Filosofia Rene Descartes
Exames: Filosofia Rene Descartes. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: Wiliam1610 • 5/10/2014 • 2.889 Palavras (12 Páginas) • 585 Visualizações
1. Biografia
Os Descartes constituíam uma família de burgueses radicados na região entre Tours Poitiers, e dedicados principalmente ao comércio e à medicina. Tornaram-se proprietários de terras e ascenderam socialmente. Tanto que Joachin Descartes, casado com Jeanne Brochard, passara a ostentar o título de conselheiros do rei no parlamento da Bretanha. Com esse título, ele é identificado na ata de batismo de seu filho René, nascido em La Haye, na Touraine, em 1596.
De saúde frágil, René passou o inicio da infância sob os cuidados da avó Jeanne Sain, pois perdera a mãe com um ano de idade. Em 1606, o pai o enviara ao já célebre colégio Jesuíta de La Fleche. Descartes conservou estima pelo sistema de ensino e mestres de La Fleche, porém se decepcionou pelo conteúdo dos ensinos que recebera, que exprimiam uma cultura sem fundamentos racionalmente satisfatórios e vazia de interesse para a vida. Descartes conviveu em La Fleche com uma mentalidade embuída de religiosidade e de submissões às instituições políticas e isso, segundo muitos intérpretes, irá transparecer, no pensamento cartesiano. Descartes estudou em La Fleche de 1606 a 1614 e depois estudou Direito, em Poitiers de 1614 a 1616.
Desencantado com as “letras”, Descartes resolve procurar apenas a ciência que “poderia encontrar em mim mesmo, ou antes, no grande livro do mundo”. Ingressa então na carreira militar, e vai para os Países Baixos, onde passa a servir sob o comando de Maurício de Nassau, que combatia os espanhóis. Nessa época liga-se por forte amizade a Issac Beeckman, jovem médico holandês apaixonado pela física-matemática.
Descartes já havia se encantado pela matemática em La Fleche. As matemáticas exibiam uma construção sólida e clara; que a todos se impunha com a força de demonstrações incontestáveis e que atravessara as crises de pensamentos instaurados pelos novos ventos da Renascença; sugerindo a possibilidade de seguras e perenes verdades.
Suas principais obras foram:
1. 1618-Traité de Musique (Tratado da Música )
2. 1628-Exposição da Doutrina
3. 1633-Traité de la lumiére (Tratado da Luz )
4. 1637-Discurs de la Méthode (Discurso do Método )
5. 1641-Méditations sur la Philosophie premiére (Meditações sobre a filosofia primeira)
6. 1644-Principes de la Philosophie ( Princípios de Filosofia )
7. 1649-Traité des Passions de l'âme ( Tratado das paixões da alma)
Segundo Descartes, apesar de apresentar solidez e perfeito encadeamento, as matemáticas serviam então de base para um campo bastante limitado de aplicações (o das artes mecânicas); por outro lado, embora dotadas de tão grande riqueza racional elas não ensinavam nada de fundamental para os problemas da vida, que permaneciam objetos de especulações vagas.
Em 1619, Descartes deixa a Holanda e viaja por vários países, Dinamarca, Polônia, Hungria, Alemanha. Continua seus estudos de matemática, na mesma época em que ingressa na Confraria Rosa-Cruz caracterizada por um misticismo de índole fortemente racional. Nesse ano, mais especificamente de 10 para 11 de novembro, Descartes tem três sonhos sucessivos cujas imagens ele mesma interpretará como símbolos da iluminação que recebera e, ao mesmo tempo, como indicação da missão a que deveria consagrar a vida. Essa missão era a de unificar todos os conhecimentos humanos a partir de bases seguras, construindo um edifício plenamente iluminado pela verdade e por isso mesmo, todo feito de certezas racionais. René Descartes acreditava que as construções começadas e concluídas por um único arquiteto são geralmente mais belas e mais bem ordenadas que aquelas que vários se esforçaram por reformar. A ciência seria também uma arquitetura que embora destinada a abrigar o assentimento de todos os espíritos através de sua dimensão universal, poderia e deveria ser alicerçada pelo trabalho de uma inteligência isolada. O entusiasmo de Descartes e os sonhos que tivera resultara na convicção de que era ele o arquiteto destinado a inaugurar, desde os fundamentos, o luminoso reino da certeza. O ano de 1619 foi, assim, marcado por grande atividade científica.
A partir de 1620, Descartes renuncia definitivamente à carreira militar para dedicar-se à investigação científica e filosófica. Realiza novas viagens, inclusive à Itália.
Em 1633 escreve o “Tratado do mundo e da Luz”. O trabalho já estava pronto para ser impresso quando Descartes soube da condenação de Galileu, motivada por uma tese a que ele também havia aderido em seu trabalho: a do movimento da Terra. Por prudência, Descartes renuncia à publicação de sua obra. Prudência, que de acordo com alguns críticos, irá mutilar a sua obra; para garantir a tranquilidade de sua vida e evitar repressão da Igreja.
Em 1635 nasce Francine, filha de Descartes e de Helena, talvez uma criada, porém sua filha morre ainda jovem.
Em 1637 Descartes publica o “Discurso do Método”. Em 1641 aparecem as “Meditações”.
Em 1644, publica em latim os “Princípios da Filosofia”, dedicado à princesa Elizabeth da Boêmia, com quem Descartes manteve assídua correspondência sobre temas filosóficos e que de certo modo o induziu a escrever o “Traité des Passions”, publicado em 1649. Descartes já era então um nome internacional, louvado por uns e combatido por outros. No final daquele mesmo ano, aceita o convite da Rainha Cristina da Suécia – que gostava de se cercar de artistas e intelectuais – e parte para a corte de Estocolmo. Sua saúde, que sempre fora frágil, não resiste, porém, aos rigores do clima nórdico; tendo contraído pneumonia, Descartes morre poucos meses depois da sua chegada (11 de fevereiro de 1650).
2. O pensamento de Descartes
A efervescência do Renascimento traz a rejeição das idéias até então vigentes e que estiveram garantidas, sobretudo pelo peso de autoridades agora contestadas. Tudo é sacudido ou destruído; a unidade política, religiosa
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