A importância da linguagem
Artigo: A importância da linguagem. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: marilenelc • 13/11/2014 • Artigo • 1.014 Palavras (5 Páginas) • 717 Visualizações
- A importância da linguagem:
Na abertura de sua obra Política, Aristóteles afirma que somente o homem é um “animal político”, isto é, social e cívico, porque somente ele é dotado de linguagem. Os outros animais, escreve Aristóteles, possuem voz (phoné) e com ela exprimem dor e prazer, mas o homem possui a palavra (lógos) e, com ela, exprime o bom e o mau, o justo e o injusto. Exprimir e possuir em comum esses valores é o que torna possível a vida social e política e dela, somente os homens são capazes.
“A palavra distingue os homens e os animais; a linguagem distingue as nações entre si. Não se sabe de onde é um homem antes que ele tenha falado”.
“Desde que um homem foi reconhecido por outro como um ser sensível, pensante e semelhante a si próprio, o desejo e a necessidade de comunicar-lhe seus sentimentos e pensamentos fizeram-no buscar meios para isso”.
A linguagem é, assim, a forma propriamente humana da comunicação, da relação com o mundo e com os outros, da vida social e política, do pensamento e das artes. No entanto, no diálogo Fedro, Platão dizia que a linguagem é umphármakon, palavra que possui três sentidos principais: “remédio”, “veneno” e “cosmético”. Ou seja, Platão considera que a linguagem pode ser um medicamento ou um remédio para o conhecimento, pois pelo diálogo e pela comunicação, conseguimos descobrir nossa ignorância e aprender com os outros. Pode, porém, ser um veneno quando, pela sedução das palavras, nos faz aceitar, fascinados com o que vimos, ou lemos, sem que indaguemos se tais palavras são verdadeiras ou falsas. Enfim, a linguagem pode ser um cosmético, maquiagem ou máscara para dissimular ou ocultar a verdade sobre as palavras. A linguagem pode ser conhecimento-comunicação, mas também pode ser encantamento-sedução.
- A força da linguagem:
Podemos avaliar a força da linguagem tomando como exemplo os mitos e as religiões. A palavra grega mythos, significa “narrativa” e, portanto, “linguagem”.
A linguagem tem um poder encantatório. Eis porque, em quase todas as religiões, existem profetas e oráculos, isto é, pessoas escolhidas para transmitir mensagens divinas aos humanos.
- A outra dimensão da linguagem:
Para referir-se à palavra e á linguagem, os gregos possuíam duas palavras: mythos e lógos. Diferentemente do mythos, lógos é uma síntese de três ideias: fala/palavra, pensamento/ideia e realidade/ser.
Lógos é a palavra racional em que se exprime o pensamento que conhece o real.
Lógos é a palavra-pensamento compartilhada: diálogo; é a palavra-pensamento verdadeira: lógica; é a palavra-conhecimento de alguma coisa. O “logia” que colocamos no final de palavras como cosmologia, mitologia, biologia, etc.
Se ao lado do mythos desenvolve-se a palavra mágica e encantatória, do lado do lógos desenvolve-se a linguagem como poder de conhecimento racional. Agora, as palavras são conceitos ou idéias, estando referidas ao pensamento, à razão e à verdade.
- A origem da linguagem:
A retórica ou arte de persuadir consistia em técnicas de discurso que visavam
demonstrar a plausibilidade de uma tese dada. Nas palavras de Platão, a retórica de Tísias e
Córax3
consistia na descoberta de que “a probabilidade [ei0ko/ta – provável, plausível,
aparência] deve ser tida em maior apreço do que a verdade [a0lete/wj]” (Fedro, 267a). Essa
afirmação torna-se significativa, se levarmos em consideração o fato de a retórica ter se
originado nos meios jurídicos4
. No gênero jurídico, o réu ou o acusador5.
discursam para
defender ou acusar alguém diante de juízes e de um júri que deve escolher entre uma de duas
alternativas mutuamente excludentes: a culpa ou a inocência.
A linguagem como capacidade de expressão dos seres humanos é natural, isto é, os humanos nascem com uma aparelhagem física, anatômica e fisiológica que lhes permite expressarem-se
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