FILOSOFIA DE NIETZCHE
Ensaios: FILOSOFIA DE NIETZCHE. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: • 10/11/2013 • 4.764 Palavras (20 Páginas) • 961 Visualizações
SUMÁRIO
Introdução 2
1 A vida e morte de Friedrich Nietzsche 3
1.1Infância 3
1.2 Adolescência 3
1.3 Juventude 3
1.4 Maturidade 5
1.5 Morte 5
2 Época vivenciada por Nietzsche 6
2.1 Origens mais remotas da decadência 6
2.2 Niilismo e Nietzsche 7
3. Inserção de Nietzsche contexto no contesto histórico 8
3.1 Nietzsche o facismo e o nazimos 8
3.2 A influecia de Nietzsche no nazismo e no fascimo 10
3.3 Netzsche e a Sgunda Grra Mundial 10
3.4 Porque associam Nietzsche ao nazismo? 11
4-As obras de Nietzsch 12
4.1 Principais obras 14
5. O Pensamento 20
6. Influência de Nietzsche nos futuros pensadores 20
Introdução
1 A vida e morte de Friedrich Nietzsche
Friedrich Wilhelm Nietzsche (1844-1900) nasceu em quinze de outubro de 1844 em Röcken, na Saxônia, filho de uma família de pastores protestantes. Seu pai e seus dois avôs eram pastores protestantes.
1.1Infância
Nietzsche teve muito desse espírito religioso durante a infância, tudo levava a crer que ele continuaria a linhagem de religiosos de sua família. EM 1849, morreu seu pai e seu irmão.
Cresceu em um ambiente feliz , era um ótimo aluno e sempre tranqüilo. O cuidado oferecido pelas mulheres da família fez com ele se tornasse um pouco receoso as outras pessoas.Nao gostava de pessoas extravagantes, bagunceiras .
Chamado de o pequeno pastos pelos colegas de escola, Nietzsche , gostava da calmaria para poder estudar e ler a bíblia, desta maneira tornou-se rejeitado pelos colegas.
E um de seus últimos livros autobiográficos Ecce Homo- como chegar a ser o que é, conta que como seus colegas duvidavam de uma história dele, deixou alguns palitos de fósforos queimarem até fim na palma de sua mão.
1.2 Adolescência
Aos Quatorze anos Nietzsche conseguiu uma bolsa de estudos na escola de Pforta, O Romantismo teve uma importância decisiva na juventude de Nietzsche.
Ainda na adolescência estudou muito a bíblia, o latim, autores clássicos, grego e a cultura grega. Gostou muito de Platão e Ésquilo, partiu então para Bonn, onde estudou filosofia e teologia.
1.3 Juventude
Aos 23 anos é chamado para o serviço militar, mas teve um acidente quando montava a cavalo. Seus músculos peitorais se distendem. Completou seus estudos em Leipzig, e realizou estudos sobre Homero, Diógenes Laércio (século III) e Hesíodo (século VIII a. C). A partir desses estudos, aos 24 anos, foi nomeado professor de Filosofia Clássica em Basiléia e professor de filologia clássica da Universidade de Leipizig.
A guerra franco-prussiana e Nietzsche ao 23 aos participa como enfermeiro do Exército, porem ele sofre de uma crise de difteria que o impediu de continuar seus trabalhos na guerra, foi quando ainda sob o efeito dos sentimentos traídos por este fato ele publica o seu primeiro livro, "O Nascimento da Tragédia no Espírito da Música" (1871)
1.4 Maturidade
Quase cego Nietzsche, aos 35 anos de idade se viu obrigado a abandonar sus funções na universidade. A partir daí começou a dedicar-se a escrita.
Muito abatido com a rejeição por parte de Lou Andréas Salomé, jovem finlandesa com quem pretendia se casar, o filósofo voltou a morar com a mãe e a irmã, sempre demonstrando solidão e sofrimento.
