História Da Filosofia Antiga I
Artigo: História Da Filosofia Antiga I. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: andrecaregnato • 11/10/2013 • 1.143 Palavras (5 Páginas) • 2.269 Visualizações
1) O que é mito e qual é sua função no contexto das culturas arcaicas e “primitivas”?
(Na tentativa de abordar de maneira mais clara e precisa, dividirei a pergunta em duas partes:)
a) O que é mito?
Na língua grega arcaica o vocábulo mýthos (mito) tem três sentidos:
1º) Sinônimo das palavras épos e lógos, tinha o sentido de “parlavra”, “discurso”; é similar do termo “mythéuo” que é sinônimo da palavra “légen” (falar, dizer);
2º) “Discurso, palavra que conta uma história e se organiza como narrativa”;
3º) “Discurso genético (referente à génesis = origem, nascimento; matriz perene, eterna e imutável da qual procedem todas as coisas – o fundo do Ser), narrativa sobre as origens...
O vocábulo “mito” é hoje usado tanto para designar “ilusão” ou “ficção” quanto (por parte dos especialistas da sociologia, etnologia e história das religiões) para expressar o sentido de “tradição sagrada, revelação primordial, modelo exemplar”. Já a quase um século os eruditos ocidentais, diferentemente de seus predecessores do séc. XIX, passaram a tratar e estudar o mito não mais como “fábula” e “invenção”; eles o aceitaram como eram tidos pelas sociedades arcaicas, onde designava uma “história verdadeira” e preciosa por seu caráter sagrado, exemplar e significativo.
b) Qual é a função do mito no contexto das culturas arcaicas e “primitivas”?
O principal papel dos mitos nas comunidades arcaicas e primitivas é fornecer os modelos para a conduta humana, conferindo, por isso mesmo, significação e valor à existência quando aqueles (os mitos) eram o único recurso do qual tais comunidades podiam se valer para tal, e assim escapar dos colapsos que uma total falta de sentido para a existência provavelmente trariam sem eles (os mitos).
“Conhecendo o mito, conhece-se a ‘origem’ das coisas, chegando-se, consequentemente, a domina-las à vontade; não se trata de um conhecimento ‘exterior’, ‘abstrato’, mas de um conhecimento que é vivido ritualmente, seja narrando cerimonialmente o mito, seja efetuando o ritual ao qual ele serve de justificação... é impregnado pelo poder sagrado e exaltante dos eventos rememorados ou reatualizados.”
2) Identifique e esclareça as principais características da representação da divindade veiculada pelos poemas homéricos.
Os deuses dos poemas homéricos:
“Há na concepção homérica dos deuses o antropomorfismo – formas humanas superlativadas, principalmente na beleza e resplandescência; há sujeições dos deuses a paixões, sentimentos e apetites humanos.” “O divino não se sobrepõe ao natural como poder transcendente, ele se manifesta na própria forma natural. Há ausência do mistério e do sobrenatural. ”.
Eles são todos eternos (mas isso não significava que não nascessem ou não pudessem nascer) ; “só eram representados no esplendor da juventude”; pertencia aos deuses também a beleza (que do ponto de vista grego não podia ser completa sem elevada estatura) ; “eles são explicitamente chamados ‘os felizes’” ; são perfeitos ; tem; possuíam traços plenamente humanos ; eles tem horror à morte ; são luminosos .
3) Explique a relação entre Musas e Verdade (no sentido original da termo grego alétheia) no contexto da mentalidade grega arcaica. A partir disso, esclareça por que a poesia é concebida, no mundo grego, como “uma das formas típicas da possessão e do delírio divinos”, um tipo de “vidência” ou “entusiasmo” (Vernant).
As Musas, filhas de Zeus (o soberano dos céus) eram as tinham o poder ontofânico (onto = ser + fânico = revelação, + ser = reevelação do ser) e por meio de suas vozes inspiravam a poesia, que para os gregos significava um veículo da verdade (alétheia = negação de esquecimto; desvelamento, poder de manifestação) sagrada aos poetas.
4) Explique o que é a tese orientalista e como o historiador escocês J. Burnet pretende refutá-la, mediante a elaboração daquele modelo historiográfico que veio a se tornar conhecido como “teoria do milagre grego”.
A tese orientalista propõe
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