A Filosofia No Contexto Educional
Pesquisas Acadêmicas: A Filosofia No Contexto Educional. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: MFNunes • 1/6/2014 • 1.747 Palavras (7 Páginas) • 307 Visualizações
O Ensino da Filosofia
A escola como formadora de cidadãos completos, em termos de conhecimento, tem como função guiar o desenvolvimento acadêmico para áreas de saberes empíricos, ensinando de forma que o aluno saiba como usar o método científico na aplicação prática dos seus conhecimentos. Porém o ensino de filosofia, claramente a priori está inserido neste contexto, gerando uma polêmica quanto ao método de ensino que deve ser aplicado.
A maior questão envolvendo o ensino da filosofia é a não consensualidade entre os filósofos nas questões fundamentais desta ciência. É uma área que exige um eterno pensar, mesmo que as ciências empíricas venham a dar “soluções” às questões, ela não poderá resolver o embate filosófico, já que este analisa a visão do homem sobre esta situação, abrangendo o todo que a envolve, seja a cultura, a percepção individual etc.
Outra questão de extrema importância é quanto à avaliação do conhecimento adquirido pelo aluno. Se não há respostas consensuais, como avaliar, aprovar ou reprovar? Existe certo e errado neste caso?
Esta dúvida é parcialmente resolvida pelo ensino da História da Filosofia, analisando a visão dos pensadores mais importantes ou por diferentes abordagens, mas ainda assim não atinge o objetivo proposto pela filosofia, que é a compreensão da realidade pelo questionamento.
Como qualquer ciência, a filosofia segue uma estrutura para filosofar, evitando que o ensino e a prática deste caiam no senso-comum. A argumentação, a análise de diferentes teorias e a utilização de informações até de outras áreas apoiam o estudo destes profissionais. A escola deve, neste caso, mostrar como buscar elementos para embasar o raciocínio lógico envolvendo a questão, de forma que possa chegar a uma discussão coerente, clara e proveitosa para o crescimento do educando.
Ao entender que a filosofia aborda questões que não podem ser resolvidas por nenhuma outra ciência, fica claro a sua atualidade e importância. Desenvolvendo o senso crítico, cada indivíduo tem a capacidade de questionar a sua realidade, a própria visão e de outros pensadores sem cair em historicismos ou enciclopedismos, ou ver as proposições de outros filósofos e a ciência como absolutos. O professor, neste caso, pode servir como guia para a liberdade filosófica, ao mostrar a capacidade pensadora que é subjugada pelo sistema educacional impositivo.
A mente humana foi feita para analisar, mas o eterno questionamento gera desconforto perante o caráter imperfeito do homem, que, como na imagem de Rodin, leva uma vida toda a observar, questionar, teorizar, dirigir o foco do seu estudo tanto para os processos externos quanto internos para resolver questões e angústias inerentes à existência, muitas vezes sem sucesso pleno, mas com um grande acréscimo no desenvolvimento pessoal e social. A falta de respostas para questionamentos antigos é o fator mais citado pelos críticos do ensino filosófico, mas o que acaba sendo a força que move toda evolução são as perguntas e os problemas, não a resolução destes.
Educação no Século XXI
Os rumos tomados pela escola a partir do capitalismo foram de alienação, simples aceitação de uma cultura impositiva e legitimadora da dominação de poucos. A escola tornou-se uma instituição repressora, fortalecedora dos esquemas de diferenciação social. Ao separar as partes do conhecimento, sem criar nenhum ponto de ligação entre estas, acabou por enfraquecer a visão de mundo dos alunos.
Com o desenvolvimento das tecnologias, a interligação global e os novos desafios propostos pelas novas formas de relacionamento entre as pessoas e as ciências a estrutura educacional se tornou defasada, já que não tem condições de acompanhar o ritmo acelerado imposto pelo mundo globalizado, além de não ter estímulos ou investimentos para que o ensino aborde tanto o conhecimento acadêmico clássico quanto o de aplicação prática, pondo o estudante em uma posição ativa quanto à busca do próprio conhecimento, incentivando a pesquisa.
A escola foi vinculada à produção de mão-de-obra qualificada, procurando estabelecer métodos rápidos de avaliação da qualidade desta, como provas, vestibulares, etc. Desta forma, serve de apoio à política da segregação, não dando oportunidades a todos, indistintamente.
Em se tratando de educação, um dos papeis de extrema importância é o do docente, que, comumente não é professor, está professor; justamente pela falta de incentivo à própria educação, falta de estrutura material e de boas condições salariais e de trabalho. Quando se compara um educador de nível médio e técnico/universitário se tem dois universos extremos, já que o último, além do incentivo material, tem incentivo intelectual, podendo, dentro das suas funções na universidade, integrar a própria educação; sendo esta realidade totalmente oposta da situação do professor de ensino médio, que muitas vezes tem que enfrentar altas cargas horarias, baixos salários e falta de formação.
Ao desvincular a educação e capitalismo, a valorização do indivíduo educador e educando produz a formação integral do aluno, com uma visão de mundo mais apurada e melhores resultados perante as necessidades de sujeito globalizado, além de produzir um professor mais capacitado e inovador, motivado e incentivador do desenvolvimento pleno do cidadão em formação.
Porém a integração deve abranger também a sociedade na qual a escola se insere, criando uma relação de cooperação permanente, trazendo-a para a discussão do projeto politico-pedagógico da escola, fazendo a ponte entre metodologia ideal e a utilização real na vida em comunidade.
A educação contemporânea e a indústria cultural
Pensando no contexto sociocultural da educação, não é possível desvincula-la da influência da televisão e da política de dominação que ela exerce. Em sua trajetória, a indústria televisiva tomou uma posição de transmissor de costumes, conceitos e preconceitos.
A sociedade autoritária em que as escolas estão subjugadas acabam por tirar a liberdade do aluno e do professor de exercer sua criatividade e saírem do modelo fordista, que privilegia somente os pertencentes às classes sociais mais abastadas.
A divisão do conhecimento enfraquece a assimilação, a falta de investimentos em educação e formação do professor, as crescentes exigências do mercado de trabalho criam um abismo entre as classes sociais. Justamente neste abismo se instala a dominação da televisão e da sociedade de consumo.
A indústria cultural impõe comportamentos, padrões e “normalidades”
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