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A Filosofia Moderna x Contemporânea

Por:   •  31/3/2021  •  Pesquisas Acadêmicas  •  1.218 Palavras (5 Páginas)  •  303 Visualizações

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No século XIX a humanidade se deparou com a filosofia moderna, onde tivemos grandes filósofos como Descartes, Francis Bacon e Immanuel Kant. O primeiro defendia em sua tese o famoso argumento de “penso, logo existo”, pensamento este que podemos observar que o autor coloca o ser humano no topo, onde a razão pela qual somos tão especiais é a nossa racionalidade. A verdade é que Descartes era radical na sua forma de pensamento e reflexão, pois foi com ele que obtivemos a dúvida metódica, que, por sua vez, era a tese que teríamos que duvidar de tudo para que possamos ter as certezas fundamentais, ou seja, aquelas que não poderíamos ter dúvidas e devemos acreditar arduamente.

Francis Bacon continuava com a mesma linha de pensamento, mas pra ele, o homem era capaz de tudo com sua razão e pensamento, podíamos moldar a nossa realidade para o que nos interessa, afinal “saber é poder”. Uma linha de raciocínio que nem mesmo a natureza como a conhecemos era capaz de rivalizar, pois o homem era superior e poderia facilmente dominá-la. Temos também o terceiro filósofo dos mais relevantes da filosofia moderna, Immanuel Kant, este, por sua vez, era um iluminista que defendia a tese de que apenas a razão e o conhecimento eram capazes de acabar com a escuridão instaurada no mundo. Onde também devemos ter a “autonomia do pensar”, esta que talvez devesse perdurar até os dias de hoje, afinal cada um deve pensar por si e não deixar-se ter o pensamento influenciado por terceiros, que é exatamente o contrário do que acontece com a maioria das pessoas dos dias de hoje, principalmente quando o assunto é política, onde encontramos pessoas alienadas aos argumentos e raciocínios de outros, ou seja, não se permitem pensar por si mesmos e obterem sua própria maneira de ver as coisas.

Com isso, somos capazes de ver que a ideia principal da era moderna na filosofia era a razão, ou seja, o homem sempre em sua centralidade em relação às outras coisas, afinal para eles os seres humanos possuíam algo que nada mais possuía, a inteligência e o pensar. O que nos tornava imbatíveis em relação a qualquer outra coisa, além de o fato de sermos racionais, que já era o suficiente para acreditar-se que éramos especiais.  

Mas será mesmo que de fato somos tão racionais assim? Seres inteligentes, que resolvem seus problemas apenas na base de argumentação? Será que as emoções não sobrepõem a razão, mediante de um contexto? A verdade é que a filosofia contemporânea que começa no século XX tenta impor ideias contrárias à moderna, mas talvez o principal fator que faz com que pensemos que o homem é racional até certo ponto, e que depois desse limite nos tornamos “animais”, foram os acontecimentos das duas guerras mundiais, mas principalmente a segunda, onde houve o holocausto. A ideia de matar milhões de pessoas sob o pretexto de que há uma raça superior às outras, e definir todo um povo como inferior por conta de sua religiosidade, etnia ou mesmo sexualidade como ínfero me parece um retrocesso na razão.

Talvez os a irracionalidade venha de bem antes da segunda guerra, talvez tenha vindo de épocas de escravidão de negros ou mesmo do extermínio de indígenas, talvez nem tenhamos mudado tanto assim, garanto que hoje em dia todas as pessoas repudiam a ideia de que há uma raça superior e também condenam o holocausto, mas será mesmo? Será que a maioria das pessoas na sociedade na qual vivemos não é racista, homofóbica e intolerante religiosa? Depois que a lei Áurea foi assinada, os escravos deveriam ser soltos e livres, porém emprego e terras foram recusados e não os sobrou nada, de forma com que, para não morrer, tiveram de se unir e tomar terras, e muitas das quais hoje conhecemos como favelas, mas em um país onde há uma miscigenação muito grande, ainda se pode ver racismo e preconceito com as diferenças. Mas então o que mudou da segunda guerra pra hoje? Talvez nos conscientizamos dos atos praticados por Hitler, mas talvez também falte alguém com iniciativa igual a dele e que tenha um bom discurso de ódio que influencie o público, afinal, eu não duvido do que o homem é capaz.

Na filosofia contemporânea temos novamente três filósofos que se destacam entre os outros, são eles Nietzsche, Freud e Marx. Para Nietzsche, exatamente a pergunta que eu fiz antes, as emoções são o que nos move, de tudo que temos é ela que nos torna especiais, que nos torna únicos e diferentes. A razão, por sua vez, serve apenas para que nós nos controlemos, é por isso que ficamos irracionais quando estamos bravos e também é por esse motivo que dizemos coisas ruins para quem amamos quando furiosos, mas que da mesma forma é a razão que nos comanda para não explodirmos por causa de um sentimento e fazermos coisas iremos nos arrependemos mais tarde. Por isso, para mim, só a presença desse argumento esclarece as motivações do homem para atos tão horrendos como o já citado holocausto, a raiva e o ódio sentidos por pessoas que se tornam irracionais pelo ferimento no orgulho e também as condições após o tratado de Versalhes logo depois da primeira guerra, motiva para que sede de vingança e a ideia de raça superior se unam, pois judeus eram provavelmente o grupo mais rico da Alemanha, seria como “matar dois coelhos em uma cajadada só”.

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