Filosofia
Ensaios: Filosofia. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: kaiokcs • 24/3/2015 • 936 Palavras (4 Páginas) • 225 Visualizações
FILOSOFIA
Livro único
INTENSIVO
Danilo Dornas (org.)
A missão da Filosofia
Já são oito anos que leciono Filosofia. O tempo passa rápido! Quando recebi a proposta de integrar ao grupo de professores que iriam preparar os alunos para o vestibular eu tinha uma clareza que o principal desafio era popularizar a Filosofia. Por isso, no início, minha preocupação foi com o ensino de uma técnica filosófica e histórica de ensinar clássicos, nomes e seus feitos para a humanidade. Quanta pretensão! Ainda com a pouca experiência percebi que tal método não poderia ser desvinculado dos traços essenciais de nossa cultura, dos nossos valores, dos nossos pensamentos e de nossas circunstâncias vitais. Por isso, senti que era preciso modificar algumas estratégias para alinhar o pensamento, a Filosofia, a História, a Ética num mesmo plano do próprio cotidiano e da experiência. E não separá-los!
Por isso, defendo que a gente só precisa saber algumas coisas obrigatórias: a leitura, a escrita, a tabuada e noções de tempo e espaço. O resto não é obrigatório. É apenas currículo! Mas, temos que fazer a diferença ao montar o currículo, pois é assim que nos distingue das outras pessoas. O ato de estudar é coisa de escola, o que não significa que seja um imperativo para o sucesso ou o insucesso. O ensino já é algo mais complexo, porque não depende das disciplinas obrigatórias que temos nas escolas, mas pela vontade e o desejo de um futuro proeminente.
Para fazer a diferença é necessária a perspicácia. Por perspicácia se entende a sagacidade que só mesmo num processo educacional pode conferir ao indivíduo. Por educação compreendo o tradicional "conduzir para", ou seja, receber alguém em determinada circunstância e fazê-lo migrar para outra circunstância, com objetivo de capacitá-lo a perceber novas perspectivas. O processo de construção de novas perspectivas ocorre pela desilusão. Desse modo, a educação ocorre quando se desilude, porque fica mais desperto e atento ao mundo. Então, para desiludir é preciso saber as reais necessidades e os desafios de nossa época. E aí entra o professor. Ele é o agente que deve identificar a necessidade de cada aluno e, assim, conseguir apresentar novas perspectivas. Ou seja, se aprende com a desilusão, com as necessidades e com a criação de uma nova perspectiva que está sempre ensejando transformações.
Um instrumento interessante para as transformações é incentivando a leitura e a escrita. Tal é meu objetivo em sala de aula! Não há sequer outra fórmula educacional que me convença em substituir os livros e a oficina de textos. A leitura se compara ao beber água na fonte por ser mais pura, enriquece o vocabulário e nos coloca diante de vários problemas, que podem ser interrogados. E nisto é essencial o ensino de Filosofia nas escolas.
As conseqüências do filosofar é aguçar a sagacidade, despertar a ironia, confrontar com argumentos e construir indagações. É a ciência que ousa possuir uma linguagem universal e transita bem em qualquer outro conteúdo como física, química, matemática, biologia, literatura e letras. Não foi ao acaso que a Filosofia foi banida da ditadura militar e nem é o acaso que hoje é o conteúdo mais discutido por quem quer que seja. Não sejamos ingênuos, a Filosofia realmente cuida da perspicácia.
E, lembre-se que, ser perspicaz não é obrigatório. É uma decisão! Até há pouco tempo, não se incentivava a perspicácia, porque era melhor o ensino de automação. Era isto que se exigia, antigamente, porque aliena e anestesia
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