"AS NEVES DO KILIMANJARO" E A FILOSOFIA ARISTOTÉLICA
Casos: "AS NEVES DO KILIMANJARO" E A FILOSOFIA ARISTOTÉLICA. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: aanastasia • 23/5/2014 • 664 Palavras (3 Páginas) • 2.317 Visualizações
“AS NEVES DO KILIMANJARO” E A FILOSOFIA ARISTOTÉLICA
Anna Florença Anastasia
O filme “As Neves do Kilimanjaro” se passa na França e começa com um sorteio que iria demitir vinte trabalhadores de uma fábrica. Michel, o protagonista, operário e sindicalista, é quem faz o sorteio, e entre os vinte nomes o dele está incluído.
Raoul, seu amigo e colega de trabalho, questiona sua atitude, dizendo que Michel não precisava ter colocado seu nome na urna, mas ele queria ser justo.
Depois disso, familiares e amigos organizaram uma festa para a comemoração de vinte anos de casados de Michel e sua esposa, Marie-Claire. O presente, dado por todos, eram passagens para a África e um valor em dinheiro, para o casal fazer a viagem que tanto sonhavam. Michel, além disso, havia convidado todos aqueles que foram demitidos no sorteio.
O que Michel não esperava era que um dos ex-funcionários fosse, com um cúmplice, roubar suas passagens e seu dinheiro.
Michel consegue identificar o ladrão através de uma revista de história em quadrinhos e o denuncia.
Christope, o “ladrão”, cuidava dos dois irmãos, sustentava a casa e não tinha trabalho. Seria justo um ex-operário ganhar uma viagem para a África, enquanto outro ex-operário não consegue pagar seu aluguel? O que é justo para um, é justo para o outro?
A certa altura do filme, Michel pergunta à sua esposa o que eles pensariam se os vissem, no terraço, tomando um vinho e apreciando o pôr-do-sol, como burgueses. Marie-Claire responde que “eles parecem felizes. Teríamos dito... para terem esse ar feliz, jamais fizeram alguém sofrer. Jamais foram indiferentes com os outros”.
Essa afirmação, na perspectiva aristotélica, significa a preocupação de Aristóteles em demonstrar que a noção de felicidade é uma noção humana e realizável. O caminho para a felicidade é a prática ética, que constrói o comportamento virtuoso.
Christope é preso e, segundo o delegado, deveria ficar preso por oito anos, por ser réu primário, e mesmo que o assalto tenha sido consumado com uma arma de brinquedo.
A partir disso, Michel começa a se questionar se fez a coisa certa, se foi justo. Então ele retira a queixa, embora isso já não mude mais nada.
No dia da audiência, Michel vai conversar com Christope, e justifica-se dizendo que o sorteio era o que havia de mais justo.
Christope não concorda e responde que “poderiam ter examinado a situação de cada um”. Isso porque alguns tinham mulheres que trabalhavam, antigos funcionários receberiam indenização, etc. O que era justo para um, não era justo para o outro.
Os princípios éticos não se aplicam a todos de forma única, estando condicionados ao exame do caso particular para que se aplique o justo meio.
A situação é complicada, porque embora Christope precisasse do dinheiro, e tivesse usado o mesmo para pagar os aluguéis atrasados e comprar comida, ser justo é também cumprir a lei (justo total) e por isso ele deveria “pagar” pela inobservância da lei.
Enquanto isso, Marie-Claire cuidava às escondidas dos irmãos de Christope, mas depois, coincidentemente,
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