A Redação Filosofia Politica e Poder

Maria Eduarda Barreto Almeida

Sanguinaria polarização

As oposições na política brasileira são questões cada vez mais abordadas pela mídia nos dias atuais, isso devido ao cenário político brasileiro dos últimos anos, cenário esse que é envolto por conflitos e uma violência atroz.

A polarização é o que iremos chamar de grupos fechados a suas próprias convicções e pensamentos que disputam entre si e que não estão abertos a exposição dos argumentos adversários. Em um exemplo que foi o estopim da intensificação à polarização política no Brasil, temos o ano de 2018, com a eleição do atual Presidente da República Jair Messias Bolsonaro e os conflitos entre os movimentos de direita e esquerda.

É de maior conveniência para as pessoas que, elas tendam a se contentar com opiniões relacionadas a seus pensamentos e em algumas das vezes, discordar de fatos que contrariem seus posicionamentos com brutalidade. Constantemente, individuos darão maior valor a suas próprias opiniões do que aos fatos, justamente pelo que a ciência irá chamar de “viés da confirmação”, que também é reforçado na Alegoria da Caverna, escrita pelo filósofo grego Platão, onde segundo a obra, o caminho para a sabedoria se dá a partir do momento em que o homem sai da caverna e começa a olhar o mundo por outras perspectivas além das suas.

Também é de suma importância citar que essa divisão política extremista, até o dia 18 de julho de 2022, foi responsável por 26 mortes em função da intolerancia política no país, maior número registrado em quatro campanhas presidenciais desde a redemocratização e que, de acordo com o Observatório de Violência Política e Eleitoral da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro, já são 214 casos registrados de violência por intolerância política apenas nos primeiro seis meses do ano de 2022.

Levando em consideração os fatos citados, podemos concluir que o debate sobre a polarização política no Brasil vai muito além de apenas dois grupos em divergência, mas também tem como pauta importante para as grandes mídias – o quarto poder do Estado – o maior filtro de suas notícias para o combate a desinformação e as “fakes news”, para que assim o debate político entre esses grupos seja formado por fatos e não por achismos perigosos. Também cabe ao Ministério da Educação implantar métodos de ensino político e ético eficazes, tanto para uma boa construção de opiniões de seus futuros eleitores, quanto para tolerância e oposição não agressiva, mas argumentativa ao ponto de vista de qualquer outra pessoa, para que assim se possa viver em seu país com maior seguridade.