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Bogdan-Suchodolski-A-PEDAGOGIA-E-AS-GRANDES-CORRENTES-FILOSOFICAS

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Por:   •  11/7/2014  •  9.878 Palavras (40 Páginas)  •  1.978 Visualizações

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A PEDAGOGIA E AS GRANDES CORRENTES FILOSÓFICAS

Bogdan Suchodolski

Bogdan Suchodolski- nasceu em 1907, em Sosnowiec, na Polônia. Doutorou-se em filosofia pela universidade de Varsóvia (1925), aonde, após algum tempo no ensino secundário, veio a ser, depois da guerra, professor titular de Pedagogia geral. E desde 1958, diretor do instituto de ciências pedagógicas da mesma universidade. Membro de academias científicas polacas, da Academia internacional da história da ciência, do conselho diretivo da associação internacional das ciências da Educação, foi um dos fundadores da Comparative Education Society in Europe, criada em Londres em 1961.

Durante a ocupação alemã de 1939 a 1943, foi um dos corajosos animadores da Universidade Clandestina. As obras que publicou (algumas traduzidas na Europa Ocidental), constituem um testemunho de interesse que vota às questões filosóficas da pedagogia nas suas relações com as situações sociais. Neste livro, Suchodolski defende o que é possível discernir na história do pensamento pedagógico duas tendências fundamentais: uma, a da pedagogia firmada na essência do homem, outra na sua existência. Esta perspectiva abre para uma nova compreensão e uma nova leitura das grandes doutrinas pedagógicas. Partindo, ele próprio, de uma teoria da natureza social do homem, vem a preconizar a instauração de um sistema social de escala humana em que a educação criadora deve desempenhar um papel essencial.

A tradutora- Liliana Rombert Soeiro

Licenciada em Ciências- Filosóficas e curso de Ciências Pedagógicas pela universidade de Lisboa. Desde logo se interessou particularmente por Psicologia e Pedagogia, tendo freqüentado o laboratório Egas Moniz- centro de psicologia clínica da faculdade de medicina de Lisboa. Durante alguns anos foi professora do ensino secundário, em especial, na escola Helen Keller, onde trabalhou com invisuais- e na escola de Artes Decorativas Antônio Arrolo.

Atualmente exerce as funções de psicotécnica no fundo de Desenvolvimento da Mão d’obra.

Apresentar o autor, professor polaco Bogdan Suchodolski e o seu livro A pedagogia e as Grandes Correntes Filosóficas, é para mim uma grande honra.

B. Suchodolski realizou os seus estudos superiores nas universidades de Cracóvia e Varsóvia, depois em Berlim e em Paris. Foi professor liceal até 1939, em seguida professor agregado na Universidade de Varsóvia. Durante a ocupação alemã, foi um dos corajosos animadores da universidade clandestina. Após a guerra tornou-se professor de pedagogia geral na Universidade de Varsóvia, diretor do Instituto de Ciências Pedagógicas e membro da Academia Polaca de ciências.

A sua brilhante carreira foi acompanhada por uma importante obra. Publicou já, em polaco, três trabalhos que o seu interesse pelas questões filosóficas da pedagogia, relacionadas com as situações sociais. Primeiramente publicou Para uma Pedagogia à Escala da Nossa Época, onde critica as teorias educativas que já não correspondem às condições do homem moderno.

A sua obra Teoria Materialista da Educação é uma análise da filosofia de Karl Marx, em que salienta o aspecto pedagógico da polêmica que Marx travou com autores tais como HEGEL e PROUDHON. Finalmente, Educação para o Futuro define as perspectivas do desenvolvimento do mundo moderno, as transformações revolucionárias verificadas na sociedade e as responsabilidades da educação do futuro.

Conheci Suchodolski em 1959, no decurso da Quinzena Polaca organizada pela Universidade de Paris. Tive novamente o prazer de o escutar este ano, ao ser encarregado de um curso de Filosofia Polaca do século XVIII na escola prática de Altos Estudos. Foi-me dado apreciar a sua grande curiosidade de espírito, servida pelo conhecimento de nossa língua e de várias outras línguas estrangeiras, o seu gosto de historiador filósofo da educação, felizmente associado a um sentimento profundo das realidades pedagógicas e à preocupação em corresponder às necessidades da juventude da nossa época.

A leitura do seu manuscrito A Pedagogia e as Correntes filosóficas provocou em mim um vivo prazer intelectual, do gênero que nasce em contacto com uma interpretação das coisas em que nunca se tinha pensado até esse momento. B. Suchodoski descobre, com efeito, na história pedagógica duas tendências fundamentais, uma pedagogia baseada na essência do homem e uma pedagogia baseada na existência do homem, cada qual correspondendo a uma grande corrente do pensamento filosófico. A primeira destas duas doutrinas, que é também a mais antiga, assenta numa concepção ideal do homem, racionalista em PLATÃO, cristã em S. Tomás de Aquino. A segunda, mais tardia perceptível já em ROUSSEAU e seguidamente em KIERKEGAARD, toma o homem tal como é e não como deveria ser. O autor acompanha pormenorizadamente o desenvolvimento destas concepções pedagógicas fundamentais e o seu conflito, até a época contemporânea. Poder-se-á pensar que uma tal interpretação geral não explica tudo. Se intentássemos aplicá-la excessivamente sistemático, esbarraríamos com sérias dificuldades, pois realidade humana é sempre mais rica que a explicação e a descrição que dela nos faz o espirito humano.

Não obstante, fornece-nos um fio condutor precioso. Atribui uma espécie de unidade orgânica á história pedagógica, permite o esclarecimento de diversos aspectos e a correção de abundantes idéias feitas. Isso torna-se perceptível pelo lugar ocupado nesta perspectiva pelas doutrinas de COMENIUS, de DURKHEIM ou de B. RUSSELL.

Esta chave abre sem dúvida numerosas portas.

Um dos aspectos que mais me interessaram na tese nova e sedutora de SUCHODOLSKI é a confrontação que estabelece, a propósito do movimento da educação nova entre as pedagogias da evolução da criança e as pedagogias da adaptação as condições do meio; ou as primeiras correm o risco de cair na utopia ou as segundas tendem a refugiar-se no conformismo. Há muito que sentia esta oposição no que respeita á psicologia da criança: primeiramente salientaram-se os processos de evolução, hoje. ao contrário. Insiste-se cada vez mais nos processos de adaptação. De uma geração de psicólogos a outra a transformação é manifesta. Em minha opinião, não há contradição. nem mesmo conflito entre o estudo das condutas de crescimento e o das adaptativas. São complementares. Mas a transição de uma para a outra reflete uma diferença de preocupação característica e provoca

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