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Filosofia Na Idade Media

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Por:   •  6/6/2014  •  1.157 Palavras (5 Páginas)  •  627 Visualizações

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UNIVERSIDADE EDUARDO MONDLANE

FACULDADE DE LETRAS E CIÊNCIAS SOCAIS

DEPARTAMENTO DE HISTÓRIA

Cadeira: Colonização, Estado e Sociedade em África 2oano - Semestre 1 17/03/2014

Nome do/a Estudante: Hirondina João Mochisso

Ficha de Leitura: HORST GRUNDER, Capítulo 5. Christian Missionary Activities in Africa in the Age of Imperialism and the Berlim Conference of 1884-1885.

Na obra acima referenciada, o autor aborda sobre a relação da actividade missionária e o imperialismo, bem como as particularidades da Conferencia de Berlim. Argumenta que desde séculos a actividade Cristã Missionaria e o Governo Colonial sempre estiveram ligados no processo de conquista colonial em África, e como resultado disso, a nova fase de exploração que começou em 1860, especialmente no interior de África, deu um papel muito forte a actividade missionária, na simulação, criação de estratégias de acção e planos de governação.

O autor ilustra como exemplo a vida e escritos de David Livingstone (1813-73) que levou o Protestantismo como modelo, o que em parte ajudou a influenciar e despertar religiões públicas e expedições nas regiões de Este de África e na África Central, o que transformou a ele como herói nacional, e como primeiro membro de London Missionary Society. A actividade missionária ajudou a pacificar África e a legitimar a actividade Cristã que intensificou suas actividades em ciclos missionários durante décadas em África.

Avança que foram formadas novas associações missionárias não só com objectivo de reavivar a religião, elas também realçaram a transição da burocracia-hierarquica para um estado constitucional Liberal, e como forma de organização social, foram se tornando uma expressão de emancipação e “modernização social”, e a sua autonomia organizacional e financeira lhes permitiu ficar fora de controlo nas suas acções de exploração e “civilização” de África e outras partes do mundo, uma vez que nesta fase a actividade missionária como colonização e comércio estava restrita nas zonas costeiras.

Verifica-se que a partir de 1483, a missão católica funciona no império do Congo sob égide dos Portugueses, inicialmente com algum sucesso, mas o maior interesse dos Portugueses era o comércio de escravos e a troca que asseguravam sua base material, e isso prova que a actividade missionária esteve subordinada aos portugueses nas suas acções em África. Mesmo antes de Staley, chegaram Portugueses Jesuítas depois de 1547 e de Freiras Italianas depois de 1645. Em 1716 chegam profetas Apostólicos e Bispos Portugueses no Sul de África, o que em parte deu em conflitos entre os missionários e algumas autoridades Metropolitanas que já iam se estalando.

Num processo de expansão das missões Francesas, o Bispo Francês Charles Martial Allemand Levigerie (1825-92), cria uma Sociedade Missionária “White Father” no centro de África em 1867, o que originou conflitos com a religião muçulmana no local no respeitante a defesa de aspectos culturais e religiosos de cada ideologia religiosa. A que ressaltar que os missionários Franceses serviam aos interesses da Metrópole, e que através da actividade missionária a França pretendia definir suas influências e legitimar-se no interior de África contra Bélgica, Itália e Inglaterra, mas que o maior objectivo era de estabelecer a supremacia da religião sobre a política.

O autor desenvolve um argumento que leva a entender que o objectivo das missões católicas era de promover a evangelização como forma de “pacificar” os nativos para melhor explorar o continente negro, e o que facilitaria esse processo seria o símbolo da Igreja. Para tal, os missionários faziam os nativos acreditar que a expansão da Igreja seria um elemento primordial para regeneração moral da população Africana, quando no real por detrás da actividade missionária estavam as ambições colonialistas e que a missionalização não só iria descobrir e “civilizar África”, mas também moldaria África a se tornar um instrumento para o seu benefício.

Numa estratégia para acabar com os conflitos missionários, o Leopoldo II conseguiu assegurar uma cooperação entre todos grupos missionários, o que permitiu travar as atitudes anticolonialistas no Parlamento Belga. Mas nem com isso, ele desconfiava o Bispo Lovigerie de estar a implantar interesses Políticos Franceses, e esses conflitos tornaram inevitável que o Leopoldo monopolizasse a bacia do Congo. E para alcançar esse projecto, recorreu a The English Baptist Miossionary Society (BMS) que acabou se tornando seu maior aliado politico dando apoio ao sucesso do seu plano. A BMS junta-se a outra missão Britânica que também tinha interesse no Congo e no interior de África, a LIM Missionary.

A posterior, do lado Francês viria o Brazza (1852-1905) que também tinha interesses no Congo, e para se legitimar, convenceu aos Spiritans que jogavam um papel muito importante na Bacia do Congo, e suas ideias tiveram aderência por aqueles, e os missionários passam a ter um apoio directo da metrópole que tinha suas ambições coloniais, e as missões seriam um caminho pacificador para lá chegar.

Doutra face da moeda, Portugal também entra no conflito territorial, reclamando as regiões 8o `a 5o 12’a Sul da latitude junto aos territórios do interland ao Baixo Congo bem como do Naki, Sul de Angola e margens de Congo, mas nas mesmas regiões a França pretendia expandir suas influências missionárias no seio das populações “indígenas” uma vez que via estes como vanguarda da politica Francesa. E doutro lado, enquanto os missionários Franceses defendiam os interesses da sua Metrópole, o Protestantismo Britânico Missionário não se identificava com os interesses nacionais Britânicos e os seus programas olhavam mais ao evangelismo e o livre comércio, que pareciam estar a favor da política directa de Leopoldo, dai tornam-se aliados uma vez que o comércio bem como a livre religião, intervinham a níveis individuais e nas ideias tanto britânicas assim como do Leopoldo.

Numa fase posterior, em 1881, a BMS informa ao Governo Britânico sobre as acções Francesas no Congo, apontando sobre um perigo de uma possível monopolização Francesa. Durante a Conferência de Berlim, a questão da liberdade religiosa não foi muito discutida, e as religiões tradicionais só seriam abolidas caso não estivessem de acordo com a civilização e ideias Europeias e em particular missionárias.

O autor argumenta também que a Conferencia de Berlim não trouxe uma divisão rígida e clara de África no seu verdadeiro sentido, deixou para que as reacções administrativas definissem sua expansão e tendências em luta pela aquisição de poder. Daí a penetração das zonas costeiras e no interior de África não só envolveu Missionários, mas também integrou-os na estrutura de governação colonial, e os mesmos missionários estavam aliados aos movimentos coloniais através de encorajamento e apoios ideológicos e de forma propagandística, e também nas colónias os missionários eram responsáveis pela educação dos nativos e ensinava-os nativos a obediência das leis Coloniais.

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