Jesus Cristo Como Formador De Opinião
Artigos Científicos: Jesus Cristo Como Formador De Opinião. Pesquise 861.000+ trabalhos acadêmicosPor: astraercio • 23/10/2013 • 1.454 Palavras (6 Páginas) • 935 Visualizações
TEMA 8. Jesus Cristo, Deus e Homem verdadeiro
Jesus Cristo assumiu a natureza humana sem deixar de ser Deus: é verdadeiro Deus e verdadeiro homem.
1. A Encarnação do Verbo
“Ao chegar a plenitude dos tempos, enviou Deus a seu Filho, nascido de mulher” (Gal 4,4). Assim se cumpre a promessa de um Salvador que Deus fez a Adão e Eva ao serem expulsos do Paraíso: “Porei inimizades entre ti e a mulher, e entre a tua descendência e a dela; ela te pisará a cabeça e tu armarás traições ao seu calcanhar” (Gn 3,15). Este versículo do Gênesis é conhecido com o nome de proto-evangelho, pois constitui o primeiro anúncio da boa- nova da salvação. Tradicionalmente, tem-se interpretado que a mulher a que se refere é, tanto Eva, em sentido imediato, como Maria, em sentido pleno; e que a descendência da mulher refere-se tanto à humanidade como a Cristo.
Desde então, até o momento em que “o Verbo se fez carne e habitou entre nós” (Jo 1, 14), Deus foi preparando a humanidade para que pudesse acolher frutuosamente a seu Filho Unigênito. Deus escolheu para si o povo israelita, estabeleceu com ele uma Aliança e o formou progressivamente, intervindo em sua história, manifestando-lhe seus desígnios através dos patriarcas e dos profetas e santificando-o para si. E tudo isto, como preparação e figura daquela nova e perfeita Aliança que havia de concluir-se em Cristo e daquela plena e definitiva revelação que devia ser efetuada pelo próprio Verbo encarnado [1]. Ainda que Deus tenha preparado a vinda do Salvador, principalmente mediante a eleição do povo de Israel, isto não significa que abandonasse os demais povos, os “gentios”, pois nunca deixou de dar testemunho de si mesmo (cfr. Atos 14, 16-17). A Providência divina fez com que os gentios tivessem uma consciência mais ou menos explícita da necessidade da salvação, e até os últimos rincões da terra se conservavam o desejo de ser redimidos.
A Encarnação tem sua origem no amor de Deus pelos homens: “Nisto se manifestou o amor de Deus para conosco, em que Deus enviou ao mundo o seu Filho único, para que vivamos por meio dEle” (1Jo 4, 9). A Encarnação é a demonstração por excelência do Amor de Deus para com os homens, já que nela é o próprio Deus que se entrega aos homens, fazendo-se participante da natureza humana, na unidade da pessoa.
Após a queda de Adão e Eva no paraíso, a Encarnação tem uma finalidade salvadora e redentora, como professamos no Credo: “por nós homens e para nossa salvação, desceu dos céus e se encarnou pelo Espírito Santo,no seio da Virgem Maria, e se fez homem”[2]. Cristo afirmou de Si mesmo que o Filho do homem veio para buscar e salvar o que estava perdido” (Lc 19, 19; cfr Mt 18,11) e que “Deus não enviou seu Filho para condenar o mundo, mas que o mundo fosse salvo por Ele” (Jo 3,17).
A Encarnação não só manifesta o infinito amor de Deus aos homens, sua infinita misericórdia, sua justiça, seu poder, mas também a coerência do plano divino da salvação. A profunda sabedoria divina consiste na forma segundo a qual Deus decidiu salvar o homem, isto é, do modo como convém à natureza, que é precisamente mediante a Encarnação do Verbo.
Jesus Cristo, o Verbo encarnado, “não é nem um mito, nem uma idéia abstrata qualquer. É um homem que viveu em um contexto concreto e que morreu depois de ter levado sua própria existência dentro da evolução da história. A investigação histórica sobre Ele é, pois, uma exigência da fé cristã” [3].
Que Cristo existiu pertence à doutrina da fé, como também que morreu realmente por nós e que ressuscitou ao terceiro dia (cfr. 1 Co 15, 3-11). A existência de Jesus é um fato provado pela ciência histórica, sobre tudo mediante a análise do Novo Testamento, cujo valor histórico está fora de dúvida. Há outros testemunhos antigos não cristãos, pagãos e judeus, sobre a existência de Jesus. Precisamente por isto, não são aceitáveis as posições de quem contrapõe um Jesus histórico ao Jesus da fé e defendem a hipótese de que quase tudo o que o Novo Testamento diz acerca de Cristo seria uma interpretação de fé que fizeram os discípulos de Jesus, mas não sua autêntica figura histórica, que ainda permaneceria oculta para nós. Estas posturas, que em muitas ocasiões encerram um forte preconceito contra o sobrenatural, não levam em conta que a investigação histórica contemporânea concorda em afirmar que a apresentação que faz o cristianismo primitivo de Jesus baseia-se em fatos autênticos sucedidos realmente.
2. Jesus Cristo, Deus e homem verdadeiro
A Encarnação é “o mistério da união admirável da natureza divina e da natureza humana, na única Pessoa do Verbo” (Catecismo, 483). A Encarnação do Filho de Deus “não significa que Jesus Cristo seja em parte Deus e em parte homem, nem que seja o resultado de uma mistura confusa do divino com o humano. Ele fez-Se verdadeiro homem, permanecendo verdadeiro Deus. Jesus Cristo é verdadeiro Deus e verdadeiro homem.” (Catecismo, 464). A divindade de Jesus Cristo, Verbo eterno de Deus, foi comentada no texto referente à Santíssima Trindade. Aqui, vamos focar a atenção no que diz respeito à sua humanidade.
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