I. Immanuel Kant
Resenha: I. Immanuel Kant. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: alemm • 1/6/2013 • Resenha • 2.056 Palavras (9 Páginas) • 889 Visualizações
I. Immanuel Kant
Kant propõe uma filosofia que supere as diferenças entre empirismo e o racionalismo. Kant pretende analisar as possibilidades de conhecimento do ser humano do real e limites do conhecimento, o que pode ser conhecido pelo homem através dos sentidos e da razão. Segundo ele, “nada no conhecimento puro pode ser atribuído aos objetos senão aquilo que o sujeito pensante tira de si mesmo. Pois a razão especulativa pura tem em si que pode e deve medir sua própria diversidade do mundo que ela escolhe objetos para pensá-los¨.
Kant inicia a sua Crítica da Razão Pura anunciando enfaticamente que todos os nossos conhecimentos começam com a experiência. Isto é justificado pelo fato que não poderia haver outra maneira de adquirir um conhecimento senão pela excitação de nossos sentidos pelos objetos com os quais nos deparamos.
As representações subseqüentes destes mesmos objetos serão comparadas, reunidas ou separadas por nossos processos cognitivos, que Kant chama de entendimento, e então a conversão do material bruto que afetou os nossos sentidos em conhecimento das coisas é denominada experiência. Podemos assumir então que nenhum conhecimento é anterior, no sentido temporal, à experiência; todo conhecimento começa por ela.
Porém, de maneira aparentemente contraditória, Kant afirma que a partir disso, não se pode concluir que todo conhecimento surge com a experiência, pois existe outra espécie de conhecimento que é independente da experiência e dos sentidos. O nosso conhecimento empírico é um composto daquilo que adquirimos através dos sentidos e daquilo que nossa cognição lhe adiciona, sendo este adicional difícil de notar se não for desenvolvida uma habilidade em identificar estes conhecimentos distintos. Este conhecimento independente é chamado de “a priori”, em contraste com o tipo de conhecimento que se dá através da experiência, a saber, conhecimento “a posteriori”.
II. Imperativo
O Imperativo é a fórmula do mandamento da razão, e representa um princípio objetivo, que obriga uma vontade.
Todos os Imperativos se expressam pelo verbo 'dever', e mostram a relação de uma lei objetiva da razão para uma vontade que segundo a sua constituição subjetiva não é por ela necessariamente obrigada. Eles dizem que seria bom praticar ou abster-se de tal ato, mas dizem-no a uma vontade que nem sempre faz qualquer coisa só porque lhe é demonstrado que seria bom fazê-lo. Praticamente bom é tudo aquilo que determina a vontade por meio da razão, e não por causas subjetivas, mas objetivas, ou seja, por princípios válidos para todo o ser racional. Diferencia-se do agradável, que só influi na vontade por meio das sensações em virtude das causas puramente subjetivas que valem apenas para a sensibilidade, e não como princípio da razão válido para todos.
Uma vontade perfeitamente boa estaria submetida a leis objetivas (do bem), mas não poderia obrigar a ações conformes à lei, pois pela sua constituição subjetiva ela só pode ser determinada pela representação do bem. Os Imperativos não valem para a vontade divina ou para a vontade santa, pois nelas o dever não está em seu devido lugar, pois o querer coincide necessariamente com a lei. Os imperativos são apenas fórmulas para expressar a relação entre leis objetivas do querer em geral e a imperfeição subjetiva de uma ou outra pessoa, da vontade humana.
Todos os Imperativos ordenam hipotética ou categoricamente.
III. Imperativo Hipotético
Os Imperativos Hipotéticos representam a necessidade prática de uma ação possível como meio para alcançar um fim que se queira ou que é possível que se queira. Os imperativos são fórmulas da determinação da ação necessária segundo o princípio de uma vontade boa de qualquer maneira. No caso de a ação ser apenas boa como meio para atingir qualquer outra coisa o Imperativo é Hipotético.
O Imperativo Hipotético diz que a ação é boa apenas em vista de qualquer intenção possível ou real. No primeiro caso é um princípio problemático, no segundo é um princípio assertivo-prático.
Pode-se conceber que, aquilo que só é possível pelas forças de um ser racional é também intenção possível para qualquer vontade, e por isso são infinitamente numerosos os princípios da ação, enquanto esta é representada como necessária, para alcançar qualquer intenção possível de atingir por meio deles.
Nas ciências, há uma parte prática composta por problemas que estabelecem que determinada finalidade é possível para nós, e de imperativos que indicam como ela pode ser atingida. A estes imperativos chamamos Imperativos de Destreza. Se a finalidade é razoável ou boa não importa saber, mas apenas como atingi-la.
A uma finalidade que todos os seres humanos buscam, a felicidade. O imperativo que representa a necessidade de ação para alcançar a felicidade é o assertórico. Não deve-se propor como necessário para uma intenção incerta, apenas possível, mas para uma intenção certa e prioritária a todas as pessoas, pois pertence à essência humana a busca pela felicidade, a qual estamos invariavelmente condicionados.
Para Kant a destreza na escolha dos meios para atingir a felicidade é a prudência.
IV. Imperativo Categórico
O comando moral que faz com que nossas ações sejam moralmente boas, se expressa no imperativo categórico: “age só segundo máxima tal que possas ao mesmo tempo querer que ela se torne lei universal” (FMC, 2004, p.51). Essa lei está atada à razão pura prática. Todo sujeito é racional (tem raciocínio lógico), por isso tem condição de sujeito moral, dotado de normas. Exercer uma ação contrária levaria ao absurdo. O exemplo que Kant nos dá (FMC) a respeito da mentira é o mais conhecido. Poderia alguém mentir em benefício próprio, de um ente querido, ou mesmo em favor da humanidade? Kant nos diz não, pois a mentira jamais poderia ser universalizada sem autocontradição: (...), pois, segundo essa lei, não poderia haver propriamente promessa alguma, já que seria inútil afirmar a minha vontade quanto a minhas futuras ações, pois as pessoas não acreditariam em meu fingimento, ou, se precipitadamente o fizessem, pagar-me-iam na mesma moeda. Portanto, a minha máxima, uma vez arvorada em lei universal, destruir-se-ia a si mesma necessariamente (Kant, FMC, 2004, p.31). Desse modo, cada sujeito, tem um alarme acionado na sua consciência moral (com a razão pura prática
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