A Sofistas e Democracia
Por: Fallen09 • 17/6/2016 • Dissertação • 409 Palavras (2 Páginas) • 741 Visualizações
Sofista é um termo que significa sábio ou especialista no saber. Tornou-se negativa a acepção da palavra, sobretudo pela tomada de posição, polemica, de Platão e Aristóteles. Durante muito tempo os historiadores da filosofia adotaram uma desvalorização com o movimento e consideraram uma grave decadência no pensamento grego. Somente no século XX foi possível uma revisão sistemática desses juízos e, consequentemente uma radical reavaliação dos sofistas; e a conclusão a qual se chegou é que os sofistas constituem um elo essencial na historia do pensamento antigo.
Os sofistas foram filósofos que fizeram a migração entre o pensamento da physis para o homem (antropos). Com a mudança de foco o homem, e suas circunstancias, passam a vigorar o cenário central de debate. Protágoras de Abdera foi o fundador do relativismo ocidental que ele expressou na celebre forma: o homem é a medida de todas as coisas. Com isso entende-se que não existe critério absoluto para julgar o verdadeiro ou falso, o bem e o mal, mas que cada homem julga conforme o próprio modo de ver as coisas. Não obstante a política é uma das vertentes deste debate que os sofistas também participaram. “O mais famoso e celebrado sofista foi Protágoras, nascido em Abdera na década de 491-481 a.C, e que morreu pelos fins do século. Viajou por toda a Grécia e esteve em Atenas varias vezes, onde alcançou grande sucesso. Também foi muito apreciado pelos políticos (Péricles confiou-lhe a tarefa de preparar a legislação para a nova colônia de Túri em 444 a.C).”
Com a estruturação da democracia grega, e a partir do pensamento dos três grandes legisladores, a forma de pensar a administração da polis – política levou em conta as novas demandas que a estrutura societária grega exigia. Apesar das restrições, de que apenas 10% da população era cidadã, há um grande interesse em deixar o povo – cidadão discutir seus problemas e soluções a luz da reflexão e do debate.
Um problema que se instaurou foi que muitos cidadãos, ansiosos pelo “cargo político”, se associaram aos sofistas para aprender a arte do belo discurso e a retórica. Com isso produziam falas muito bem estruturadas, mas às vezes vazias de conteúdo. Isto levou ao inicio do declínio político de Atenas, já que os debates perdiam em conteúdo. Era o discurso pelo discurso, cargo pelo cargo, o poder pelo poder, esquecendo-se do verdadeiro motivo para o debate político: o bem comum. Qualquer semelhança com os dias atuais é mera coincidência.
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