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Filosofia De Platão

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Por:   •  29/9/2014  •  10.603 Palavras (43 Páginas)  •  270 Visualizações

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Platão foi o maior filósofo de todos os tempos. Na minha opinião, sua filosofia é a mais completa, metafísica e humana que a de Aristóteles. Seus escritos em forma de diálogo são de uma beleza incomparável em relação a qualquer outro filósofo que já tenha existido. Vou analisar a filosofia platônica em seus principais aspectos, como o mundo das Ideias, a psicologia, a existência de Deus, o domínio da opinião, a moral e a política.

A Ideia

No começo, podemos definir a teoria das Ideias dizendo que o mundo sensível é apenas uma cópia do mundo ideal, e que o objeto da ciência é o mundo real das Ideias. O mundo inteligível é estudado na dialética, e o mundo sensível é o domínio da opinião ( DOXA).

A existência do mundo Ideal é baseada em duas provas, segundo Thonnard: uma de ordem lógica, e outra de ordem ontológica.

A prova lógica: Platão em nenhum momento põe em dúvida a existência da ciência, que para ele é um fato indiscutível; então, é necessário um objeto estável e permanente, que possa permanecer no espírito. Ora, para Platão, esse objeto não se encontra no mundo sensível, pois ele acredita, como Heráclito, que o mundo é “um infinito e perpétuo tecido de movimentos”, onde “tudo passa como as águas das torrentes”, sendo que nada permanece estável. Surge, então, a necessidade da ciência encontrar seu objeto: o mundo inteligível das Ideias.

Prova Ontológica: Thonnard diz que o mundo sensível prova a existência do mundo ideal como sombra da realidade. Sabemos disso pois os objetos desse mundo são mais ou menos perfeitos, e estas participações supõem a existência de uma fonte que possui a perfeição em estado pleno. Esse é o mundo inteligível, que é o objeto da ciência.

A pluralidade das Ideias podem ser provadas de duas maneiras: uma prova direta e outra indireta.

Thonnard assim define essas provas: a prova direta é resultado da experiência racional, e o objetivo é libertar do mundo sensível as perfeições estáveis. O mundo sensível não pode apresentar um objeto real que possa ser fonte de um conhecimento científico, por isso é necessário pedir auxílio ao mundo das Ideias.

Prova indireta: Sabemos que negar a pluralidade das Ideias destruiria toda a ciência, pois ela é um sistema coordenado de juízos. Para a ciência existir são necessários objetos estáveis para um ser inteligível, e também uma pluralidade de Ideias para construir um conjunto de juízos. Sendo assim, Thonnard conclui que deve-se conceder a Heráclito que os objetos sensíveis estão em perpétua variação e misturados com seus contrários; que devemos rejeitar Parmênides, pois o Ser que tem estabilidade desejada, mas destrói todo o juízo pela sua absoluta unidade; por último, Sócrates liberta do sensível perfeições múltiplas, mas estáveis, que podem definir-se. O objeto da ciência não é o mundo sensível, mas os gêneros que Sócrates definiu, tantos os substanciais, como as qualidades, pois esse é o mundo das Ideias.

A natureza das Ideias

Platão definiu quatro propriedades:

A espiritualidade, que são de ordem inteligível, portanto, invisíveis aos olhos humanos e apreendidas pela inteligência

A realidade, pois para Platão as Ideias não são conceitos abstratos do espírito, nem pensamentos do Espírito divino, mas são realidades subsistentes e individuais, sendo objeto da contemplação científica e fonte das realidades da terra. Da realidade, derivam-se duas propriedades:

A imutabilidade, que exclui toda a mudança, pois são eternas;

A pureza, pois realiza a essência plenamente e sem mistura, e cada uma na sua ordem é perfeita.

Método de Platão

No filósofo grego, o método principal é o dialético, com um aspecto lógico, um psicológico e a doutrina metafísica da participação das Ideias.

O aspecto lógico é a continuação do método Socrático, em que Platão insiste no papel da purificação; propõe que a razão incite à investigação das essências graças à Dialética do amor, e conduz o espírito por degraus sucessivos até à intuição do mundo ideal.

O método da purificação é àquele que procura liberar a alma intelectual do peso da matéria através do domínio do eu. Controlando às paixões desordenadas, submetendo as tendências inferiores à razão, o homem está a caminho das realidades eternas, porque as coisas do mundo sensível não são mais do que a sombra. Libertando à alma do corpo, ela eleva-se até o mundo das Ideias, pois o objetivo do filósofo, segundo Platão, é aprender a morrer( Fedon).

O mundo Sensível e o domínio da opinião

Platão diz no Timeu: ” O que é fixo e imutável supõe razões fixas e imutáveis. Quanto à imitação do que é imutável, convém falar dela em forma verossímil e analógica… Posto que as minhas palavras não tenham mais inverossimilhança que as dos outros, há que nos contentarmos com elas…convém em semelhante matéria limitarmo-nos a discursos verossímeis.” Thonnard explica que isso sugere explicações de ordem mítica.

O mundo sensível possui em primeiro grau as percepções efêmeras das coisas sensíveis. Thonnard explica que a atenção para ouvir ou recordar-se de belas músicas, procurando a mais harmoniosa, só dá origem à conjectura.

No segundo grau temos o esforço de estabilização em que se esboçam as definições científicas; porém, fica incompleto e provisório porque se baseia em opiniões aceitas pelo povo ou transmitidas por poetas e tradições religiosas( mitos como o narrado em Fedro, em que o cavalo branco representa o coração, e o cavalo negro a concupiscência).

A existência de Deus

Platão recorre ao mito para provar a existência de Deus. Temos duas provas:

Prova baseada na existência do mundo: Deus é o Demiurgo. Platão reconheceu que para uma obra ter origem, é necessário que haja um artífice, e expõe o seu Demiurgo em linguagem mítica. Ele, depois de ter contemplado o mundo Ideal, decidiu fazer o universo à sua imagem.

Prova baseada no movimento: Deus é a alma real. Platão verifica que o mundo está sujeito a um movimento ordenado, como o movimento circular das esferas celestes, que é pela sua estabilidade, a própria imagem da inteligência. Para que exista o movimento, é necessário um motor. Platão sugere dois motores: um corpóreo e a alma. O corpo é inerte e é sempre movido por um

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