Carta Do Chefe Indígena De Seattle

A Carta do Chefe Indígena Seattle (1854)

Tendo em vista a hipótese Gaia, proposta pelo ambientalista James Lovelock, a biosfera e seus componentes físicos, terra, água e ar estão intimamente unidos formando um complexo sistema que mantém as condições climáticas e biogeoquímicas estáveis no planeta. Neste contexto a Terra é tida como um organismo vivo, fato este registrado a milhares de anos pelas civilizações antigas, a exemplo os Astecas, Incas e Maias que denominavam nosso planeta como Pacha Mama, Mãe Terra, que fornecia todas as condições de vida, alimentação e abrigo aos seus filhos.

A Carta do Chefe Indígena revela a harmonia que povos primitivos desfrutavam da natureza e com todos os seres viventes, relação esta de mãe e filho que brutalmente está sendo alterada por processos modernos de civilização. Se encarada pela ótica de Gaia, faz-se evidente uma comparação com outros organismos vivos que respondem com doenças alterações em seus organismos, seja por alimentos contaminados, fraturas em seus ossos e alterações mínimas de temperatura gerando febre, assim nosso planeta reage da mesma forma, nos processos de desmatamento, erosão, poluição de rios e mares com resíduos industriais e dejetos humanos, da terra por agrotóxicos de demais defensivos agrícolas e do ar com emissões constantes de gases nocivos que alteram a espessura da camada de ozônio, alterando a temperatura média no planeta.

No início do século XX éramos em média dois bilhões de habitantes no mundo, com o advento da revolução industrial, tecnologia, êxodo rural, globalização, nos cinqüenta últimos anos experimentamos um desenvolvimento que não era sentido desde o invento da roda, chegando hoje a marca de quase sete bilhões. De forma que enormes áreas de mata nativa foram extraídas para o cultivo de alimento, construção de casas, criação de animais, fábricas, indústrias. O petróleo floresce como grande fonte de energia, combustível fóssil que não harmoniza o ciclo do carbono, alterando a concentração deste elemento na atmosfera.

Torna-se importante nos momentos atuais de elevado desenvolvimento econômico, tecnológico, industrial, de avanços fantásticos na medicina, na agricultura buscarmos um equilíbrio nesta relação da expansão de processos econômicos com a preservação do meio ambiente, percebendo que de nada serviria todo este progresso se não tivermos um planeta para habitar, percebendo a relação do homem com a natureza, como um fio do tramo da vida, como um dos seus inumeráveis filhos.

Esta relação harmônica foi sustentada durante muito tempo, somente nos últimos anos alterou-se a biosfera de uma maneira jamais sentida antes, novas tecnologias vêm se mostrando capazes de contribuir para este processo de atualização, todavia esbarram em interesses econômicos que priorizam o menor custo, e ainda continuamos queimando lenha e carvão mineral como nossos antepassados faziam há milhares de anos.

Dentre diversas tecnologias e processos, associadas a educação ambiental e conscientização da população como um todo, faz-se urgente adotarmos medidas de combate ao desperdício, seja ele de qualquer espécie, de água, alimentos, energia; sendo que existem países atualmente que já sofrem com a escassez de água e comida, como países do Oriente Médio e África.

A substituição da Matriz energética mundial representa um passo gigantesco para a diminuição do aquecimento global, pois em sua maioria provém de fontes fósseis e não-renováveis, ao passo que na parcela de geração de energia elétrica o