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Cultura de Gertsy e homem

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Por:   •  20/5/2014  •  Tese  •  904 Palavras (4 Páginas)  •  322 Visualizações

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A cultura segundo Geertz e o homem*

Há momentos em que se discute a importância das perguntas e das respostas. Os defensores das resoluções objetivas sentem pavor de não encontrar as sentenças definitivas de tudo ao redor da humanidade e nela mesma, já os partidários da incógnita acham um absurdo a vida sem a questão, a dúvida e a curiosidade. Clifford Geertz em seu texto Transição para a Humanidade não tem o objetivo de ajudar e muito menos solucionar esse impasse, porém enriquece outro, que antecede a este. “Como ocorreu a transição do macaco para o homem?”

Antes de compreender o processo evolutivo que deu origem ao homem, nos deparamos com a necessidade de definir o ser humano e o animal. Um dos critérios utilizados para essa distinção é a cultura, e certa linha de raciocínio admite que somente o homem produz cultura e os outros animais não apresentam essa capacidade; tal ideia é defendida por Geertz. Mas ao analisarmos a ação animal e o conceito de cultura na visão geral e popular de uma forma mais criteriosa, veremos que utilizar a cultura como delineador da ideia de ser humano talvez seja superficial.

A grande maioria das pessoas define cultura como tudo que o homem realiza e transmite às futuras gerações como, linguagem, arte, conhecimento e comportamento; assim cultura é realização. A extensão dessa resumida definição feita de forma espontânea do termo cultura, engloba o próprio existir do humano, pois conceber o estar no mundo sem nenhuma realização, em um total isolamento, implica em admitir a possibilidade da ausência de conexão entre o ser existente e o espaço de existência; o que não parece sensato. Expressar-me-ei em outros termos. Uma mulher da a luz a um bebê com merocrania¹ que sobrevive por dois anos². Durante esse tempo, mesmo sem desenvolver a linguagem, a arte e o conhecimento, tal indivíduo não existiu isoladamente e produziu cultura se tomarmos como base esse conceito comum, pois ele realizou ao tornar efetivo seu existir no momento que levou sua mãe a se dedicar por amor a um ser de sua própria espécie, além de promover debates na sociedade envolvendo, filosofia, religião e as leis civis; sua passagem pelo mundo não foi insignificante visto que as gerações futuras terão acesso à repercussão do fenômeno que foi sua vida.

Os animais, assim como os seres humanos, estão no mundo e estabelecem vínculos e produzem sobre o ambiente. Eles vão em busca de seu alimento, se reproduzem, são capazes de exterminar uma outra espécie e mudarem, mesmo que sutilmente, a vegetação de uma região. É evidente que eles detêm a habilidade de fazer no mundo e que transmitem por via genética essa habilidade aos seus sucessores, e tal capacidade de agir e perpetuar essa ação, é atributo suficiente para admitir o animal como um ser cultural, tendo como base esse conceito raso de cultura.

Geertz atribui apenas ao homem a cultura e o aparecimento gradual e crescente, no sentido qualitativo, desta nos austhralopithecus e nas espécies seguintes, fez o homem de hoje somaticamente no decorrer de milhões de anos. Mas de acordo com esse conceito de cultura, o qual a entende como a capacidade de produzir e transmitir a outrem o potencial de reproduzir o anteriormente produzido, a cultural não surgi, visto que é inerente aos seres vivos, mas se especializa, pois se apresenta no animal e no homem de forma diferente. Desse modo, a cultura ocorre

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