Ignorância familiar: Sócrates
Resenha: Ignorância familiar: Sócrates. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: CRAZYGYS • 1/4/2014 • Resenha • 355 Palavras (2 Páginas) • 329 Visualizações
O Saber Ignorante: Sócrates
Se fosse perguntado a Sócrates "o que é a filosofia?", é possível dizer que ele não responderia como Platão, ainda que não o desmentisse. Sócrates esteve mais disposto a fazer filosofia do que erigir uma discussão meta-filosófica, isto é, uma discussão sobre a definição e os métodos da filosofia.
Estava disposto a fazer da filosofia um trabalho com conseqüências mais drásticas - para a vida prática cotidiana - que as assumidas por Platão. Ele não estava interessado na admiração ou no espanto com o que é banal no mundo, mas motivado a ver a desbanalização do que poderia ser tomado como banal para si mesmo e para outros homens: a condição de cada um a respeito do que sabe sobre o mundo e sobre si mesmo em relação à conduta na vida prática, na vida moral. No jogo de perguntas e respostas para cada transeunte de Atenas, Sócrates não tinha respostas para nada, ainda que tivesse um bom número de perguntas cujo objetivo era levar seus interlocutores a perceber que o que sabiam do mundo e de si mesmos (especialmente no campo das verdades morais) era muito pouco, e que a condição de sábio, aquele que poderia se auto-conhecer, talvez fosse justificável para os que sabiam que nada sabiam.
3. O Cogito como fundamento último.
Descartes não desmentiu Sócrates, Platão ou Aristóteles. Ele, como bom filósofo, realmente se espantava com o que os outros acreditavam como banal. Para sua época, não deveria ser banal encontrar tantos povos diferentes com tantos modos de pensar e de falar distintos uns dos outros e que, no entanto, poderem ser tomados como “humanos e inteligentes”. Mas, na verdade, o contato dos povos europeus com outros, como se deu no período das grandes navegações, se tornou algo rapidamente banal. Ainda que houvesse estranhamento e guerras – inclusive guerras de religião e de todo tipo de intolerância – o estranhamento foi menor que a aceitação da tese de que cada povo tem sua vida e, enfim, logo surgiu no cenário o ditador popular “cada cabeça uma sentença”. Era uma forma de legitimação da relativização das conclusões que cada um poderia chegar.
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