A tarefa da filosofia
Projeto de pesquisa: A tarefa da filosofia. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: fgnjfuky • 23/10/2014 • Projeto de pesquisa • 957 Palavras (4 Páginas) • 570 Visualizações
A adolescência é um momento privilegiado da vida, pois é quando começamos a questionar regras, valores, comportamentos, crenças, idéias. É a etapa da vida em que escolhemos quem queremos ser, começamos a desenhar um projeto de futuro. Os modelos de comportamento de nossas famílias, que seguimos durante a infância, já não bastam. Queremos experimentar outros modos de viver, de ser, de aparecer. Surgem as perguntas: Quem sou? De onde vim? O que desejo do futuro? Como realizar os meus sonhos?
É nessa fase da vida que se dá, então, o início do processo de reflexão filosófica. Vamos conhecer algumas de suas características e conceitos fundamentais, que vão enriquecer o debate que travamos internamente e com o mundo.
1. A tarefa da filosofia
A filosofia é um modo de pensar, é uma postura diante do mundo. Ela não é um conjunto de conhecimentos prontos, um sistema acabado, fechado em si mesmo. Ela é, antes de mais nada, um modo de se colocar diante da realidade, procurando refletir sobre os acontecimentos a partir de certas posições teóricas. Essa reflexão permite ir além da pura aparência dos fenômenos, em busca de suas raízes e de sua contextualização em um horizonte amplo, que abrange os valores sociais, históricos, econômicos, políticos, éticos e estéticos. Por essa razão, ela pode se voltar para qualquer objeto. Pode pensar sobre a ciência, seus valores, seus métodos, seus mitos; pode pensar a respeito da religião; pode pensar sobre a arte; pode pensar acerca do próprio ser humano em sua vida cotidiana. Uma história em quadrinhos ou uma canção popular também podem ser objeto da reflexão filosófica.
A filosofia é um jogo irreverente que parte do que existe, critica, coloca em dúvida, faz perguntas importunas, abre a porta das possibilidades, faz-nos entrever outros mundos e outros modos de compreender a vida.
A filosofia incomoda porque questiona o modo de ser das pessoas, das culturas, do mundo. Questiona as práticas política, científica, técnica, ética, econômica, cultural e artística. Não há área em que ela não se meta, não indague, não perturbe. E, nesse sentido, a filosofia é perigosa, subversiva, pois vira a ordem estabelecida de cabeça para baixo.
Essa subversão da ordem, entretanto, não é feita gratuitamente, não é um quebrar regras e costumes simplesmente por quebrar. A maior parte dos filósofos subverteu a ordem porque, ao indagar sobre a realidade de sua época, fez surgir novas possibilidades de comportamento e de relação social. Do ponto de vista da ordem estabelecida, isto é, das instituições e da ideologia dominante, eles destruíram uma tradição. Do ponto de vista da história, eles nos fizeram ver injustiças, arbitrariedades, estratagemas de dominação e de exploração
Se o patriarcalismo, como ordem divina da criação, por exemplo, não tivesse sido colocado em dúvida por pensadores de ambos os sexos e por pessoas engajadas no movimento em prol da igualdade de homens e mulheres em termos de capacidade intelectual e moral, estas, ou seja, mais de 50% da população mundial, ainda hoje não seria considerada cidadã nem teria direito de votar e de ser votada.
2. O nascimento da filosofia
A reflexão filosófica nasceu na Grécia no século VI a.C., com os filósofos que antecederam a Sócrates, chamados pré-socráticos. A passagem da consciência mítica e religiosa para a racional e filosó-
fica não foi feita de um salto. Esses dois tipos de consciência coexistiram na sociedade grega, assim como, dentro de certos limites, coexistem na nossa.
O poeta grego Hesíodo no século VIII a.C., relatou o mito da origem do mundo, segundo o qual Gaia (terra) surgiu do Caos inicial e, depois, pelo processo de separação,
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