Aos45 anos ele publicou seu livro A gaia ciência e conheceu Paul Rée e Lou Salomé, onde se iniciou um triangulo amoroso
Em 1883, Nietzsche publica Assim falou Zaratustra (Partes I e II), sua obra-prima. Em 1884 e 1885, viriam as partes restantes. Em 1885, Nietzsche leu e estudou as Confissões de Santo Agostinho, e, em 1887, descobriu Dostoiévski. Em 1888, produziu varias obras como: e o Ecce homo e O Anticristo.
Pouco tempo depois de completar 45 Nietzsche teve um colapso, foi diagnos¬ti¬¬cada uma “paralisia progressiva”, provavelmente originada por uma infecção sifilítica contraída na juventude.
1.5 Morte
Elisabeth Nietzsche, sua irmã, notando a falta de saúde de seu irmão inicia seus primeiros roubos as obras dele. Sua primeira atitude e impedir a a segunda edição do Zaratustra. A partir de então, passou a acontrolar a carreira filosófica de Nietzsche. A manipulação e roubo das obras prosseguiram mesmo após a morte do filosofo
Elisabeth se apossava de notas e rascunhos de Nietzsche, muitas vezes infiéis às idéias do autor. falsificou algumas cartas do filósofo, responsáveis em parte pela má fama que cairia sobre ele anos mais tarde, como profeta da ideologia alemã que veio a culminar no na¬zismo.
Os sinais da paralisia avançam ainda mais , e aos 51 anos, o filósofo falece em Weimar, cidade para a qual a família o levara junto com o arquivo de suas obras e escritos.
2 Época vivenciada por Nietzsche
2.1 Origens mais remotas da decadência
Deve-se ao cristianismo, segundo Nietzsche, a origem mais remota da crescente debilitação da elite européia, na medida em que aquela religião retirou dela, da antiga casta nobre, a capacidade de retaliação. Esta era necessária para afirmá-la como poder, mas devido à pregação da tolerância, e pelo exercício inútil da piedade, da compaixão e do perdão, a velha estirpe se enfraqueceu, senilizou-se.
O cristianismo é uma religião de escravos que louvava a pobreza, a humildade (dos pobres é o Reino dos Céus) e a covardia (dar a outra face), opondo-se à ética dos fortes, dos senhores romanos. O ódio paulino ao sexo nada mais era do que um disfarce do ódio que o cristianismo devota à vida, devido ao sentimento de inferioridade intrínseca daqueles que se ressentiam contra os seus dominadores. A influência dos evangelistas envenenou Roma, contribuindo para a sua decadência ao fazer com que o senhores do império perdessem o elã e a crueldade que era preciso para manter coeso o seu domínio do mundo. Os conceitos de bem e do mal estão superados porque Deus morreu, logo era preciso encarar a realidade e concentrar a atenção na elaboração de uma outra ética que se baseasse apenas na força do caráter e da personalidade do indivíduo.
A expectativa de Nietzsche, a única esperança que ele vislumbrou para evitar a bancarrota da grande cultura ocidental, ameaçada pelo mau gosto do populacho e pela possível insurreição das massas (como correra com a Comuna de Paris em 1871), era aguardar a chegada do super-homem. A ele, a este novo messias, estaria reservada a tarefa hercúlea de enquadrar a plebe, reprimindo seus anseios político e sua desqualificação estética. O super-homem não existia na época em que Nietzsche viveu, mas profetizou sua chegada para o futuro. Ele é quem executaria a transmutação dos valores, fazendo com que "Bom" e "Justo" voltassem a ser associado a "Nobre" e "Digno", e não mais a "Pobre" ou "Humilde", como ocorria na moral cristã.
2.2 Niilismo e Nietzsche
O niilismo no sentido estrito, enquanto conceito e problema teórico surgiu na Europados oitocentos. No século XIX, decadência, pessimismo e niilismo eram termos de freqüente circulação entre escritores, críticos e filósofos europeus.
