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A Questões da Atividade à Distância

Por:   •  3/3/2019  •  Trabalho acadêmico  •  724 Palavras (3 Páginas)  •  160 Visualizações

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Universidade Federal Fluminense (UFF)

Curso de Administração Pública

Disciplina: Filosofia e Ética

Questões da Atividade à Distância

  1. Como se pode interpretar o sentindo e a importância da doutrina da reminiscência?

Platão, filósofo e matemático da Grécia Antiga, entende que existem diferentes níveis da realidade, sendo estes o mundo material, composto de objetos concretos, e o mundo inteligível, composto pelas ideias ou formas. Esta dualidade alcança igualmente a existência dos homens, enquanto o corpo representa a materialidade e só passa a existir no nascimento do indivíduo, a alma possui uma existência anterior, no mundo inteligível, de onde traz o conhecimento da essência das coisas e das formas. O conhecimento residual que a alma mantém após o nascimento é o bojo da doutrina da reminiscência, que admite a existência de um saber inato, que atua como base para o processo de construção do conhecimento (MARCONDES, 2004).

A especial valia da reminiscência é o princípio do entendimento acerca dos ímpetos que originam o desejo de investigar e conhecer. Se o homem se encontra em completa insciência em relação às coisas, não pode ter a intenção ou o desejo de conhecê-las. O resíduo do conhecimento ou a lembrança da ideia, que habita a alma, é o que permite que o processo de aprendizagem seja iniciado e, igualmente, justifica a capacidade dos indivíduos de encontrar soluções frente a questões que eles não dominam, como a narrativa de Ménon, em que Sócrates formula uma questão que deve ser respondida pelo jovem escravo, que não detém conhecimentos de geometria, mas consegue, ainda assim, encontrar a solução do problema.

  1. Qual o sentido do dualismo platônico?

O dualismo platônico consiste na existência de dois mundos e seus respectivos estados mentais. Marcondes (2004) apresenta o mito da linha dividida, segundo o qual, a relação do homem com a realidade se manifesta através do mundo material, composto por objetos concretos, mutáveis e imperfeitos, e do mundo inteligível, composto pelas ideias e formas, imutáveis e perfeitas. Os estados mentais, por sua vez, simbolizam uma linha evolutiva da apreensão do conhecimento pelo homem.

No mundo material existem dois estados mentais: 1. Eikasia, visão superficial que o homem comum tem do mundo natural, sem necessariamente formar o conhecimento a seu respeito; 2. Pistis, conhecimento mais elaborado e organizado sobre o mundo natural, porém, ainda impreciso e imperfeito por sua mutabilidade.

O mundo inteligível, por sua vez, apresenta uma “ruptura radical” (MARCONDES, 2004, p. 61) com o mundo material. Os dois estados mentais do mundo das ideias e das formas são: 1. Dianoia, representa o conhecimento relativo às abstrações e a capacidade de construir o conhecimento discursivo; e 2. Noeta, que é o conhecimento pleno das “realidades inteligíveis” (MARCONDES, 2004, p. 62), no qual os princípios para o conhecimento do todo são dominados.

  1. Como se caracteriza o processo de libertação do prisioneiro?

O prisioneiro, que é o personagem principal do Mito da Caverna, de Platão, tem um processo de libertação “difícil e até mesmo doloroso e sofrido” (MARCONDES, 2004, p. 66). A contradição expressa no processo de sua libertação é evidenciada na contraposição entre a liberdade a ser adquirida e o ato de retirar à força o prisioneiro da caverna, causando grande perturbação. O processo de libertação do prisioneiro, como sinaliza Marcondes (2004), por mais aflitiva e torturante que seja, é o motor para que este se adapte a uma nova realidade, que passa a ser por este compreendida e preferida.

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