Geometrização do universo
Por: anastrodium • 16/4/2015 • Artigo • 821 Palavras (4 Páginas) • 2.112 Visualizações
A GEOMETRIZAÇÃO DO UNIVERSO
O período da renascença foi um período pobre de espírito crítico. Foi o tempo em que o homem passou a valorizar os livros de bruxaria e astrologia ignorando a astronomia. Ele passou a querer explicar as coisas por meio de superstições, isso se deu por causa da destruição da síntese aristotélica, que fez com que a humanidade não conseguisse explicar a realidade das coisas de uma maneira lógica[1].
Contudo, é no tempo da renascença que grandes textos científicos foram traduzidos, entre eles, o de Ptolomeu, que fora traduzido para o latim, e é por meio do estudo de sua obra que será realizada a reforma da astronomia, que outrora estava desvalorizada, e inicia-se o tentar descobrir até onde vai o Universo[2].
Assim, surgiram pensadores como Kepler que alega que o Universo em todas as suas partes é regido por leis de natureza estritamente matemática. Segundo o pensador, o Universo é estruturado em relação ao Sol, de forma hierárquica, e é harmoniosamente ordenado pelo Criador. Ele também elenca que a norma seguida por Deus na criação do mundo é determinada por considerações puramente matemáticas ou geométricas[3].
Kepler soube descobrir a verdadeiras leis dos movimentos planetários. Em compensação não soube formular as leis do movimento, pois não foi capaz de levar, até o estágio tanto necessário – aliás, seria extremamente difícil -, a geometria do espaço e chegar à nova noção do movimento que daí resulta. Para Kepler certamente, que nessa questão permanece como um bom Aristotélico, o repouso não precisa ser explicado. O movimento pelo contrário, precisa de uma explicação e de uma força. Por isso Kepler não consegue conceber a lei da inércia[4].
De acordo com Koyré o insucesso de Kepler se dá pelo fato de que, tendo em mente um mundo bem ordenado, não foi capaz de admitir um Universo infinito[5].
É com Galileu Galilei que saímos da época renascentista. Ele, animado pela ideia arquimediana[6] da física matemática, da redução do real ao geométrico, geometriza o Universo identificando o espaço físico com o da geometria euclidiana[7]. Assim ele ultrapassa Kepler, formulando um conceito do movimento que constitui a base da dinâmica clássica[8].
Galilei admite que o movimento é um estado tão estável e permanente quanto o estado de repouso e que não há necessidade de força constante a atuar sobre o móvel para explicar seu movimento. Admite também a relatividade do movimento e do espaço e a possibilidade de aplicar as leis da mecânica à geometria.
Contudo, por questão de prudência, Galileu não se pronunciou de maneira clara sobre o problema da finidade ou infinidade do Universo[9]. Diz Galilei: “Nem eu, nem tu, nem qualquer outro homem jamais provou que o mundo é finito e dotado de uma forma, ou, pelo contrário, infinito e indeterminado” [10].
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