O conceito ganhou ressonância na obra de Turguêniev, que popularizou a palavraniilismo com sua obra Pais e Filhos, romance político escrito no momento que a Rússia vivia tardiamente. Nitzsche, ao longo de suas reflexões fragmentárias, em estilo aforismático e perspectivista, analisa o problema do niilismo em suas nuances, apresentando quatroconceitos fundamentais: “niilismo completo”, “niilismo incompleto”, “niilismo ativo” e“niilismo passivo
Que os valores supremos desvalorizem-se. Falta o fim; falta a resposta ao ‘Por quê’” (NIETZSCHE,2008, p. 29)
O niilismo passivo: caracteriza a perda do sentido dos valores estabelecidos. Motivo de ressentimento, regressão e declínio, é incapaz de criar novos valores
O niilismo incompleto: é aquele em que os novos valores estão ocupandoo mesmo lugar dos anteriores, isto é, preservando o ideal supra-sensível e a crença nadualidade do mundo. Por exemplo, o homem moderno havia quebrado os ídolos religiosos emnome da autonomia da razão; entretanto, a humanidade continuou desvalorizando a vida emnome de valores abstratos e superiores
O niilismo incompleto: é alimentado pelos pensadores e poetas que criticam o projetomoderno com o intuito de rejuvenescê-lo, aprimorá-lo ou reformá-lo. Nietzsche, emcontrapartida, quer superar o projeto moderno a partir de uma tresvaloração de todos osvalores. Assim teríamos o niilismo completo
O niilismo completo: revela-se como niilismo ativo, aquele que promove e acelera o processo do crepúsculo dos ídolos, isto é, a tresvaloração de todos os valores, solapando osantigos princípios: “Destruímos porque somos uma força [...] Sim, uma força que não tem de prestar contas de nada”, afirma Arkádi (TURGUÊNIEV, 2004, p. 89)
3. Inserção de Nietzsche contexto no contesto histórico
Nietzsche faz duras críticas aos valores tradicionais da sociedade, representados pelo cristianismo e pela cultura ocidental. O pensamento, para libertar, deve ser livre de qualquer forma de controle moral ou cultural.
Alemão fundamentou sua ética no que acreditava ser o instinto humano mais essencial: a vontade de poder. Nietzsche criticou o cristianismo e os sistemas morais de outros filósofos como "morais escravas", porque prendiam todos os membros da sociedade com normas universais de ética.
enorme polêmica que envolve até hoje a real importância do pensamento de Nietzsche para o surgimento do nazismo, ou pelo menos fornecendo-lhe o vocabulário estridente e várias expressões ideológicas, nos obriga a arrolar a evidente similitude do pensamento nietzscheano com o que veio a acontecer depois na Alemanha de 1933. Afinal, a irmã dele, Elizabeth Vöster-Nietzsche deu a bengala do filósofo para Hitler quando ele visitou-a em Weimar em 1932. Para ela, aquele presente foi um símbolo que representou a transmissão de uma missão! Do teórico ao prático. Do filósofo que passara os seus últimos anos de vida alienado e entrevado ao homem de ação.
3.1 Nietzsche o facismo e o nazimos
Após a 1ª Guerra Mundial, a Itália e a Alemanha esperavam ser compensadas devido aos enormes prejuízos bélicos, econômicos, políticos, sociais, etc. em seus países.
O Partido Fascista, fundado em 1919 também finaciado pela alta burguesia que queria impedir que o comunismo chegasse ao poder. Mas 2 anos depois, nas eleições parlamentares, a vitória é do comunismo, elegendo mais de 150 “deputados” comunistas e pouco menos de 50 fascistas. Assim, com vitória do comunismo, o poder é assumido pelo mesmo. O partido fascista não aceita e em 1922, acontece a “Marcha sobre Roma”, apoiada por mais de 40 mil fascistas. O rei, pressionado pela Marcha, escolheu não colocar o comunismo no poder, colocando Mussolini (líder fascista) como primeiro ministro.
Em 1925 a ditadura fascista é consolidada.
