Filosofia da linguagem comum de John Austin
Tese: Filosofia da linguagem comum de John Austin. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: Variant • 4/8/2013 • Tese • 2.941 Palavras (12 Páginas) • 712 Visualizações
Análise de artigo
Esta atividade envolve a leitura e interpretação de um trecho de uma tese de doutorado sobre Teoria do Conhecimento e Ceticismo. O texto se relaciona a dois assuntos que você estudou em seu livro didático:
- Os argumentos céticos de Descartes acerca da dúvida sobre a existência do mundo exterior.
- A filosofia da linguagem comum de John Austin.
Passo 1
Leia abaixo os trechos selecionados do texto de Austin e a noção de alternativas relevantes, escrito por Flavio Williges em sua tese de doutorado pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul.
Passo 2
Com base nos conteúdos de nosso LD listados acima e na leitura do texto, desenvolva a seguinte atividade:
Em determinado momento do texto, o autor analisa a atitude de Austin em relação à filosofia cartesiana e se refere ao "cenário cético" presente nas Meditações. Elabore uma resposta dissertativa (8 a 10 linhas) para cada uma das seguintes questões:
A) Quais são os argumentos que permitem a Descartes invalidar a percepção sensível como fonte de um conhecimento seguro em suas Meditações? Para responder a esta questão você deve pesquisar em seu livro didático e, de preferência, ler as duas primeiras Meditações. Este texto está disponibilizado na internet, veja o endereço de acesso no Saiba Mais do EVA. (3,0 pontos)
Resposta: Descartes afirma que tudo que ele afirmava como verdadeiro e seguro, aprendera através dos sentidos, mas aprendera também que esses sentidos lhe foram enganosos, devendo portanto, agir com prudência. Atualmente, muitos vivem impregnados pelo mundo virtual, relacionam-se com pessoas virtuais, compram em lojas virtuais, vêem o mundo de maneira virtual, e quantas dessas pessoas também são enganadas virtualmente, em relacionamentos que se mostraram enganosos, em fotos de mercadorias que se mostraram a contento e ao final no recebimento do produto a decepção é total. Isso também acontece principalmente em propagandas, em que são estimulados os sentidos visuais, auditivos, para no final apreciar um verdadeiro veneno em formato de refrigerante.
B) De acordo com o texto, distinguindo entre dois padrões diferentes de racionalidade Austin se afasta do problema cético do mundo exterior descrito nas Meditações. Explique quais são estes "padrões de racionalidade", qual deles Austin adota para a sua filosofia da linguagem comum e porquê. (3,0 pontos)
A mais marcante dessas consequências diz respeito à interpretação de nossa susceptibilidade ao erro, das coerções que nossas práticas cotidianas impõem para que uma possibilidade de erro possa ser aceita como um desafio legítimo às nossas pretensões de saber. Austin reconhece que, por mais cuidadosa que seja nossa tentativa de fazer asserções que tenham como alvo a verdade, sempre será possível localizar deficiências e juízos terão de ser refeitos. Nossos erros não são simplesmente erros de omissão. Mesmo quando seguimos os melhores métodos de justificação disponível, podemos errar. O saber é constitutivamente um empreendimento de risco. Nesse sentido, ele parece considerar que no conhecimento, como em outras partes da vida, estamos "num mundo sem garantias", "um mundo esburacado", como afirmou certa vez Dretske em referência aos conceitos absolutos de Unger. Mas isso não quer dizer que o erro seja o único resultado de nosso envolvimento com as coisas. Boa parte da epistemologia de Austin é devotada à tarefa de mostrar que nossa susceptibilidade ao erro tem sido sistematicamente mal interpretada pelos filósofos.
a doutrina das alternativas relevantes
A principal questão de Other Minds é, naturalmente, esclarecer como podemos saber o que se passa na mente de outras pessoas, como podemos conhecer seus sentimentos, pensamentos, percepções e sensações. Austin inicia seu tratamento desse problema a partir do exame daquilo que dizemos nas circunstâncias em que são formuladas questões do tipo: "como você sabe....?".
a racionalidade puramente epistêmica (metafísico-filosófica) e a racionalidade prática.
C) As reflexões de Austin sobre os problemas céticos geralmente são classificadas como uma filosofia do senso comum. Explique porque e cite uma passagem do texto que justifique a sua resposta. (s reflexões de Austin sobre os problemas céticos geralmente são classificadas como uma filosofia do senso comum. Explique porque e cite uma passagem do texto que justifique a sua resposta.
Uma das teses importantes defendidas por Austin é a de que, na “História da Filosofia, os confrontos entre as teses filosóficas e as crenças populares são causados pela incompreensão de uma liguagem comum” (UNISUL, 2011). Austin ainda vai desenvolver suas argumentações a favor de um trabalho sobre a linguagem, e contra a dúvida cética a partir dos conhecimentos do senso comum e dos fatos comuns. Não se trata de reduzir as análises filosóficas às opiniões sem fundamento no conhecimento, como “crer que...” ou “ouvir dizer que..”, mas dos fatos e eventos que normalmente ocorrem no cotidiano e que postulam um questionamento de saber.
No primeiro parágrafo da tese de Williges, citando Kaplan, fica claro a intenção de Austin de avaliar os argumentos filosóficos conforme as práticas ordinárias humanas, já que tais práticas trazem “consequências importantes para o tratamento dos problemas filosóficos, particularmente do conceito de conhecimento. (...) Austin reconhece que, por mais cuidadosa que seja nossa tentativa de fazer asserções que tenham como alvo a verdade, sempre será possível localizar deficiências e juízos terão de ser refeitos.” (WILLIGES, 2009). Mas é justamente aí que reside o fundamento da verdade, pois “sempre será possível localizar deficiências e juízos terão que ser refeitos. (...) o saber é um empreendimento de risco.” (WILLIGES, 2009). Contudo, com essa argumentação não se invalida o processo de desenvolvimento do conhecimento. Ao contrário, ele é fonte de busca perene. 4,0 pontos)
Austin e a noção de alternativas relevantes
Flavio Williges
O interesse de Austin por problemas epistêmicos teve como ponto de partida um estudo sistemático do uso dos termos da linguagem natural, a linguagem utilizada em contextos corriqueiros, contextos de fala cotidianos. "Sua abordagem foi que o modo de testar um argumento filosófico sobre a natureza e extensão
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