Convite A Filosofia
Artigo: Convite A Filosofia. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: Keliin • 1/6/2014 • 1.017 Palavras (5 Páginas) • 403 Visualizações
Convite à Filosofia – Marilena Chaui
Capitulo 3 – As concepções da verdade
• Grego, Latim e Hebraico
Nosso pensamento sobre a verdade vem de muito tempo a partir de três concepções:
I. Grega: O verdadeiro se opõe ao falso, é o evidente ou o plenamente visível para a razão, a verdade é uma qualidade das próprias coisas, se referindo as coisas que são, as coisas e as ideias são consideradas verdadeiras ou falsas.
II. Latina: Se refere a linguagem enquanto narrativa de fatos acontecidos, as coisas tais como foram ou aconteceram, se referindo as coisas que foram.
III. Hebraica: São aqueles que cumprem o que prometem, são fiéis a palavra dada ou a um pacto feito, se referindo as coisas que serão.
• Diferentes teorias sobre a verdade
I. Quando predomina a verdade Grega, considera-se que a verdade está nas próprias coisas ou na própria realidade e o conhecimento verdadeiro é a percepção intelectual e racional dessa verdade. Sua marca é a evidência. Uma ideia é verdadeira quando corresponde à coisa que é seu conteúdo e que existe fora de nosso espirito ou de nosso pensamento. A teoria da evidência e da correspondência afirma que o critério da verdade é a adequação do nosso intelecto à coisa, ou da coisa ao nosso intelecto.
II. Quando predomina a verdade Latina, a verdade depende do rigor e da precisão na criação e no uso de regras de linguagem.
III. Quando predomina a verdade Hebraica, de um acordo ou um pacto de confiança entre os pesquisadores, devem sempre ser respeitadas por todos. A verdade se funda no consenso e na confiança reciproca entre os membros de uma comunidade de pesquisadores e estudiosos.
Existe ainda uma quarta teoria da verdade que define o conhecimento verdadeiro por um critério que não é teórico e sim prático. Trata-se da teoria pragmática, um conhecimento é verdadeiro por seus resultados e suas aplicações práticas, sendo verificado pela experimentação e pela experiência.
• A verdade como evidência e correspondência
Os gregos explicam como o erro, o falso e a mentira são possíveis através de duas respostas:
1. Se referindo a aparência superficial e ilusória das coisas ou dos seres e surgem quando não conseguimos alcançar a essência das realidades. São um defeito ou uma falha de nossa percepção sensorial ou intelectual.
2. Surgem quando dizemos de algum ser aquilo que ele não é, quando lhe atribuímos qualidades ou propriedades que ele não possui ou quando lhe negamos qualidades ou propriedades que ele possui.
A verdade exige que nos libertemos das aparências das coisas.
Tanto os antigos quanto os modernos afirmam que:
1. A verdade é conhecida por evidência;
2. A verdade se exprime no juízo, onde a ideia está em conformidade com o ser das coisas ou com os fatos;
3. O erro, o falso e a mentira se alojam no juízo;
4. As causas do erro e do falso são as opiniões preconcebidas, os hábitos, os enganos da percepção e da memória;
5. A causa do falso e da mentira, para os modernos, também se encontra na vontade, que é mais poderosa do que o intelecto ou o pensamento, e precisa ser controlada por ele;
6. Uma verdade, por referir-se à essência das coisas ou dos seres, é sempre universal e necessária e distingue-se da aparência, pois está é sempre particular, individual, instável e mutável.
7. O pensamento se submete a uma única autoridade: a dele próprio com capacidade para o verdadeiro.
A ideia verdadeira é o conhecimento das causas, qualidades, propriedades e relações da coisa conhecida, e da essência dela ou de seu ser íntimo e necessário.
• Uma outra teoria da verdade
Com a revolução copernicana kantiana, uma distinção muito importante passou a ser feita na filosofia: a distinção entre juízos analíticos
...