O nazismo é fundado na mesma época que o fascismo, mas alguns anos depois. A Alemanha sofria os efeitos da I G.M. e do Tratado de Versalhes. No ano de 1919, ocorre a tentativa de golpe comunista. Quatro anos após o golpe, a Alemanha sofre uma hiperinflação e é fundado o partido nazista, também apoiado e financiado pela burguesia para fazer frente ao comunismo. Devido aos empréstimos dos E.U.A., o país alemão tem um breve período de estabilidade (1924 – 1930), mas não dura muito, pois a Crise de 1929 faz com que os Estados Unidos comecem a cobrar as dívidas e a Alemanha começa uma grande crise, causando milhares de desempregados.
No ano das eleições, 1932, o Partido Nazista elege 40% dos deputados, e diferente da Itália, um ano depois, Hitler foi escolhido pelo presidente alemão para assumir o cargo de primeiro ministro, pois o Partido Nazista ficou com a maioria dos eleitos. Em 1934, Hindenburg (presidente alemão) morre e Adolf Hitler assume o poder e começa a desrespeitar o Tratado de Versalhes.
Algumas das características fascistas e nazistas:
Xenofobia;
Nacionalismo;
Controle da sociedade pelo estado;
Censura;
Culto ao líder;
Intensa propaganda do regime;
Controle legislativo;
Anticomunismo;
Militarismo;
Imperialismo;
Antiliberal;
Antidemocrático;
O Antissemitismo era adotado apenas pelos nazistas, pois segundo Hitler existia uma “escala de superioridade” em que os semitas (judeus, etc.) ficavam por último e os arianos eram o topo da escala.
3.2 A influecia de Nietzsche no nazismo e no fascimo
Depois de suas obras passarem a ser responsabilidade da irmã de Friedrich, Elizabeth Förster (que anos depois apoiava Hitler e Mussolini), muitos dizem que foram modificadas por dois filósofos italianos que mudaram definitivamente os rumos dos trabalhos sobre Nietzsche.
No final dos anos 60, Giorgio Colli e Mazzino Montinari começam a publicar edição histórico-crítica de todos os escritos (póstumos e inéditos) de Nietzsche. Guiados por rigorosos critérios histórico-filológicos, os editores dispuseram em estrita ordem cronológica a massa dos fragmentos póstumos inéditos, filosoficamente relevantes, de maneira a restituir aos manuscritos a integridade que fora rompida pelas manipulações nas edições anteriores.
Um trabalho editorial dessa magnitude jamais fora realizado nem mesmo pela memorável edição das obras de Nietzsche organizada pelo filósofo Karl Schlechta nos anos 50, unia publicação notável, a primeira a ter denunciado a fraude editorial de A Vontade de Poder. A edição de Nietzsche por Schlechta só foi suplantada pela edição histórico-crítica de Colli e Montinari.
3.3 Netzsche e a Sgunda Grra Mundial
“Nietzsche não era antissemita.”( anti judeus) teoria que considera a raça ariana superior.Nietzsche falava em "homem superior", não necessariamente o homem branco, europeu e etc.
Em 1883-4 a Europa foi tomada novamente pela onda antissemita. Período em que Elisabeth Nietzsche (irmã do filósofo) conhece Bernhard Förster, antissemita convicto, e se torna sua noiva. Discordando das ideias do cunhado, em 2/04 de 1884, Nietzsche rompe com a irmã quando ela anuncia seu casamento e também adere ao antissemitismo.
No mesmo ano, Nietzsche afasta-se de seu editor, Schemeitzner, acusando-o também de antissemita. Ao iniciar 1886, Elisabeth e Bernhard partem para o Paraguai para fundar sua colônia Teutônica que faliu em 1889 (ano em que nasce Hitler na Áustria). Após a morte de Nietzsche, a irmã (já viúva) funda o Nietzsche-Archiv em Naumburg e, a partir daí, assume o controle dos escritos nietzschianos.
Em 1921 quando Adolf Hitler assume a presidência do Nationalsozialistichen Deutschen Arbeiterpartei (Partido Nazista), o antissemitismo ressurge com força total em suas ideias 'salvacionistas'. Hitler, após ter sido servente de pedreiro, candidato a aluno de artes e cabo do exército na I Guerra, tenta em 1923, um golpe de Estado (Putsch da cervejaria) que o condena à prisão. Lá redige Mein Kampf com as bases do nazismo.
