IMMWAEL KANT E A UNIVERSALIZAÇÃO DA ÉTICA
Artigo: IMMWAEL KANT E A UNIVERSALIZAÇÃO DA ÉTICA. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: WillianViana • 24/9/2014 • Artigo • 756 Palavras (4 Páginas) • 539 Visualizações
IMMANUEL KANT E A UNIVERSALIZAÇÃO DA ÉTICA
Para compreender a proposta da ética kantiana é imprescindível compreender o
tempo em que viveu e as preocupações que o motivaram. Kant nasceu em 1724 e morreu,
praticamente senil, em 1804. O pensamento kantiano é um dos mais claros representantes
do chamado Iluminismo. A menção à luz ou à iluminação é uma referência contra o
pensamento medieval, para o qual os pensadores do Iluminismo ou modernos atribuíram o
adjetivo de “Idade das Trevas”. Portanto, o Iluminismo pretendia, como tarefa básica,
arrancar o homem da superstição e do misticismo, no qual, segundo seus autores, a Igreja
Católica já havia calcado os homens. Abandona-se Deus e em seu trono senta-se a razão.
Ela é, agora, capaz de nos fornecer a luz, o caminho e a verdade.
Em relação à ética, surgem as seguintes questões: se Deus, a revelação divina e a
autoridade da Igreja já não representam os fundamentos para a ética, onde, então, os
encontramos? Se não existe o inferno e o céu, por que ainda há a necessidade de agir
moralmente? Se não há um grupo seleto de homens (ministros das igrejas), quem ou de
onde recebemos os mandamentos para a conduta certa? A partir de onde podemos definir o
que é certo e errado?
A resposta a estas perguntas eram, em última análise, a elaboração de uma ética
secularizada, quer dizer, uma ética independente da autoridade da Igreja e de Deus (muito
mais da autoridade da Igreja do que de Deus!!). Assim, a proposta de Kant é: a razão e na
razão encontramos todas as respostas necessárias para fundamentar a ética. Por
conseguinte, a ética kantiana é uma ética antropocêntrica, centrada no homem e não mais
teocêntrica, na qual os mandamentos divinos, interpretados e comunicados por um grupo de
homens que se autojulgam seletos, devem ser obedecidos. A revolução que Kant causa é
comparada àquela que Copérnico realizou na astronomia, ou seja, o certo e o errado, antes
determinados a partir de fora de nós pela autoridade da Igreja e pelos mandamentos de
Deus, agora são encontrados em nós mesmos, na reflexão racional. Nós, através da razão,
somos os juízes do certo e do errado. Aqui nasce, como que das cinzas de uma batalha
longa entre misticismo e razão, a autonomia (dar a lei a si mesmo). Por conseguinte, ser
livre é não ser determinado nas suas escolhas por outras pessoas ou por sentimentos,
paixões e emoções, mas única e exclusivamente pela razão.
Kant pensa que, para a ética poder ser universal, não podemos deliberar e agir a
partir de nossas emoções, sentimentos ou desejos porque eles são muito subjetivos,
pessoais. Podemos ainda encontrar valores que sejam partilhados comunitariamente, mas
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