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A ORIGEM DO PENSAMENTO FILOSOFICO

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Por:   •  22/3/2015  •  1.756 Palavras (8 Páginas)  •  1.202 Visualizações

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FILOSOFIA

Por filosofia, pode-se compreender o pensamento que sempre esteve a serviço do homem, engendrando e aprimorando o que entendemos por aquilo que o faz identificar-se no meio em que vive, diferentemente dos outros animais. Aristóteles mostra que o homem se expressa pela palavra e a linguagem, como resultados do raciocínio humano. Como afirma Chauí (2005, p. 147), “o homem possui a palavra (logos) e, com ela, exprime o bom e o mau, o justo e o injusto”.

E ao buscar adquirir novos meios ou mecanismos de desenvolvimento do intelecto, o homem desenvolveu sua forma de pensar. Nasceu a filosofia. Filosofia é uma palavra grega, oriunda da associação de outras duas também gregas: philo (amor/amizade) e sophia (sabedoria). Etimologicamente, o filósofo não é o sábio, é apenas aquele que ama a sabedoria ou quer se tornar amigo dela, entretanto não a possui, ficando, assim, como um sujeito determinado a buscar sempre razões e sentidos para a vida. Segundo Pitágoras de Samos, século VI a.C., “ser a sabedoria plena privilégio dos deuses, cabendo aos homens apenas desejá-la, amá-la ser seus amantes ou seus amigos, isto é, filósofos (philosóphos).” (Pitágoras apud CHAUÍ, 2005, p. 15)

A filosofia surgiu entre os séculos VII e VI a.C. nas colônias gregas da Ásia Menor, onde os primeiros filósofos passaram a pensar, de forma sistematizada, o que se explicava sobre os fenômenos da natureza, por isso receberam o nome de filósofos físicos ou cosmológicos. Estudavam o kosmos (harmonia), observando a natureza dos corpos e esta natureza consistia no arkhé (princípio) de todas as coisas.

Tais fundamentos trouxeram à tona diversos pensamentos e princípios filosóficos que são elucidados até os dias atuais, como os teoremas de Tales (625-558 a.C.) e de Pitágoras (570-497 a.C.), entre outros. Porém, ênfase maior foi dada aos diversos argumentos e contra-argumentos entre os pensamentos de Heráclito de Éfeso (540-470 a.C.) e Parmênides de Eléia (530-460 a.C.), sobre aquilo que é ou aquilo que não é, ou seja, o imutável e aquilo que flui e é mutável. Tais discussões entre os dois citados pensadores promoveram contribuições magníficas para alguns filósofos posteriores, entre eles, principalmente, Sócrates de Atenas (469-399 a.C.), Platão de Atenas (427-347 a.C.) e Aristóteles de Estagira (384-322 a.C.), estes três considerados pela grande maioria dos estudiosos como os maiores representantes da filosofia clássica helênica.

Os filósofos físicos ou da natureza (physis), também conhecidos como cosmológicos, são mais identificados como aqueles que a história da filosofia comumente denomina pré-socráticos, pois viveram antes de Sócrates e este é tido como o patrono da filosofia. É com este pensador que se originou, de fato, a filosofia como um sistema encadeado e organizado de ideias, embora ele mesmo não tenha deixado nada escrito; e é a seu discípulo, Platão, que devemos a possibilidade de conhecimento da maior parte do pensamento de Sócrates.

Tal pensamento foi difundido pelo Ocidente por meio de diálogos, nos quais são narradas várias situações em que estão presentes os mais diversos e emblemáticos conceitos humanos, como a virtude, o amor, a morte, a justiça, a política, a educação, a piedade, entre outras características que compõem a natureza humana.

Os sofistas cobravam, ao contrário de Sócrates, para ensinar aos alunos, geralmente filhos de eupátridas (bem-nascidos), os chamados cidadãos, homens livres que possuíam propriedades e riquezas. Vale apena ressaltar que o contexto histórico ga Grécia era do exercício da Democracia direta, ou seja, a grande maioria dos cidadãos com exceção das mulheres e escravos e estrangeiros não poderiam participar das decisões da Pólis, daí a importância dos sofistas ensinando e cobrando para que os homens pudessem obter sucesso nas assembleias através da arte da retórica a arte do convencimento mesmo que a “verdade” passe ao lado dessa argumentação. E, por serem aristocratas e administradores das pólis (cidades), portanto, os cidadãos, exerciam, de fato, a política como demagogos (condutores de povos), porém este termo acabou ficando com uma conotação pejorativa devido às circunstâncias em que muitos líderes exerceram essa função, em diversos tempos e lugares, posteriormente aos primeiros cidadãos atenienses.

Sabe-se que, nessa esfera, o conhecimento se dá pela forma mais coerente e, para alguns, mais democrática, ou seja, por meio do diálogo. Sócrates utilizava o método como o procedimento correto de se indagar ou questionar o discípulo, para que aquele pudesse, por si só, buscar o conhecimento. Por isso, o método socrático foi denominado maiêutico, ou seja, por fazer um trabalho de parto das ideias. Compreendendo que sua mãe era parteira, Sócrates pôde acompanhá-la nos nascimentos, o que caracterizaria mais tarde seu famoso meio de fazer os discípulos descobrirem que o conhecimento estaria em cada um deles.

Além do diálogo, a maiêutica só seria completa se houvesse a ironia socrática, favorecendo o questionamento e a busca de tal conhecimento. Ao ironizar seu próprio conhecimento e o de seus interlocutores, Sócrates se passava por nada saber, para, assim, desenvolver em cada um deles o que estava dentro deles, ou seja, os conceitos da verdade. Sócrates assumia, desta maneira, a postura contrária dos sofistas, seus opositores, que cobravam para ensinar por meio da persuasão, utilizando como métodos discursos inflamados, poemas decorados e a perfeita e eloquente oratória.

A filosofia tem um papel fundamental na educação, por sacramentar os desejos do homem em querer aprender e a apreender, a adquirir conhecimentos para se fortalecer nas próprias ideias, no comportamento e nas atitudes. O rumo que desejamos para melhorar a educação de um país é tornar os educandos mais conscientes e críticos, aguçados em saber como são feitas as coisas, de onde vêm e, por isso, cabe ao educador ter este privilégio de motivar tais curiosidades; também cabe ao educador o papel de desenvolver uma educação de qualidade, não somente pelo que aprendeu, mas, principalmente, pelo que o educando necessita aprender, o que sente vontade de aprender.

É fato que se deve levar em conta a realidade dos educandos, muni-los de conhecimentos nas mais diversas áreas, desde aqueles mais simples até os mais profundos e complexos. Ao nosso educando, devemos oferecer o pleno papel da cidadania, porém não adianta formarmos grandes cidadãos se não formamos os homens, já que, por si só, educados e formados

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