Hitler acusava os judeus de terem traído a Alemanha na I Guerra e de serem os responsáveis pela miséria alemã porque muitos controlavam grandes bancos e fábricas. Em 1929, com o aumento da crise mundial devido à quebra da Bolsa de valores, os nazistas ganham apoio popular. E em 1932, Hitler se elege deputado. Mas é em 1933 que Von Hindenburg (presidente da República) nomeia Hitler chanceler. Feito isto, Hitler funde os cargos de presidente e primeiro ministro e torna-se o Führer (condutor) da Alemanha. Inicia-se o nazismo que culmina derrotado em fins de abril de 1945.
3.4 Porque associam Nietzsche ao nazismo?
Sua irmã viveu sob o regime hitlerista efetuando, de posse dos arquivos Nietzsche, grotescas modificações nos escritos do irmão para agradar aos nazistas e tornar Nietzsche popular. Ela, inclusive, presenteou Hitler com a bengala do filósofo. Foi assim, por exemplo, que a ideia de Übermench (mal traduzida como super-homem) foi tida como sinônima de 'super-homem-alemão-soldado-nazista'.
Nietzsche nunca afirmou isso. Para ele, inclusive, os alemães eram a pior espécie da Europa. A ideia de além-do-homem significa a auto-superação e o repúdio à hipocrisia da cultura judaico-cristã europeizada.
4-As obras de Nietzsch
Friedrich Wilhelm Nietzsche, Insatisfeito e provocador Em suas obras, teceu críticas a cultura, religião e filosofia ocidentais. Infoi o maior enfant terrible da filosofia ocidental nos últimos dois séculos
Defendeu a desconstrução dos conceitos que integrava a cultura ocidental do século XIX. Defendia a ideia de que para libertar, o pensamento deveria ser livre de qualquer forma de controle cultural e moral.
Seu pensamento teve grande influencia nos pensadores das gerações posteriores. É de sua lavra aquele mantra repetido pelo ateísmo moderno: "Deus morreu".
4.1 Objetivo da filosofia de Nietzsche:
Realizar um diagnóstico fiel da situação do homem moderno. Compreender como este otimismo na razão, no progresso do conhecimento, à relativização dos valores. Criticar o otimismo da razão demonstrando os seus limites e denunciar as formas que o homem usa para fugir da visão dos perigos de sua condição o fim da metafísica: a metafísica divide o mundo em dois questiona o valor absoluto da verdade tanto no campo da ciência como no campo da moral.
4.2 A filosofia de Nietzsche tem três fases:
1870 a 1876 (1ª FASE)
1876 a 1882 (2ª FASE)
1882 a 1889(3ª FASE)
Obras de 1870 a 1876 (1ªFASE)
Obras deste período
"Nascimento da Tragédia a partir do espírito da música’ (1872),
"Schopenhauer como Educador’ (1874),
"Sobre o futuro de nossas instituições de Ensino" (1872)
Nesta fase é muito influenciado pelo filósofo Schopenhauer., vê a a;arte como forma de restaurar a experiência trágica da vida vivida pelos gregos antigos que não dividia o mundo em dois e por isso não desvalorizava a vida..
Obras de 1876 a 1882 (2ª FASE)
Obras deste período
"Humano demasiado humano" (1878)
"Aurora: pensamentos sobre os preconceitos morais" (1881)
"A Gaia Ciência" (1882)
Nesta fase valoriza a ciência , Nietzsche vê agora a ciência como elemento importante para se chegar ao essencial da vida. Abranda a oposição entre ciência e arte (cultura). O conhecimento científico torna o homem livre.
Obras de 1882 a 1889 (3ªFASE)
Obras deste período
"Para além do Bem e Mal" (1886)
"Para a genealogia da Moral" (1887)
"Assim falou Zaratustra: um livro para todos e para ninguém" (1883 e 1885)
Nesta fase relata sua preocupações fundamentais de Nietzsche como a desconstrução da metafísica, denúncia da hipocrisia moral, a importância da educação, a política e o destino da cultura, a crítica do Estado.
