A Virada Ética em Filosofia, Tal Como Protagonizada Por Sócrates
Por: Marcos Oliveira • 14/5/2020 • Resenha • 595 Palavras (3 Páginas) • 199 Visualizações
A Virada ética em filosofia, tal como protagonizada por Sócrates
Sócrates é um filósofo que marca um novo modo de se fazer filosofia. Um momento em que a filosofia passa a se ocupar do homem, do cidadão e suas relações na polis, levantando questões sobre a justiça, a piedade, o bem, o belo, dentre outros assuntos.
O modo como Sócrates pensa a filosofia, não poderia se harmonizar com o modelo democrático de Atenas, no filme ele comenta sobre como estado é regido na democracia, questiona o fato que qualquer pessoas poderia fazê-lo. Seria como colocar na direção de uma embarcação, um indivíduo sem conhecimento. Isso incomodava muito os atenienses. Fato tal que o levou ao julgamento.
Ele é o filosofo que busca definições, busca a essência das coisas, o conhecimento. Essa busca se dava em afrontar o outro e mostrar-lhe sua própria ignorância. No filme na hora que passa pelo personagem Hípias um sofista que cobrava por um suposto saber, ele perguntou o que é o belo? Hípias respondeu que belo seria uma bela virgem. Sócrates percebe que termo a ser definido não deveria aparecer na resposta, isso só demonstrava o não conhecimento, apenas uma mera opinião.
Ele coloca a assunção da ignorância como o pressuposto do sábio. Ele era um filosofo a frente de seu tempo, marcava uma posição filosófica de vida. O filme retrata esse momento quando na hora de seu julgamento ele convida um amigo que diz que foi ao templo de DELFHOS e pergunta a pitonisa se havia alguém mais sábio do que Sócrates e ela diz que não havia ninguém. Sócrates mesmo diz que ficou se interrogando por que Apollo o considerava mais sábio. Após investigação, ele chega a conclusão, que era o mais sábio entre todos os homens porque era o único que nada sabia e não pensava saber alguma coisa, nisso consistia a sua sabedoria.
Numa comunidade vaidosa isso soava negativamente, pois era uma sociedade construída sobre valores supostamente indiscutíveis.
Sócrates se torna um mártir, ao aceitar a sua morte, ainda que injusta, para marcar uma posição de protesto contra a forma com a qual se conduzia a vida social naquele momento. Ele se via como uma pessoa importante para aquela sociedade, pois com sua forma de fazer filosofia ele estava empurrando o “cavalo lento” que era a Grécia, e se ele morresse os deuses não enviariam mais ninguém para fazê-lo. O seu não saber seria um instrumento para que eles descobrissem seus falsos saberes.
Poderia ser considerado um discurso fortemente anárquico no interior de uma democracia. Para alguns atenienses ele ameaçava as bases da democracia.
O filme retrata com grande propriedade um Sócrates bem perto das pessoas, característica essa que difere um pouco dos demais filósofos antigos, ele se humaniza um pouco mais e influencia fortemente o nosso método de fazer ciência, como investigar bem determinados objetos. Sócrates é o precursor da dialética, pela discursão bem conduzida podemos chegar a um resultado crítico.
Um pessoa que dizia que nada sabia, mas sabia tanto do saber dos outros, isso era irritante, mas era um modo de fazer ciência, pois o resultado negativo, também era uma forma de contribuir com a ciência.
Sócrates também traz um questionamento ético interessante sobre o bem e o mal, dizendo que praticamos o mal, pois na verdade não conhecemos realmente o bem, pois se o conhecêssemos não praticaríamos o mal.
Sócrates nos ensina que precisamos ir além das opiniões, precisamos ir em busca da realidade das coisas, das definições reais, das coisas como elas são. Nos deixa uma insatisfação que leva ao questionamento das coisas. Não se satisfazer com as aparências das coisas.
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