AS DEZ ORIENTAÇÕES MAIORES DO CIT

AS DEZ ORIENTAÇÕES MAIORES DO CIT

 MARIANA AGUIAR ALCÂNTARA DE BRITO - ASPIRANTE

                                    21 de junho de 2013

Estas 10 Orientações não são uma regra imposta ou obrigatória. Elas são um apelo, uma necessidade que inspira e que orienta para um ideal mínimo do Terapeuta.

1. Antropologia

Reconhecer, respeitar e cuidar do ser humano na sua inteireza física, psíquica e espiritual (soma - psique - nous - pneuma). (Obs.: Equivalências nas  antropologias tradicionais: Índia - Tibet etc).  Esta antropologia         é igualmente uma cosmologia, pois não percebe o homem como algo         separado do universo (daí a importância do cuidado com o meio         ambiente). Ela é, ainda, uma ontologia, pois não distingue o homem como separado de uma Origem que continuamente lhe escapa e continuamente o sustenta.

Raízes e asas.

Mas que as asas enraízem

E que as raízes voem. (Juan Ramón Jimenez)

Antropologia (Do grego, estudo do Homem em todas as suas dimensões);

Antroposofia (Do grego, sabedoria acerca do homem. Fundada por Rudolf Steiner). Leva em consideração não só a dimensão física e psíquica, mas também espiritual.

 A questão norteadora dessa orientação é: Qual é a nossa imagem de ser humano? O que ele é, e o que pode vir a ser? Estes pressupostos devem orientar nossos métodos e práticas de cuidado.

- Mostrar Ícone: O homem em pé (O ícone: uma escola do olhar, pg. 34)

Jesus: homem inteiro, união entre o humano e o divino, arquétipo da síntese. “Um ser humano íntegro e ereto, religando terra e céu.” (CREMA, 2002:35).

- Os quatro pressupostos antropológicos (dimensão quaternária) que subsistem desde a antiguidade clássica até os dias atuais:

• O pressuposto Somático:

O ser humano é um composto material, dimensão corporal. Importante, muito valorizada dentro da visão positivista de mundo, no entanto muito estreita e que só pode ser compreendida na relação com os outros elementos constituintes do humano.

• Pressuposto Psicossomático:

Este corpo é animado, introdução do fator psíquico, a psique, anima ou alma, faz referencia as dimensões mentais e emocionais que nos constituem, em uma intrínseca mutualidade e interdependência.

Ler trechos de Mulheres que correm com os lobos, pg. 251. Corpo mediatizado, fonte de memória, registro vivo da vida levada, por isso que o último nível de perdão é no corpo. Tecido por vivências subjetivas. Convite a desenvolver uma inteligência psíquica: mental, emocional, onírica e relacional.

• Pressuposto Psico-somático-noético:

Para ampliar a complexidade humana, inclui-se o nous, a ponta da alma. Um mergulho em profundidade, ir além da matéria, ir além da memória que nos habita, contemplar a dimensão silenciosa da consciência sem objeto. Dimensão imaginal, de onde emergem os grandes arquétipos, as imagens estruturantes, precioso manancial simbólico da espécie. Convite as terapias perenes, as tradições sapienciais e as holopráxis.

• Pressuposto Quaternário – A inteireza humana:

Inclusão da dimensão do sagrado, do mistério, do absoluto. Não basta apenas a dimensão horizontal da existência, é necessária a dimensão vertical da essência.

“Estamos sendo um corpo, já que este se transforma, continuamente. Estamos sendo uma psique, também transitória e mutante. Estamos sendo nous, um testemunho consciencial de vir-a-ser permanente. Estes são nossos companheiros de passagem, nascidos e compostos, fadados a morte e decomposição, cada um no seu devido tempo. O que permanece é o Ser.” (CREMA, 2002:32).

Leloup representa nossas 3 dimensões existenciais de forma horizontal:

Soma    ____ │______

Psique  _____│______

Nous    _____│______

E o PNEUMA, introduz a verticalidade daquilo que É. Ruah, em hebraico, Pneuma em Grego, Espírito em latim. Significa sopro, alento vital que nos atravessa. Pressuposto:Psico-somático-noético-pneumático. Existência e essência. Não mesclar e nem separar. “Saúde plena é quando a essência transparece na existência.” (CREMA, 2002: 33.)

Questão – Como desenvolver, alfabetizar esse homem? Qual o caminho dessa pedagogia iniciática?