Análise Filosofica V De Vingança
Artigo: Análise Filosofica V De Vingança. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: thaisfehr • 24/11/2014 • 1.340 Palavras (6 Páginas) • 427 Visualizações
A temática escolhida para abordar o seguinte filme é difícil de definir e isolar, visto que ambos – temática e filme – são ricos e tratam de inúmeras questões que podem ser tratadas sob diversos ângulos. Optamos relacionar o filme “V de vingança” com as questões existenciais, por achar que elas são o ponto de partida que darão suporte ao caráter ético e político que o filme também possui e que também gostaríamos de destacar.
De modo geral, o que nos chamou a atenção no filme foi sua capacidade de tematizar a tomada de consciência da sociedade, encarnada de maneira exemplar pela personagem Evey. Entretanto, antes de pensar nos desdobramentos de tal retomada, vimos como essencial o encontro com o eu autônomo que antes era desconhecido de tal personagem. O grande heroi do filme – que foge aos padrões comuns, pois possui traços de um terrorista – é um mascarado que, antes de um rosto, possui por debaixo de sua máscara ideias que o motivam a viver. Tal homem, que vive em um universo poético, musical e revolucionário, transformará a maneira pela qual Evey compreenderá a realidade e, de fato, sua existência.
V de Vingança
(Título original: V for Vendetta – Direção: James McTeigue – Roteiro: Andy Wachowski, Larry Wachowski – Produção: Joel Silver – Estados Unidos/Alemanha – 2006 – cor – 132min)
A história do filme remete ao dia 5 de novembro, no qual Guy Fawkes pretendia – em 1605 – explodir o parlamento inglês, sendo um dos eixos de um movimento que estava insatisfeito com a repressão protestante. O soldado inglês católico era o responsável pelos barris de pólvora nesse dia que ficou conhecido como a “Conspiração da Pólvora”. Guy Fawkes, porém teve seu plano descoberto, sendo preso, interrogado, torturado e assassinado. Até hoje, na Inglaterra, comemora-se a captura de Guy Fawkes, no dia 5 de novembro, no que ficou a “Noite das Fogueiras”. Nesse dia, bonecos representando Fawkes são atirados ao fogo, assim como fogos de artifício – para celebrar o plano que não se concretizou.
O homem misterioso conhecido pelo codinome “V”, tem como objetivo vingar esse dia. O cenário, uma Inglaterra do futuro – sob o regime de um governo totalitário –, é a encarnação do próprio conformismo nascido do medo. Sob o comando de Adam Sutler (que em muito se parece com Adolf Hitler) e de seu partido – que controlam os meios de comunicação e a vida da sociedade –, o país protagoniza um progresso, tendo como eixo pilar a imposição de dogmas e valores. “V” conhece a jovem Evey, prestes a ser violentada pelos “homens-dedo” por estar na rua após o toque de recolher. A partir daí, Evey se transformará, deixará de ser uma mulher com medo; medo dos outros e de si mesma.
“V”, no dia 5 de novembro no qual conhece Evey, realiza seu primeiro ataque ao governo de Sutler. Sempre em tom poético e musical, “V” faz a promessa de que em um ano – ou seja, no próximo dia 5 de novembro – cumprirá o que lhes disseram até hoje: “que o dia 5 de novembro jamais deverá esquecido”.
Evey, por sua vez, descobrirá verdades sobre si mesma – através desse homem sem rosto, feito de ideias. Teremos também, o desenrolar de uma história onde, pouco a pouco, descobriremos do que um governo totalitário é capaz para ascender e se manter no poder. “V”, ao fazer com que enxerguemos tal realidade, despertará muito mais que um desejo de vingança: a luta, a vingança, é – na realidade – a busca por justiça. É a busca por nós mesmos.
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
A questão da existência coloca-se como capital na análise da obra cinematográfica, pois, através do trabalho psicológico-existencial da personagem Evey, teremos a conquista da autonomia de pensamento e, consequentemente, de um giro total na postura existencial. Tal postura nos coloca a seguinte questão: para que buscamos a liberdade? Basta estarmos livres ou temos que empreender algo que a honre?
Evey, até certo momento, é aquela que simboliza os que se escondem atrás dos próprios medos, se conformando com uma vida imposta por seu governo; passivos. Com as lições de seu mascarado mestre – o aparente terrorista “V” –, Evey encontrará aquilo que ela sempre sonhou, mas que – até então – havia sufocado.
O desejo de vingança, aqui, possui um propósito particular: ele pretende fazer justiça onde uma falsa justiça impera. E “V” com sua forma única de ser habilidoso na arte de matar e sutil como um artista, dirá a Evey “verdades através de mentiras”. Tal momento que gostaríamos de elucidar acontece quando a jovem é capturada, supostamente, por agentes do governo de Sutler, passando de foragida à prisioneira política. Na prisão, Evey reflete sobre a vida pela qual vale, realmente, se viver. Sendo torturada para que fornecesse informações
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