Como Ordenar as Ideias na Filosofia
Por: Natacha Cardoso • 29/3/2017 • Trabalho acadêmico • 801 Palavras (4 Páginas) • 299 Visualizações
Como ordenar as ideias
Em seu livro “Como ordenar Ideias”, Edivaldo Boaventura nos dá dicas de como construir uma boa comunicação, seja ela escrita ou falada. O autor procurar auxiliar os leitores para que seus pensamentos e ideias não se tornem superficiais, e para isso é necessário esquematizar as ideias criando um plano, ou seja, fazendo a previsão do que vai será exposto, dando assim clareza ao assunto. Sem um plano o trabalho corre o risco de ficar superficial, não se aprofundando em nenhum aspecto.
Para a esquematização das ideias é necessário que haja três etapas:
- Introdução;
- Desenvolvimento do corpo do assunto;
- Conclusão.
Segundo Boaventura, é na introdução que se deve anunciar o tema de maneira que prenda atenção do leitor, sendo a porta de entrada para o trabalho, deve ser convidativa e agradável, porém é preciso que antes de se começar uma introdução o estudante já tenha total domínio sobre o assunto, Boaventura em seu livro cita Boileau: “Antes de escrever, aprenda a pensar.” nos alertando que é preciso refletir antes de anunciar e finalmente quando adentrar profundamente no assunto, recolher todos os pensamentos desorganizados que surgirem e fixar as ideias principais é que surgirá uma boa estrutura para começar o trabalho. “Da mente que reflete, que correlaciona, surge o plano – Pequena Centelha da criação.” (Página 13).
Prosseguindo com a introdução e seguindo com o pensamento do autor, apresentarei as características fundamentais para uma boa introdução:
- “Ela precisa conter certa dose de entusiasmo.” (Página 11);
- “Não há porque se precipitar de chofre pelo assunto.” (Página 11);
- “É preciso facilitar a entrada, a intercomunicação, elucidando o que se vai dizer, sem subterfúgios.” (Página 13);
- “Anuncia-se o assunto da seguinte maneira: Primeiramente define-se a questão e depois indica-se o caminho a se seguir.” (Página 16);
- “Quem comunica, sobretudo oralmente, deve demonstrar a importância ou o interesse prático do assunto.” (Página 16);
Após uma a introdução chega a vez do desenvolvimento e nele é depositada toda a expetativa do ouvinte/leitor adquirida da introdução, Boaventura logo de cara afirma que é necessário dividir o texto por partes, dividindo o assunto para que ele possa ser entendo por parcelas, tornando-o mais comunicativo, segundo ele o corpo do assunto deve ser dividido no mínimo em duas partes e no máximo três. Para ele “Não dividir é considerar tudo dentro de uma mesma hierarquia – Questões principais iguais a questões secundárias (Página 28)”.
As duas divisões do assunto seriam a forma mais prática e fácil de desenvolver o assunto, bastaria apenas a primeira se opor à segunda, sendo ideal para provas, teses, ensaios de cunho universitário e artigos, Boaventura afirma: “Encontrar duas partes que se oponham é ter achado a maneira mais completa de apresentar o assunto (Página 31).” Já a divisão em três partes é indicada e em casos de grandes obras, verdadeiros tratados, trabalhos que cobrem todo um ramo de conhecimento. É importante que nessas divisões haja subdivisões, porém elas não podem distrair a atenção do leitor do tema principal.
Outra dica do autor é a fuga do plano fácil, para não cair na repetição, embora o próprio autor cometa muito este erro durante o texto, talvez por motivos pedagógicos, mas durante a leitura chega a ser um pouco maçante a quantidade de repetições. E mais uma vez citando pensadores franceses (Os quais Boaventura parece ter muito apreço, já que a bibliografia de seu livro é repleta de citações de franceses) Boaventura nos apresenta uma sequência de Divisões Vitandos, sendo elas:
- Referências particulares em uma das partes;
- Divisão fácil separando o texto em: vantagens e desvantagens;
- Comparações;
- Divisão fácil separando o texto em: Causas e consequências;
- Teses opostas;
- Tese única a defender;
- Tema histórico;
- Crítica.
Boaventura ressalta a importância dos títulos para dividir o texto de forma coerente, pois são eles que chamam a atenção do leitor incitando o interesse pela leitura, além do título é necessário que a passagem de uma parte a outra tenha equilíbrio e não se perca em pulos, sem uma transição necessária.
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