinção aplicado pelo próprio autor. A interligação das ideias esclarece nosso entendimento, a eficácia do método e a visão lógica desta síntese.

RESUMEN

Este artículo abarca el problema de la duda como una forma de lograr la certeza, al menos, la certeza de que la demanda. Se trata de una crítica que parte de la duda metódica utilizada por Descartes. Son temas que se manejan: motivación epistémica de la duda metódica, proposiciones como razón para dudar y utilidad. La idea es comprobar la verdad del conocimiento a través de preguntas. Estas verdades se presentan dentro de un método de claridad y distinción aplicada por el propio autor. La interconexión de ideas aclara nuestra comprensión, la efectividad del método y la vista lógica de esta síntesis.

Palavras-chave: Dúvida-conhecimento -verdade- ceticismo-homem

INTRODUÇÃO

Todos os dias são de dúvidas, e visivelmente parecem ser em particular, as épocas conturbadas, em que desaparecem os grandes referenciais de sentido. Os homens vacilam, então, nas suas orientações, percorrendo os mais variados caminhos, em busca de direção e de segurança, destemido pelo seu próprio destino. São momentos de inquietação, digo metafisicamente, provocado pelo desejo de se alcançar a verdade.

A procura da dúvida e da certeza continua sendo foco de preocupação e objetivo do espírito humano. Para a posse da verdade, tem caminhado, por sua vez, a filosofia. No entanto, centrando a análise nos problemas da verdade e da dúvida tentarei fazer uma abordagem apoiando-se nos procedimentos de competência da ciência e da filosofia.

 A discussão acerca da problemática da dúvida em Descartes parece-nos oportuna nos dias de hoje tendo em vista a segunda metade do nosso século como caracterização pela reavaliação dos caminhos abertos pelo eminente pensador francês. Não se tem o ponto de chegada da pesquisa filosófica, a dúvida cartesiana constitui o seu ponto de partida. Não se constrói a certeza, antes perpassa a dúvida cartesiana como um meio para fundamentar a certeza.

O presente artigo vem expor a compreensão que o autor adquiriu, orientado pela dúvida como método, perpassando etapas, na confiança de esclarecer a certeza do próprio eu pensante, numa análise sistemática das representações. Como atributo do método as – ideias claras, distintas e simples – serão retomados alguns argumentos como consequência da dúvida- caminhos que nos conduzam a verdade. A proposta primeira é perceber que a dúvida cartesiana difere, assim, da dúvida cética, porque está em sua base o compromisso com a imagem fundamental do conhecimento.

 Descartes enfrenta o problema da dúvida num contexto predominantemente epistemológico. Em sua época, há categorias da nova física, desenvolvida por Galileu, e a hipótese heliocêntrica, desenvolvida por Copérnico, havia contribuído para uma modificação radical na visão que os europeus tinham do mundo. Esta modificação trouxe consigo uma sequela que é particularmente importante para nossa análise: certos dados sensíveis, como o movimento do sol em torno da terra, embora aparentemente indubitáveis, constituíam ilusões.

No objetivo de traçar o caminho metódico cartesiano, este artigo perpassará três seções. Na primeira, serão apresentados alguns aspectos fundamentais da dúvida cartesiana, para melhor conhecê-la. Nessa perspectiva estarei criando uma ponte para a segunda seção, que é ver de forma filosófica a dúvida em seu plano cartesiano. Na terceira e última seção, como forma de entendimento das duas seções tentarei fechar a questão da dúvida a partir de suas próprias fases, no entendimento cartesiano. O artigo mostrará a possibilidade, enfatizando, e demonstrando a capacidade do homem de chegar e alcançar o conhecimento. Baseado em um método, que se prescreve racionalmente. Aqui será apresentada uma avaliação crítica do conhecimento através da escolha de um método como caminho para se chegar à certeza que dá permissão ao filósofo não vacilar de forma radical e hiperbólica do conhecimento de todas as coisas.

Alguns aspectos fundamentais da dúvida cartesiana no Discurso do Método e em Meditações 

A problemática da dúvida vivida pelo por Descartes o possibilita na tentativa de oferecer uma solução adequada para a mesma. E a originalidade de sua solução está em começar pela perplexidade da dúvida. De onde partirá os estudos. Entenderemos que a estratégia cartesiana consiste fundamentalmente em forçar a dúvida até o seu limite máximo, não para ficar paralisado diante de alguma forma de equipolência, como acontece com o cético, mas para tentar descobrir, nesta situação extrema, algum critério de certeza capaz de resistir a qualquer dúvida. Essa compreensão indubitável não consiste em apenas duvidar, mas dá alicerce para o conhecimento.

O método cartesiano é acima de tudo pré-indutivo; ou seja, suas formulações não se constroem depois da intuição das coisas; pelo contrário, tem como propósito primeiramente obter a intuição[3]. Por isso Descartes na busca pela intuição procura dividir e investigar em partes todos os objetos que permitam incerteza, até que uma dessas partes se constitua um objeto com clareza e distinção. A intuição já é alcançada. Ao contrário dos antigos pensadores que partiam da “certeza”, o autor partirá da “dúvida metódica” que põe em dúvida todas as supostas certezas. O método cartesiano duvidara de tudo quanto admitisse dúvida, somente as proposições que se permanecem em pé diante deste exame seriam validas. Tal método supunha que o elemento necessário ao conhecimento é a   certeza   que o homem pode alcançar pondo em dúvida todas as proposições que acolhem dúvidas; com a resistência destas proposições a estes testes; poderá ser recebidas como verdade. A dúvida é a possibilidades entre o certo e o errado. Porém a pessoa não pode duvidar da existência de seus próprios pensamentos porque eles se confundem com o próprio ser.

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