Alienação
Seminário: Alienação. Pesquise 861.000+ trabalhos acadêmicosPor: renatabraz • 2/10/2013 • Seminário • 982 Palavras (4 Páginas) • 280 Visualizações
Alienação
Capaz de ameaçar o trabalho e a consciência humana desde seus primórdios, a alienação afeta principalmente o homem do mundo moderno, em que as relações sociais se tornam cada vez mais determinadas por seu aspecto mercantil ou econômico-financeiro.
Alienação é a condição psico-sociológica de perda da identidade individual ou coletiva decorrente de uma situação global de falta de autonomia. Encerra portanto uma dimensão objetiva -- a realidade alienante -- e a uma dimensão subjetiva -- o sentimento do sujeito privado de algo que lhe é próprio.
O conceito de alienação é comum a vários domínios do saber. Em psicologia e psiquiatria, fala-se de alienação para designar o estado mental da pessoa cuja ligação com o mundo circundante está enfraquecida. Em antropologia, a alienação é o estado de um povo forçado a abandonar seus valores culturais para assumir os do colonizador. Em sociologia e comunicação, discute-se a alienação que a publicidade e os meios de comunicação suscitam, dirigindo a vontade das massas, criando necessidades de consumo artificiais e desviando o interesse das pessoas para atividades passivas e não participativas.
Em filosofia política, fala-se de alienação para designar a condição do trabalhador que, à semelhança de uma peça de engrenagem, integra a estrutura de uma unidade de produção sem ter nenhum poder de decisão sobre sua própria atividade nem direitos sobre o que produz. Transcendendo o âmbito da produção, a alienação se estende às decisões políticas sobre o destino da sociedade, das quais as grandes massas permanecem alijadas, e mesmo ao âmbito das vontades individuais, orientadas pela publicidade e pelos meios de comunicação de massas.
Histórico
O conceito de alienação tem raízes no pensamento de Hegel e Karl Marx, mas cabe destacar uma importante observação complementar, a de Ludwig Feuerbach, mestre de Marx, para quem as formas paroxísticas da alienação humana seriam o êxtase e o arrebatamento religiosos.
Para Hegel, a alienação é um processo essencial pelo qual a consciência ainda ingênua, convencida de que a realidade do mundo é independente dela mesma, chega a tornar-se consciência de si. Essa transformação da consciência em consciência de si é descrita na Phänomenologie des Geistes (1807; Fenomenologia do espírito). Para Hegel, o concreto reside na unidade dos termos contraditórios que entram em confronto. Cada termo é a negação de seu próprio oposto, sendo o movimento interno do sujeito a "negação da negação". A luta desses opostos é mortal, pois o ser de cada um deles está no outro, que o desafia e nega. A posse de si mesmo fica assim condicionada à destruição do outro, que detém a verdade e o absoluto. Concebida nesses termos, a alienação é, portanto, além de profunda, necessariamente intrínseca e primordial: o ser de cada indivíduo não reside em si próprio e sim em seu oposto, no qual corre o risco de se diluir.
Para Marx, a alienação refere-se a uma situação resultante dos fatores materiais dominantes da sociedade, caracterizada por ele sobretudo no sistema capitalista, em que o trabalho humano se processa de modo a produzir coisas que imediatamente são separadas dos interesses e do alcance de quem a produziu, para se transformarem, indistintamente, em mercadorias.
Marx, situando o homem na raiz da história (o homem concreto, que define com o trabalho sua relação com seus semelhantes e com a natureza), inverte a dialética hegeliana. De acordo com a dialética de Marx, o processo de alienação leva o ser genérico do homem -- expresso pelo trabalho -- a converter-se em instrumento de sua sobrevivência, o que ocorre, primeiro, na relação do produtor com o produto e, em seguida, na relação do produtor com os consumidores do produto. A alienação transforma o operário em escravo de seu objeto,
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