Democracia
Resenha: Democracia. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: 0954 • 2/7/2014 • Resenha • 380 Palavras (2 Páginas) • 332 Visualizações
Desde que se organizou em grupo, desde que reconheceu a necessidade da vida em sociedade, ou mesmo quando percebeu a importância de uma vida política, o homem tem procurado incessantemente construir formas criteriosas de organização coletiva, onde de uma certa maneira todos possam se sentir autores dos seus destinos, ou pelo menos construir um destino mais ou menos comum. Mesmo que tal busca fosse um desejo, um impulso natural de afirmação da condição humana de associativismo segundo Aristóteles, a história nos ensina que a maioria sempre esteve ausente do processo decisório quando o assunto se torna os negócios da cidade. Até em uma sociedade desenvolvida como a ateniense, que marcadamente se caracterizou por inventar um sistema governativo onde todos os cidadãos pudessem de alguma forma expressar dúvidas, insatisfações, perspectivas e um debate permanente dos interesses sempre públicos, amargou contínuas manobras por parte daquele grupo insatisfeito em compartilhar o poder. Mesmo sendo de amplo espectro, a democracia ateniense se via as turras com os aristocratas ciosos de suas prerrogativas, e furiosos por vê-las em discussão na agora, debatida e votada por todo cidadão ateniense maior de vinte anos.
A experiência ateniense não foi suficiente para cravar no coração da história uma linha de continuidade que ensejasse uma necessidade permanente, que por sua vez gerasse uma condição sine qua non de organização política. Talvez Platão tenha detectado o problema da derrocada da democracia ateniense quando afirmou que Péricles e sucessores, não formaram nos homens valores correspondentes por meio de processos pedagógicos. Estando certo ou errado, Platão percebeu que instituições só são válidas quando afinadas culturalmente, por isso sua preocupação sempre esteve voltada para o problema da educação, instrumento pelo qual o poder público constrói valores dirigidos para uma verdadeira vida em sociedade. Vale lembrar que Platão foi o primeiro pensador político a pensar educação como instituição, como algo permanente e eficaz na condução dos negócios públicos. Sua visão de uma educação obrigatória, aos cuidados do poder público, foi uma sacada tão profunda que, hoje, os mais variados sistemas governativos adotam tal critério de formação cultural. E mesmo os liberais mais convictos do século XIX, defenderam a educação obrigatória enquanto instituição, isso porque de uma forma ou de outra garantia a expansão do desenvolvimento de suas próprias idéias e a sobrevivência de suas teses.
...