4.1 Principais obras
O Nascimento da Tragédia no Espírito da Música (1872)
Primeiro livro de Nietzsche, 'O nascimento da tragédia' foi publicado em 1872. Obra de um jovem professor de letras clássicas, despertou polêmica pelo seu caráter pessoal e pela ousadia de sua abordagem - desafiava a concepção tradicional dos gregos como povo sereno e simples e exaltava a ópera de Wagner como renovadora do espírito alemão, numa singular mistura de reconstrução histórica, intuição psicológica e militância estético-cultural. Mais de um século depois, suas teses continuam discutidas.
Ele oferece não só uma interpretação da tragédia, mas da própria cultura grega, do nexo entre arte e conhecimento e da época moderna. Já neste primeiro rebento a filosofia nietzscheana se revela como apaixonada reflexão sobre o sentido da existência.
A filosofia na Idade Trágica dos Gregos (1873)
Valioso opúsculo este em que Nietzsche, por um recorte violento e apaixonado, apresenta os ídolos da sua alma, os que representam a seus olhos a genuína vida filosófica.
Sobre a verdade e a mentira em sentido extramoral (1873)
Nas conferências reunidas nesta obra, o autor pretende mostrar que as condições políticas, econômicas de existência não são um véu ou um obstáculo para o sujeito do conhecimento, mas aquilo através do que se formam os sujeitos de conhecimento e, consequentemente, as relações de verdade.
Considerações Intempestivas (1873 a 1876)
Nietzsche, que tem por principal atributo o alerta contra o caráter perigoso da ciência resultando no trabalhador impessoal destituído de autonomia e numa crescente barbarização da cultura. Uma crítica a toda atitude reconciliada, passiva e conformista em relação ao presente.
Humano, Demasiado Humano, um Livro para Espíritos Livres (1886)
Este livro é composto de duas coletâneas de aforismos: Opiniões e sentenças diversas, de 1879, e O andarilho e sua sombra, de 1880. Elas foram publicadas originalmente como continuações de Humano, demasiado humano (de 1878).
Alguns anos depois, ao reeditar suas obras e escrever novos prefácios para elas, Nietzsche juntou essas duas num só volume, dando-lhe o título geral de Humano, demasiado humano II. Então elas passaram a constituir a mais ampla reunião de aforismos do autor - um total de 758. Eles desenvolvem e aprofundam os variados temas do livro anterior, de modo que interessam não apenas a estudiosos da filosofia, mas também a psicólogos, artistas, historiadores, sociólogos, teólogos e juristas.
Aurora, Reflexões sobre Preconceitos Morais (1881)
Publicado em 1881, Aurora prossegue no estilo aforístico da filosofia de Friedrich Nietzsche (1844-1900), inaugurado com Humano, demasiado humano (1878). Em 575 aforismos - cuja extensão varia de duas linhas a algumas páginas -, Nietzsche elabora sua crítica da moral cristã-ocidental e dos conceitos a ela associados, como "alma", "Deus", "pecado", "sujeito" e "livre-arbítrio", que segundo o filósofo seriam ficções prejudiciais à vida.
No subtítulo do livro, a palavra "preconceito" é usada no sentido filosófico de concepção formada antes do julgamento (um "pré-juízo"). A epígrafe ("Há tantas auroras que não brilharam ainda", extraído das escrituras hindus) explica o título e traduz a esperança nietzscheana de um mundo novo, livre das ilusões religiosas, morais e intelectuais criticadas pelo filósofo.
Essa edição inclui o importante prólogo acrescentado em 1886 e, num apêndice bilíngüe, o grupo de poemas intitulados "Idílios de Messina", de 1882.
A Gaia Ciência (1882)
Crítico inflexível e admirador indisfarçado dos valores helênicos, Nietzsche mergulha fundo neste livro a um tempo fascinante e perturbador, na questão filosófica visceral do conhecimento.
