A Filosofia de Morus
Por: 180390 • 17/8/2021 • Artigo • 691 Palavras (3 Páginas) • 130 Visualizações
Apropriação Conceitual
A obra “A República” de Platão é escrita no sec. IV A.C durante o declínio da democracia ateniense, e sua obra tem como projeto refundar a sociedade de Atenas. Platão foi testemunha da derrocada da democracia, e tem como ponto de partida a condenação de Sócrates.
Para Platão a política tem como função resgatar valores, resgatar a ética e a moral, sua obra tem como função unificar a ética e a política.
O professor Rodnei aponta algumas observações a respeito da obra de Platão. O primeiro aspecto é a restrição da democracia de Atenas, ou seja, poucos faziam parte do seleto grupo considerado cidadão. Para ser considerado cidadão era preciso ser homem, maior de 21 anos, nascido em Atenas e filho de pai e mãe ateniense. Após se enquadrar nesses critérios, o “cidadão” poderia ir à ágora participar da Eclésia e exercer a democracia direta. Apenas 30% da população se encaixava no padrão de cidadania, algo que de acordo com o professor contribui com uma descaracterização da democracia.
Outro aspecto observado pelo professor Rodnei é que decisões políticas concentram nas mãos de poucas pessoas durante o período de paz. As funções são delegadas a outras pessoas, pois não se sentiam prejudicados.
Numa terceira observação, o professor aborda que os debates na ágora são dominados por aqueles que tem o poder da palavra, poder de persuasão, os chamados Sofistas. Estes têm o poder da argumentação, independentemente de ser verdade ou não, algo que era condenado e rejeitado por Platão e que de acordo com ele contribuía para a decadência e corrosão da sociedade.
A proposta da obra de Platão em “A República” é tentar formular uma proposta de combater o esgotamento da sociedade, pois ela era instável. A morte de Sócrates representava o fim da sociedade ateniense para Platão. O critério da formulação da nova sociedade seria a ética, a moral e o bom governante será aquele que conseguir se manter no poder, governando de acordo com os princípios éticos.
Já para Maquiavel a política se mostra em uma nova perspectiva, e mostra a república numa nova realidade. O autor tenta compreender a política da forma que ele vivenciava em sua época. Ele propõe conselhos aos príncipes de sua época, caso eles quisessem se manter no poder. Será necessário ao governante ter coragem, usar a força, violência, corrupção, eliminar um inimigo político ou usar a crueldade para alcançar o poder ou se manter nele. Daí surge a ideia de "os fins justificam os meios", mas o próprio Maquiavel nunca disse isso. Esses conselhos dependem de cada governante, o autor não mostra a forma de usar as suas ideias, deixando-as a critério de cada governante, mas o mesmo cita que se deve ter prudência para que não caia na tirania e provoque a ira de seus opositores e perca seu poder, assim como Cesar Borgia, indivíduo que inspirou Maquiavel a escrever sua obra. O autor mostra uma nova forma de política que tem como base a manutenção do poder, baseada na virtu, ou seja, capacidade de meios e fins e prudência, saber a hora ou momento exato de usar meios e fins.
Maquiavel cria uma lógica da política, ou seja, um campo de ação autônomo, sem influências da sorte, religião, ética ou moral. Isso mostra a ruptura entre a ideia de Platão e Maquiavel, a política agora é regida pelos interesses e conflitos humanos, ou seja, humanização da política, os homens estabelecem disputas em torno de projetos políticos. Agora os homens decidem os destinos de suas próprias vidas.
Renato Janine diferencia as ideias de Maquiavel e Morus, de acordo com ele, Thomas Morus que problemas sociais, a miséria, ganância e opressão se originam na falta de princípios éticos na política.
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