A Teoria Supramoral De Kant
Artigos Científicos: A Teoria Supramoral De Kant. Pesquise 861.000+ trabalhos acadêmicosPor: elitesg • 23/3/2015 • 336 Palavras (2 Páginas) • 512 Visualizações
Para compreendermos a abordagem básica que Immanuel Kant (1724-1804) desenvolveu na sua teoria moral é útil começarmos com uma ideia que de certa forma faz parte do senso comum ― uma ideia que Kant rejeita. Esta é a ideia de que a razão pode ter apenas um papel «instrumental» ao guiar as ações das pessoas. A razão não nos diz quais devem ser os nossos objetivos; em vez disso, diz-nos o que devemos fazer, tendo em conta os objetivos que temos. Dizer que a razão é puramente instrumental é dizer que é apenas um instrumento que nos ajuda a atingir os nossos objetivos, tendo os nossos objetivos sido determinados por algo diferente da razão.
Pode-se aperfeiçoar esta ideia simples vendo as ações como o produto composto das crenças e dos desejos. Dados os indícios disponíveis, a razão pode dizer-nos em que acreditar. Contudo, a razão não nos pode dizer o que querer.
A teoria da moralidade de Kant rejeita esta doutrina humeana. Segundo Kant, nem sempre é verdade que as acções sejam produzidas pelas crenças e pelos desejos (gerados de forma não racional) do agente. Quando agimos por inclinação é isto que acontece. Contudo, quando agimos por dever ― quando as nossas acções são guiadas por considerações de carácter moral e não pelas nossas inclinações ― as coisas são completamente diferentes.
Quando agimos, há um objectivo que temos em mente ― um fim em vista ― e também um meio que usamos para tentar realizar esse objectivo. Hume pensava que a razão determina os meios, mas não o fim. Kant concorda com esta ideia quando agimos por inclinação. Mas quando a moralidade guia as nossas acções, a razão determina tanto o fim como os meios.
Kant pensava que a moralidade deriva a sua autoridade apenas da razão. A razão por si só determina se uma acção é correcta ou errada, inpendependentemente dos desejos que as pessoas possam ter. Segundo Kant, quando agimos moralmente, as nossas acções são guiadas pela razão de uma forma que a teoria de Hume exclui.
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