Revela as conseqüências dos conceitos de conhecimento, ciência e consciência construídos e preservados pelas filosofias ocidentais em contraposição ao que ele (Nietzsche) chama de A Gaia Ciência, o saber fundador e promotor da vida saudável e venturosa associada às qualidades pagãs como a robutez de corpo e mente, o espírito guerreiro, a coragem e a implacabilidade.
Assim Falou Zaratustra, um Livro para Todos e para Ninguém (1883 - 1885)
Obra filosófica e poética, escrita entre 1883 e 1885, ASSIM FALOU ZARATUSTRA é a obra fundamental de Nietzsche (1844-1900), reeditada pela Civilização Brasileira com novo projeto gráfico. Os conceitos de super-homem e eterno retorno são apresentados neste livro em sua plenitude.
O valor desta obra tem origem principalmente em seu simbolismo, nos jogos de palavras e na multiplicidade de fontes que o inspiraram, desde a Bíblia à obra de Goethe, da prosa de Lutero aos aforismos dos moralistas franceses. É um livro paradoxal e, justamente por isso, extremamente atraente em sua originalidade
Além do Bem e do Mal, Prelúdio a uma Filosofia do Futuro (1886)
Nietzsche considerava 'Além do bem e do mal' seu livro mais importante e mais abrangente. Quase todos os temas de sua obra estão presentes aqui - o perspectivismo, a vontade de poder e suas ramificações, a crítica da moralidade, a psicologia da religião e a definição de um tipo de homem nobre.
Genealogia da Moral, uma Polêmica (1887)
A 'Genealogia da moral', escrita como complemento a 'Além do bem e do mal', ocupa um lugar de destaque entre as obras de Nietzsche. Os três ensaios que a compõem tratam, sob ângulos diversos, da origem de nossos conceitos morais. Interpretando a evolução da ética como uma história da crueldade, Nietzsche critica as mais caras ideologias da tradição religiosa e filosófica ocidental - a compaixão, a igualdade, a crença na verdade - e expõe algumas de suas teses mais importantes e controversas. Esta edição inclui também um ensaio que ele escreveu aos dezessete anos, no qual já aparecem, em forma embrionária, vários temas da sua filosofia madura.
O Crepúsculo dos Ídolos, ou como Filosofar com o Martelo (1888)
Crepúsculo dos ídolos' foi a penúltima obra de Nietzsche, escrita e impressa em 1888, pouco antes de o filósofo perder a razão. O próprio Nietzsche a caracterizou - numa das cartas acrescentadas em apêndice a esta edição - como um aperitivo, destinado a 'abrir o apetite' dos leitores para a sua filosofia. Trata-se de uma síntese e introdução a toda a sua obra, e ao mesmo tempo uma 'declaração de guerra'. É com espírito guerreiro que ele se lança contra os 'ídolos', as ilusões antigas e novas do Ocidente; a moral cristã, os grandes equívocos da filosofia, as ideias e tendências modernas e seus representantes.
De tão variados e abrangentes, esses ataques compõem um mosaico dos temas e atitudes do autor - o perspectivismo, o 'aristocratismo', o realismo ante a sexualidade, o materialismo, a abordagem psicológica de artistas e pensadores, o antigermanismo, a misoginia. O título é uma paródia do título de uma ópera de Wagner, 'Crepúsculo dos deuses'. No subtítulo, a palavra 'martelo' deve ser entendida como marreta, para destroçar os ídolos, e também como diapasão, para, ao tocar as estátuas dos ídolos, comprovar que são ocos.
O Anticristo - Praga contra o Cristianismo (1888)
O Anticristo de Nietzsche é um livro de desesperança. Não um livro que retrate o desespero mas muito mais a ausência de esperança. O niilismo da esperança, o esvaziamento da alma diante da inutilidade de se manter, ainda, esperanças. Não é, como sugere o título, um livro contra o Cristo. É um ataque ao que aí está (ou estava). Ao estado das coisas e do homem, diante dessas mesmas coisas. É claro que o ataque, feito por Nietzsche, se deu em um momento histórico, em um determinado lugar – no caso a Alemanha do final do século XIX. Mas tudo continua muito atual. Seu texto, sua crítica, permanecem válidos à luz dos fatos mais recentes, no Brasil e no mundo.
