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Convite á Filosofia

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Por:   •  25/8/2014  •  6.976 Palavras (28 Páginas)  •  308 Visualizações

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Convite á filosofia

Capítulo 1

A origem da Filosofia

A palavra filosofia

A palavra filosofia é grega. É composta por duas outras: philo e sophia. Philo

deriva-se de philia, que significa amizade, amor fraterno, respeito entre os iguais.

Sophia quer dizer sabedoria e dela vem a palavra sophos, sábio.

Filosofia significa, portanto, amizade pela sabedoria, amor e respeito pelo saber.

Filósofo: o que ama a sabedoria, tem amizade pelo saber, deseja saber.

Assim, filosofia indica um estado de espírito, o da pessoa que ama, isto é, deseja

o conhecimento, o estima, o procura e o respeita.

Atribui-se ao filósofo grego Pitágoras de Samos (que viveu no século V antes de

Cristo) a invenção da palavra filosofia. Pitágoras teria afirmado que a sabedoria

plena e completa pertence aos deuses, mas que os homens podem desejá-la ou

amá-la, tornando-se filósofos.

Dizia Pitágoras que três tipos de pessoas compareciam aos jogos olímpicos (a

festa mais importante da Grécia): as que iam para comerciar durante os jogos, ali

estando apenas para servir aos seus próprios interesses e sem preocupação com as

disputas e os torneios; as que iam para competir, isto é, os atletas e artistas (pois,

durante os jogos também havia competições artísticas: dança, poesia, música,

teatro); e as que iam para contemplar os jogos e torneios, para avaliar o

desempenho e julgar o valor dos que ali se apresentavam. Esse terceiro tipo de

pessoa, dizia Pitágoras, é como o filósofo.

Com isso, Pitágoras queria dizer que o filósofo não é movido por interesses

comerciais - não coloca o saber como propriedade sua, como uma coisa para ser

comprada e vendida no mercado; também não é movido pelo desejo de competir

- não faz das idéias e dos conhecimentos uma habilidade para vencer

competidores ou “atletas intelectuais”; mas é movido pelo desejo de observar,

contemplar, julgar e avaliar as coisas, as ações, a vida: em resumo, pelo desejo de

Convite à Filosofia

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saber. A verdade não pertence a ninguém, ela é o que buscamos e que está diante

de nós para ser contemplada e vista, se tivermos olhos (do espírito) para vê -la.

A Filosofia é grega

A Filosofia, entendida como aspiração ao conhecimento racional, lógico e

sistemático da realidade natural e humana, da origem e causas do mundo e de

suas transformações, da origem e causas das ações humanas e do próprio

pensamento, é um fato tipicamente grego.

Evidentemente, isso não quer dizer, de modo algum, que outros povos, tão

antigos quanto os gregos, como os chineses, os hindus, os japoneses, os árabes,

os persas, os hebreus, os africanos ou os índios da América não possuam

sabedoria, pois possuíam e possuem. Também não quer dizer que todos esses

povos não tivessem desenvolvido o pensamento e formas de conhecimento da

Natureza e dos seres humanos, pois desenvolveram e desenvolvem.

Quando se diz que a Filosofia é um fato grego, o que se quer dizer é que ela

possui certas características, apresenta certas formas de pensar e de exprimir os

pensamentos, estabelece certas concepções sobre o que sejam a realidade, o

pensamento, a ação, as técnicas, que são completamente diferentes das

características desenvolvidas por outros povos e outras culturas.

Vejamos um exemplo. Os chineses desenvolveram um pensamento muito

profundo sobre a existência de coisas, seres e ações contrários ou opostos, que

formam a realidade. Deram às oposições o nome de dois princípios: Yin e Yang.

Yin é o princípio feminino passivo na Natureza, representado pela escuridão, o

frio e a umidade; Yang é o princípio masculino ativo na Natureza, representado

pela luz, o calor e o seco. Os dois princípios se combinam e formam todas as

coisas, que, por isso, são feitas de contrários ou de oposições. O mundo, portanto,

é feito da atividade masculina e da passividade feminina.

Tomemos agora um filósofo grego, por exemplo, o próprio Pitágoras. Que diz

ele? Que a Natureza é feita de um sistema de relações ou de proporções

matemáticas produzidas a partir da unidade (o número 1 e o ponto), da oposição

entre os números pares e ímpares, e da combinação entre as superfícies e os

volumes (as figuras geométricas), de tal modo que essas proporções e

combinações aparecem para nossos órgãos dos sentidos sob a forma de

qualidades contrárias: quente-frio, seco-úmido, áspero-liso, claro-escuro, grandepequeno,

doce-amargo, duro-mole, etc. Para Pitágoras, o pensamento alcança a

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