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Ensaio Sobre Utilitarismo e Ética do Dever

Por:   •  30/11/2022  •  Dissertação  •  878 Palavras (4 Páginas)  •  94 Visualizações

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Em 1789, o filósofo inglês Jeremy Bentham lançou seu livro “Uma Introdução aos Princípios da Moral e da Legislação”, cuja teoria filosófica principal foi o Utilitarismo, pautado em questões comportamentais e na sujeição dos princípios de dor e prazer. Jeremy, ao lançar seu livro, foi o primeiro filósofo a comentar sobre essa linha de pensamento e como ela pode influenciar nas diversas decisões e ações com que a natureza humana lida diariamente. Assim, o princípio da utilidade se baseia em fundamentos levados pela razão, principalmente pela razão quantitativa, ou seja, a decisão correta a ser tomada é aquela que vai impactar da forma mais positiva possível a maior quantidade de pessoas, ou uma em específico. Nesse viés, os ideais dessa linha de pensamento são explicados de forma clara no livro mencionado acima em: “Por conseguinte, afirmar-se-á que uma determinada ação está em conformidade com o princípio da utilidade, ou, para ser mais breve, à utilidade, quando a tendência que ela tem a aumentar a felicidade for maior do que qualquer tendência que tenha a diminuí-la” (BENTHAM, 1789).

À luz desse pensamento, Jeremy defende que a sociedade como um todo deveria se alinhar ao utilitarismo, ao passo que ele busca, em todos os momentos, os melhores interesses da comunidade, sendo isso a soma dos interesses particulares dos indivíduos que a compõe. Desse modo, o que vale é a quantidade de felicidade gerada por uma ação, desconsiderando outras características como a qualidade, o que leva a um chamado “hedonismo quantitativo”, nos termos do filósofo. Outrossim, ele acredita que sua teoria não possa ser refutada, ao passo que, em um cenário em que um indivíduo acredite em outra teoria moral, tal alternativa deveria ser influenciada pelo utilitarismo, senão seria rejeitada caso causasse mais prejuízos do que benefícios.

Dessa forma, fica claro que as principais fortalezas desse princípio da utilidade é o viés de “democratizar a felicidade”, ou seja, tomar devidas decisões e ações, a fim de que o maior número de indivíduos seja beneficiado. Em contrapartida, nessa mesma linha de raciocínio pode-se encontrar uma das principais limitações da teoria, sendo essa a negligência em relação ao individual quando se considera o todo, isto é, uma forte tendência a priorizar um certo grupo maior de indivíduos em detrimento de outro menor ou de algum indivíduo independente.

Nesse sentido, o filósofo John Stuart Mill, cuja linha de pensamento foi publicada em 1861 na obra “Utilitarismo”, se contrapõe a Bentham, à medida que este sobrevaloriza a quantidade. Com isso, Mill desenvolve sua teoria ao redor dos princípios da utilidade em relação à qualidade das ações. Ao contrário da anterior, esse raciocínio foi denominado de “hedonismo qualitativo” e recebe menos críticas em relação à “frieza” na sua forma de análise de diversas situações, a fim de se chegar a uma determinada decisão, senda essa pautada em questões mais lógicas e consistentes.

Apesar dessa teoria ter se popularizado muito durante os séculos XVIII e XIX, também havia outra muito influente na sociedade, chamada Ética do Dever, desenvolvida por Immanuel Kant. De acordo com sua teoria moral, os seres humanos são tidos como livres e garantidores de suas liberdades de escolha. Nessa linha de pensamento, Kant acreditava que a razão era indispensável

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