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A Sociologia

Por:   •  23/11/2018  •  Resenha  •  742 Palavras (3 Páginas)  •  150 Visualizações

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O espaço é o reflexo ativo de desigualdades espaciais e sociais. Esta construção teórica,  projeção das relações de classe sobre o território, ao ignorar os habitats separados e suas qualidades, deixa-se pouco lugar às mudanças sociais, as teorias sobre a apropriação do espaço se fixam a pesquisa arquitetural e urbana. O habitat suburbano é lugar de um novo modo de vida e ordem social. O conceito de apropriação serve para o conhecimento das relações entre usuários e Arquitetura, espaço de transição, espaço privado, que corresponde ao tipo de relações sociais: a sociedade, a sociabilidade cotidiana dentre as quais as relações entre vizinhos, o indivíduo. Frequentemente, vários fatores contribuem para explicar os usos e as vivências dos espaços cotidianos: psicológicos (biografia dos indivíduos, hábitos adquiridos); ambientais (situação geográfica, localização, disposição dos espaços); socioculturais, dos quais o pertencer a uma classe etária, a uma categoria social, a um gênero, a um grupo cultural. O impacto da cultura sobre as práticas, confirmam o interesse junto aos profissionais do espaço nas percepções, significados e representações nos usos da arquitetura. Conclui-se que a causalidade entre o social e o espacial deixou terreno a abordagens fáceis, ditando prudência aos sociólogos, quando negam a autonomia da forma, e aos criadores, quando acreditam saber usar o espaço até futuramente.

Metrópole e globalização, novos referenciais territoriais

A conceituação de metropolização ou de metapolização (Ascher, 1995; 1998, importância dada à globalização e à mundialização. Grandes centros comerciais para onde convergem os consumidores em fluxos incessantes de automóveis, as periferias urbanas de habitat individual, que fazem do mundo uma vasta cidade informal onde se coloca em questão a condição de pertencer a um território. A desarticulação, a potência dos fluxos de natureza diversa (capitais, informações, tecnologias, imagens, símbolos), as novas logísticas de produção de bens e de serviços, os movimentos dos indivíduos e das populações, participam dessa recomposição metropolitana (Veltz, 1996). A mobilidade é uma noção-chave, que se tornou uma característica da hipermodernidade, o homem estrutura uma identidade e opera uma transformação de sua vida. A mobilidade é vetor de uma experiência social, metropolitano das necessidades da maioria dos habitantes, qualquer que seja sua localização ou sua condição de vida. Ela é compreendida segundo um significado ampliado (rapidez de deslocamento, acessibilidade, estilo de vida) e encarna a passagem das “sociedades dos lugares” às “sociedades de fluxos e movimento”. Os temas clássicos da Sociologia: o individualismo crescente e dominante; o anonimato e o abandono das formas de sociabilidade tradicionais fundadas na comunidade; interrogações sobre a ideia de sociedade e de vínculo social.

Experiências residenciais francesas, condições materiais e modos de vida

Três das mais importantes experiências residenciais francesas, misturam reflexão sobre o espaço e a análise da sociedade: a favela, grandes conjuntos de habitação social; as casas unifamiliares e os loteamentos de moradias individuais, praticamente um ícone cultural no Ocidente.

Nos anos 1970-1980, os conjuntos habitacionais de baixa renda para ocupação transitória, visavam reabsorver as últimas favelas da França. Eles eram concebidos como um estado intermediário entre o assentamento precário, irregular, e a habitação de baixa renda regularizada. Colette Pétonnet (1982) descreve a instalação de dois grupos de migrantes: um de origem estrangeira, de espanhóis e portugueses, o outro de franceses em condições de grande precariedade. Recuperando materiais de construção, o mobiliário, a casa, pelas suas misturas excêntricas, é um “barraco”. A maioria se estabeleceu nos conjuntos habitacionais de baixa renda, reunindo-se a uma população já proletarizada, de origem francesa, tolerante a alojamentos precários: trailer, galpão, porão doméstico insalubre, acampamentos improvisados temporários. Essa forma de relocação se realiza de maneira aleatória sem levar em conta as escolhas pessoais, os vínculos anteriores entre pessoas e comunidades. As famílias desenraizadas devem (então) reconstruir uma (nova) apropriação do ambiente de vida, (ambiente) que elas não escolheram e numerosas dificuldades marcam o caminho dessa aclimatação. No plano da identidade residencial, “o conjunto habitacional é um território incoerente e trágico”; incoerente, porque os grupos sociais que o compõem não produzem uma vida coletiva rica; trágico, porque sujeita a uma desqualificação coletiva. A mistura de populações, consequência de um modo de atribuição aleatória das habitações, aumenta os conflitos de vizinhança. Apesar disso, estudos posteriores mostrarão que os conjuntos habitacionais de baixa renda vivem bem desde que sejam sustentados por estruturas de animação adaptadas. Alguns serão reabilitados segundo a preocupação de preservar ou de valorizar uma cultura popular do habitat. São contraexemplos que esclarecem sobre as possibilidades muitas vezes ignoradas ou marginalizadas pelos poderes públicos e pelos organismos de gestão da habitação social.

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