Ecce Homo, de como a gente se torna o que a gente é (1888)
Ecce homo. De como a gente se torna o que a gente é, a mais poética – e a mais grandiosa – dentre as obras dedicadas ao egocentrismo humano, é também a mais singular das autobiografias que o mundo um dia conheceu. Gerada no limiar – inclusive temporal – entre a razão e a loucura, Ecce homo está longe de ser apenas o produto da insânia. Nietzsche foi um dos mais importantes pensadores alemães de todos os tempos e estendeu a área de suas influências para muito além da filosofia, adentrando a literatura, a poesia e todos os âmbitos das belas-artes.
Com sua obra quebradiça e aparentemente fragmentária, que no fundo adquire uma vitalidade orgânica que lhe dá unidade através do aforismo, ele foi, na realidade, um dos críticos mais ferozes da religião, da moral e da tradição filosófica do Ocidente. Nietzsche escreveu, ele mesmo, a melhor obra para entender a obra de Nietzsche. É o Ecce homo, sua autobiografia escrita aos quarenta e quatro anos, o último suspiro antes do declínio, um dos mais belos livros da história da literofilosofia universal
Nietzsche contra Wagner (1888)
O caso Wagner e Nietzsche contra Wagner são obras de 1888, o último ano criativo do filósofo alemão Friedrich Nietzsche (1844-1900), que no ano seguinte seria atingido por uma paralisia geral. Trata-se de um acerto de contas com a música e a personalidade do compositor Richard Wagner, o artista que teve o mais profundo impacto sobre Nietzsche. Mais do que uma polêmica pessoal, entretanto, o livro constitui uma análise de questões que ainda hoje alimentam o debate sobre a arte e a modernidade. Estilisticamente, está entre as obras mais críticas, ambiciosas e atraentes do autor de Zaratustra.
5. O Pensamento
Nietzsche tinha a firme convicção de que a sociedade européia em que vivia estava atacada por profundos males, cujas sinais de decadência mais evidentes revelavam-se:
A. pela expansão do liberalismo (visto como doutrina de uma burguesia senil e covarde, sem energia para reprimir a emergência da nova barbárie);
B. pela crescente demanda pela democracia feita por sindicatos e pelo populacho em geral, ao qual se associavam movimentos feministas e outros libertários ("porque, bem sabes, chegou a hora da grande, pérfida, longa, lenta rebelião da plebe e dos escravos; que cresce e continua a crescer"- Zaratustra, IV parte) ;
C. pelo crescente império do mau gosto, no teatro, na ópera, na música, exposto pela difusão e divulgação da arte popular ("É que, hoje, os pequenos homens do povinho tornaram-se os senhores...isso, agora, quer tornar-se senhor de todo o destino humano. Oh, nojo! Nojo! Nojo!"- Zaratustra - IV parte, 3)
6. Influência de Nietzsche nos futuros pensadores
Politicamente, ele tanto foi acolhido por anarquistas, que na linha de Max Stirner (1806-56), que celebravam através da leitura dele o individuo - absoluto (o homem solitário, quase uma fera, que enfrenta a sociedade burguesa a quem vota desprezo e ódio), como também pelos nazi-fascistas, com a identificação com a teoria de uma elite de homens fortes dotados de vontade de domínio (uma nova raça superior liderada pela besta fera ariana, dominadora e implacável). Seja como for, em se tratando de política, são os extremistas ideológicos quem cultuam Nietzsche, não os democratas.
O mesmo evidentemente não ocorre com os literatos e filósofos, tais como Heinrich e Thomas Mann, ou, mais recentemente, com Michel Foucault, que, independentemente das inclinações contra-revolucionária de Nietzsche, reconheceram nele uma fonte inesgotável de percepções originais, estéticas e existenciais, todas elas relevantes, e que muito contribuíram para a compreensão do homem moderno e para os fenômenos artísticos e políticos que acometeram o século XX.
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