A IMPORTÂNCIA DA RAÇA E GÊNERO NA CONSTITUIÇÃO DAS DESIGUALDADES
Dissertações: A IMPORTÂNCIA DA RAÇA E GÊNERO NA CONSTITUIÇÃO DAS DESIGUALDADES. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: libelulaguiar • 30/7/2014 • 762 Palavras (4 Páginas) • 339 Visualizações
Fazendo um paralelo entre a música “A carne” e o filme Cidade de Deus”, percebe-se a questão social, e a questão de raça e gênero, de forma bem enfática. No filme, é possível perceber o drama de pessoas que vivem na favela e como são vistas fora dela. Na música é enfatizada a questão do subemprego, da carne barata, como sendo a carne negra. A linguagem é um fator que não passa despercebido no filme, pois esta é a representação social do que os seus personagens vivenciam.
Sabe-se dos estereótipos feitos pela população em relação a pessoas de classes inferiores, em relação a pessoas negras e principalmente em relação àquelas moradoras de favelas. E é este fator que dificulta, basta o ingresso dessas pessoas de forma efetiva, na sociedade. Isto explica, muitas vezes, a criação das próprias “leis” existentes dentro das favelas. Quando a cantora Elza Soares diz que a carne mais barata do mercado é a carne negra, é levantada uma série de questionamentos: Essa carne pode estar se referindo a falta de valorização, onde os negros não fazem diferença na sociedade, onde estes podem ser utilizados para exploração da mão de obra mais barata, onde estes que devem ser culpados por quaisquer ações que fujam aos padrões da lei. Percebe - se também, na música, o fato dessa “briga” sempre, pelos direitos, por respeito.
No filme cidade de Deus, percebe-se alguns personagens envolvidos na criminalidade, mas por outro lado temos aqueles que apesar de todas as adversidades acreditam na honestidade, tentam buscar formação, mesmo dentro de uma situação totalmente desfavorável a conquista de ideais. O personagem Zé pequeno aparece como um sujeito que já nasce cruel, porém percebe-se a necessidade que este tem de mudança, porém esbarrando o tempo todo nas adversidades, nas questões do meio em que vive, mesmo tentando criar a própria lei. E no final acaba por perder a vida, onde este fim, nos remete para o que diz a música de Elza Soares que diz que a carne mais barata do mercado é a carne negra.
Nesse contexto, faz-se necessário falar de Ações Afirmativas, onde Gomes (2001) diz:
As ações se definiam como um mero “encorajamento” por parte do Estado a que as pessoas com poder decisório nas áreas pública e privada levassem em consideração, nas suas decisões relativas a temas sensíveis como o acesso à educação e ao mercado de trabalho, fatores até então tidos como formalmente irrelevantes pela grande maioria dos responsáveis políticos e empresariais, quais sejam, a raça, a cor, o sexo e a origem nacional das pessoas. Tal encorajamento tinha por meta, tanto quanto possível, ver concretizando o ideal de que tanto as escolas quanto as empresas refletissem em sua composição a representação de cada grupo na sociedade ou no respectivo mercado de trabalho. (p.39).
Sabe-se da dificuldade de inserção no mercado de trabalho, principalmente para o público jovem, onde as oportunidades acabam sendo menores, porque ainda se adota uma concepção de que a raça, a situação social são determinantes da capacidade intelectual.
Como se vê, a ação afirmativa tem como objetivo não apenas coibir a discriminação do presente, mas sobretudo eliminar os “lingering effects, ie, os efeitos persistentes (psicológicos, culturais e comportamentais) da discriminação do
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