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Cultura: Um Conceito Antropológico

Por:   •  15/9/2016  •  Monografia  •  1.957 Palavras (8 Páginas)  •  462 Visualizações

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RESENHA

LARAIA, Roque de Barros, Cultura: um conceito antropológico. 23. ed. Rio de Janeiro: Zahar, 2009.

  • APRESENTAÇÃO DO AUTOR[1]

Roque de Barros Laraia, é professor emérito da UnB. Iniciou sua carreira, como antropólogo, no Museu Nacional da UFRJ. Em 1969 transferiu-se para UnB, onde dirigiu o Instituto de Ciências Humanas, sendo promovido a professor titular em 1982. Doutor pela USP realizou pesquisas de campo entre os índios Suruí, Akuáwa-Asurini, Kamayurá e Urubu-Kaapor.

Membro de associações cientifica do país e do exterior presidiu a Associação Brasileira de Antropologia (1990-92) e foi eleito presidente da Associação Nacional de Pós-graduação e Pesquisa em Ciências Sociais (Anpocs) em 2000. Integrou a primeira comissão coordenadora do Pronex e os comitês de assessores do CNPq e da Capes. Atualmente é membro do Conselho Consultivo do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional e do Conselho Nacional de Imigração.

É autor de Índios e castanheiros (com Roberto da Matta, 1967), Tupi, índios do Brasil atual (1987) e Los índios de Brasil (1993), organizador da coletânea Organização social (1969) e tem inúmeros artigos publicados em revistas especializadas.

  • INTRODUÇÃO

O livro é dividido em duas partes, sendo a primeira parte, vindo tratar do desenvolvimento do conceito da cultura, mostrando ao leitor os diferentes tipos de cultura, retrocedendo ao pensamento iluminista até os autores modernos, e a segunda demostra como a influencia cultural de um individuo interfere no seu comportamento social mostrando os comportamentos sociais dos indivíduos que são influenciados por sua cultura, mostrando suas diversificações, seu dinamismo e sua própria lógica.

A obra vem trazer reflexões com a finalidade de tentarmos entender como a cultura interage e ate que ponto interfere na vida social do individuo.

PRIMEIRA PARTE

  • DA NATUREZA DA CULTURA OU DA NATUREZA À CULTURA

A espécie humana possui uma diversidade cultural muito ampla. Costumes, credos e culturas os diferenciam. A identidade de um povo pode ser vista através de sua cultura, do seu modo de viver, ou da aculturação em sua adaptação à sociedade. Somos todos iguais, porem nos diferenciamos um dos outros através de nossas culturas.

Muitos estudos foram realizados com a finalidade de tentar explicar diferentes comportamentos entre homens, porém, sem muito êxito, um dilema desse gênero é muito complexo para se explicar ou entender. Nossa sociedade é composta por diversificações culturais. Sociedades julgam-se serem melhor que outras pelo fato de possuírem culturas, segundo elas, mais aperfeiçoadas e/ou aprimoradas, devido à sua “civilização”.

Praticas intoleradas em algumas culturas, podem pra outras possuírem significados muito relevantes, e vice-versa.

  • O DETERMINISMO BIOLÓGICO

A antropologia tenta explicar o porquê de existirem tantas diversificações de comportamentos culturais entre as sociedades. Segundo os antropólogos, qualquer criança pode sofrer uma aculturação de sua gênese, se a mesma for extraída do seio de sua cultura ao nascer e levada para ser criada em outra cultura, a mesma, absorverá os costumes e comportamentos que essa cultura lhe conceder.

O gênero físico, sexual, fisiológico e anatômico é diferenciado na espécie humana, porém não determina diferenças comportamentais, o que numa cultura é atribuído a um sexo em outra pode ser atribuída ao sexo oposto, assim explica a antropologia. O diferente comportamento agido entre sexos opostos não tem relações biológicas, como hormônios, por exemplo, mas sim consequentes da educação cultural na qual são expostos no decorrer de sua formação.

  • O DETERMINISMO GEOGRÁFICO

Teorias desenvolvidas por geógrafos no fim do século XIX e no inicio do século XX, ganharam ênfase ao determinarem que diferenças geográficas interfiram na diversificação cultural do individuo. A partir de 1920, antropólogos contestaram tais teorias, e afirmaram há uma limitação nessa influência e que é possível haver diversidade cultural em um mesmo espaço geográfico.

A antropologia moderna vem reconstruir o conceito de fragmentações teóricas dessas diversidades culturais.

  • O DESENVOLVIMENTO DO CONCEITO DE CULTURA

Edward Tylor foi o primeiro antropólogo a definir a cultura humana como um fenômeno natural, que sofre mutações ao se desenvolver em sociedade. Na metade do século XIX, Tylor confronta-se com teorias de natureza sagrada do homem, chegando a reafirmar a igualdade da natureza humana. Sua preocupação era mostrar a igualdade humana, mostrando suas diversidades culturais.

Na década de 60, do século XIX, estudiosos tentaram analisar o desenvolvimento das instituições jurídicas. Estudos comprovam que sociedade mais avançadas, possuíam uma “cultura mais elevada”. Tylor critica tais teorias, pois para ele, não podia se deixar de lado, toda a questão do relativismo cultural, e por mais utópico que seja tais teorias não explicam as diversidades culturais existentes em nossas sociedades.

Um antropólogo americano, Alfred Kroeber (1876-1960) publicou um artigo mostrando como a cultura age sobre o homem, explicando contrariedades de crenças populares. Tentando evitar contradições de pensamentos do que era cultural e do que era biológico, ou seja, aquilo que era do organismo humano.

Podemos afirmar que o homem é produto do meio, ele sofre influências da mesma forma que influencia a sociedade em que vive. Cultura é bem mais do que uma herança genética é uma justificativa dos comportamentos do homem tanto na forma de viver, agir ou pensar. Todos os desenvolvimentos físicos e ate mesmo biológico sofrido pelo homem é uma herança de uma cultura exercida pelos seus antepassados os ensinaram.

  • IDÉIA SOBRE A ORIGEM DA CULTURA

A principal preocupação dos estudiosos com relação à cultura era tentar explicar sua origem. A cultura seria, então, o resultado de um cérebro mais volumoso e complexo, afirma o Kenneth, ou seja, a cultura teve sua origem com homem, que foi se evoluindo e ao longo do tempo, de acordo com suas necessidades, ou seja a cultura deve ser compreendida como uma característica de cada espécie, em outras palavras nós somos produtores e reprodutores de cultura.

  • TEORIAS MODERNAS SOBRE CULTURA

Ao longo do tempo, muitas teorias no meio antropológico foram construídas, para tentar a reconstrução do conceito de cultura, e não podemos jamais de forma alguma desprezar nenhum dos conceitos, já que todos de forma particular possuem a sua verdade acerca da temática que por sinal é muito ampla.

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