Etnico Racial
Casos: Etnico Racial. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: eliezersouza83 • 4/10/2014 • 598 Palavras (3 Páginas) • 235 Visualizações
Em 1933, é publicado o livro Casa-grande e senzala, de Gilberto Freyre. A obra, que se
tornaria um dos grandes clássicos da sociologia brasileira, rebatia as teorias, até então dominantes,
que apregoavam a inferioridade do mestiço e justificavam cientificamente o racismo. As teorias
raciais que adentraram o Brasil em meados do século XIX explicavam a desigualdade social entre
brancos e negros como um fato dado pela natureza supostamente inferior dos negros. Por meio
de medições de crânio e comparações entre os diferentes fenótipos, esses teóricos afirmavam
que haveria uma desigualdade biológica entre as pessoas. Com o fim da escravidão (1888) e a
proclamação da República (1889), essas teorias seriam usadas politicamente para justificar as
desigualdades sociais que continuaram a existir em relação aos escravos libertos. Ao mesmo
tempo, o fim da escravidão no Brasil era visto como um processo mais brando do que ocorrera em
outros países, uma vez que aqui não teria sido implantada uma política oficial de segregação depois
da Abolição.
No Brasil, as teorias raciais nem sempre se opunham à miscigenação. Ao contrário, o
incentivo à imigração europeia foi feito com o objetivo de branquear a população. A cor branca
passa, assim, a ter um valor social mais elevado e os conflitos não são tematizados em termos
raciais. Na década de 1930, esse cenário se altera de modo mais radical. A mestiçagem deixa de
ser vista como um meio para atingir o branqueamento e passa a ser considerada não só em termos
biológicos, mas também como uma mestiçagem cultural. É neste contexto, que Gilberto Freyre
publica Casa-grande e senzala.
Freyre, que estudou nos Estados Unidos com um dos precursores da antropologia
americana moderna, Franz Boas, teceu sua interpretação a partir da perspectiva culturalista, que
refutava o determinismo biológico. Desse modo, na obra de Gilberto Freyre, a cultura brasileira
é tratada como uma totalidade na qual se integram os aspectos econômicos, o meio ambiente, a
cozinha, as religiões, os rituais e os comportamentos humanos. No Brasil, teria se dado, segundo
ele, uma colonização marcada pela miscigenação de portugueses, índios e africanos, havendo
uma interpenetração dessas três culturas, que teve como resultado uma formação nacional muito
singular. Gilberto Freyre se contrapõe aos argumentos de muitos de seus contemporâneos, que
consideravam a mestiçagem como causa para a miséria e para a indolência do povo brasileiro.
Freyre destacará, ao contrário, que muitos dos problemas seriam provenientes do
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