Etica - Adolfo Sanchez Vazquez (resenha Capitulo 1, 2 E 3)
Artigos Científicos: Etica - Adolfo Sanchez Vazquez (resenha Capitulo 1, 2 E 3). Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: juniorbalero • 18/3/2015 • 1.870 Palavras (8 Páginas) • 11.545 Visualizações
ÉTICA
CAPÍTULO I – OBJETO DA ÉTICA
1. Problemas morais e problemas éticos
O autor cita casos em que uma ação pode afetar de um indivíduo até uma nação inteira, onde a solução fica por parte de alguns poucos indivíduos, os quais agem de acordo com as normas da moral.
O comportamento prático-moral varia de uma época para outra, de uma sociedade para outra e provoca uma reflexão sobre ele. Assim é transferido do plano de pratica moral para o da teoria moral (da moral efetiva para a reflexiva)
A ética tem a tarefa de investigar o conteúdo do bom, e não a maneira como o individuo age para que seu ato seja considerado bom.
2. O campo da ética
“O ético transforma-se assim numa espécie de legislador do comportamento moral dos indivíduos ou da comunidade. Mas a função fundamental da ética é a mesma de toda teoria: explicar, esclarecer ou investigar uma determinada realidade, elaborando os conceitos correspondentes.”
3. Definição da ética
Não se pode confundir a ética e a moral. A ética também não cria a moral.
A ética não estabelece os princípios, normas ou regras de comportamentos supostos pela moral. Quando já há praticas morais em vigor, a ética vem para determinar a essência da moral.
“A ética é a teoria ou ciência do comportamento moral dos homens em sociedade.”
4. Ética e Filosofia
“A ética é então apresentada como uma parte de uma filosófica especulativa, isto é, constituída sem levar em conta a ciência e a vida real. Esta ética filosófica preocupa-se mais em buscar concordância com princípios filosóficos universais do que com a realidade moral no seu desenvolvimento histórico e real.”
“A ética nunca pode deixar de ter como fundamento a concepção filosófica do homem que nos dá uma visão total deste como ser social, histórico e criador.”
5. A Ética e outras ciências
Os atos morais são motivados por fatores internos, psíquicos, impulsos, atividades da consciência, etc... Neste aspecto psíquico, subjetivo, inclui-se também a atividade subconsciente. Sendo a atividade moral sempre vivida interna ou intimamente pelo sujeito em um processo subjetivo para cuja elucidação contribui a psicologia.
Toda ciência do comportamento humano pode trazer uma contribuição proveitosa para a ética como ciência da moral. Por isso, também a teoria do direito pode trazer semelhante contribuição, graças à sua estreita relação com a ética, visto que as duas disciplinas estudam o comportamento do homem como comportamento normativo.
“A ética se relaciona também com a economia política como ciência das relações econômicas.”
CAPÍTULO II – MORAL E HISTÓRIA
1. Caráter histórico da moral
“O significado, função e validade não podem deixar de variar historicamente nas diferentes sociedades. Portanto, a moral é um fato histórico[...] mutável com o tempo.”
Este a-historicismo moral, no campo da reflexão ética, segue três direções fundamentais:
Deus como origem ou fonte da moral
A natureza como origem ou fonte da moral
O homem como origem ou fonte da moral
Embora a moral esteja no homem desde as sociedades mais primitivas, a moral muda e se desenvolve de acordo com o desenvolvimento da sociedade e o tempo.
2. Origens da moral
A moral só existe quando o homem faz parte de um coletivo, quando está em contato com a sociedade, família, etc...
A moral foi utilizada pelos homens primitivos para unir seus trabalhos e ganhar força contra a natureza. Assim nasce a moral com a finalidade de assegurar a concordância do comportamento de cada um com os interesses coletivos.
3. Mudanças histórico-socias e mudanças da moral
Com a desigualdade de bens tornou-se possível a apropriação privada dos bens ou produtos do trabalho alheio.
A divisão da sociedade antiga em duas classes antagônicas fundamentais traduziu-se também numa divisão da moral. Esta deixou de ser um conjunto de normas aceitas conscientemente por toda a sociedade, existindo duas morais: uma, dominante, dos homens livres, e outra, dos escravos. A moral dos homens livres não só era uma moral efetiva, vivida, mas tinha também seu fundamento e sua justificação teórica nas grandes doutrinas éticas dos filósofos da Antiguidade, especialmente em Sócrates, Platão e Aristóteles.
O indivíduo se sente membro da comunidade, sem que, de outro lado, se veja – como nas sociedades primitivas – absorvido totalmente por ela.
Com o desaparecimento do mundo antigo, que assentava sobre a instituição da escravidão, nasce uma nova sociedade cujos traços essenciais se delineiam desde os séculos V-VI de nossa era, e cuja existência se prolongará durante uns dez séculos. Trata-se da sociedade feudal, cujo regime econômico-social se caracteriza pela divisão em duas classes sociais fundamentais: a dos senhores feudais e a dos camponeses servos; os primeiros eram donos absolutos da terra e detinham uma propriedade relativa sobre os servos, presos a ela durante a vida às quais pertenciam e que não podiam abandonar. Eram obrigados a trabalhar para o seu senhor e, em troca, podiam dispor de uma parte dos frutos do seu trabalho, tinham direito à vida e formalmente reconhecia-se que não eram coisas, mas seres humanos.
A moral da sociedade medieval correspondia assuas características econômico-sociais e espirituais. A moral estava impregnada de conteúdo religioso, tal conteúdo garantia uma certa unidade moral da sociedade.
4. O progresso moral
Se compararmos uma sociedade com outra anterior podemos objetivamente estabelecer uma relação entre as suas morais respectivas e considerar que uma moral é mais avançada.
O progresso histórico resulta da atividade produtiva, social e espiritual dos homens, o progresso histórico é fruto da atividade coletiva dos homens como seres conscientes, mas não de uma atividade comum
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