Julgamento De Nuremberg

JULGAMENTO DE NUREMBERG

O FILME

1945 Ano zero para uma Alemanha em ruínas físicas e morais, a Europa tentava esclarecer a responsabilidade da hierarquia política nazista nos crimes cometidos durante a segunda guerra mundial. As potencias aliadas, vencedoras da guerra, decidiram criar um Tribunal Militar, que permitisse julgar os principais responsáveis políticos e militares e escolheram para o dito objetivo, pela sua especial significação simbólica, a cidade de Nuremberg.

Esta cidade medieval tinha sido testemunha das cenográficas reuniões do partido e o Palácio da Justiça renovou este patrocínio histórico da cidade ao transformar-se no cenário da aprovação das famosas Leis de Nuremberg, que em 1935, oficiaram a segregação racial impedindo os casamentos mistos.

O filme em si, toma como tema um fato marcante que é passado no pretenso final da 2ª Guerra Mundial.

No enredo temos como tema o histórico julgamento e seus protagonistas.

Se destaca como personagem principal Robert H. Jackson, juiz adjunto da suprema corte dos USA, idealista, com crença na justiça natural, e na eficácia do processo judicial.

Intransigente nas questões de princípio tinha como marca seu espírito combativo e seu zelo moral.

Foi indicado pelo Presidente Truman para conduzir a acusação, como promotor chefe e foi dele a responsabilidade da escolha do local e toda a estrutura montada para a realização dos trabalhos.

No filme porem ele aparece como carreirista de primeira ordem, acomodado com o status que desfruta. Culto porem sem formação acadêmica conforme informa a um soldado durante a ocupação do palácio da justiça vive em uma turbulência conjugal devido sua personalidade forte em conflito com a personalidade de sua esposa, tipicamente americana, impulsiva e dominadora em contraste com a presença constante de uma secretária submissa de temperamento latino e prestativo em período integral.

Aparentemente a possibilidade que a missão lhe é oferecida engloba perfeitamente seu interesse ao lhe proporcionar o desafio de se reencontrar profissionalmente e de repensar sua vida pessoal

A viagem

A sua decisão de impedir que os integrantes da equipe jurídica levassem familiares (esposas) como acompanhantes na viagem para a Alemanha lhe rendeu futuramente comentários desairosos que colocariam em cheque seu comportamento pessoal em virtude de que na viagem seguiu também sua secretária particular.

Durante o vôo é pautada a estratégia da acusação, são diferenciados os termos e escolhidos os motivos da acusação. Entre os 22 réus deveriam constar Comandantes de campos de concentração, promotores de trabalho escravo, beneficiários de por trabalho escravo, dirigentes políticos de alto escalão acusados de quebra de tratados internacionais de não agressão, militares responsáveis por operações de repressão em países invadidos e carrascos de toda ordem que procederam a atrocidades e crimes contra a humanidade.

(Os quatro encargos definidos pelo estatuto a serem aplicados pelo tribunal foram:

I) Plano comum de conspiração;

II) (II) crimes contra a paz;

III) III) Crimes de Guerra;

IV) IV) Crimes contra a Humanidade;

A outra personagem marcante no filme foi a de HERMAN GORING, Marechal de guerra e comandante da Luftwaffe durante todo o transcorrer da guerra, aparece no inicio do filme se entregando e confraternizando com oficial americano a quem trata como irmão de armas. Afastado da família e transferido para o presídio de Nuremberg onde só os veria uma vez mais antes do inicio dos trabalhos judiciais.

No período que antecedeu o julgamento os presos foram considerados como prisioneiros de guerra até serem pronunciados, foram mantidos em severo regime de vigilância 24 horas por dia e a partir do suicídio de um dos presos a vigilância passou a ser visual pelo mesmo período.

Nesse período destaca-se a presença constante junto a Hermann Goring de um suboficial que lhe presta serviço de vigilância e ordenança, que por ser oriundo de um estado americano onde seus habitantes adotam idéias segregacionistas semelhantes às apregoadas pelo prisioneiro acaba simpatizando com quem acaba se identificando e no filme colocado como provável facilitador de seu suicídio com cianeto.

Na historia real vários psicólogos são escolhidos para prestar apoio médico e psicológico aos argüidos reclusos na prisão Inicialmente Douglas Kelly que foi substituído durante o curso do julgamento pelo Dr. Leon M. Goldensohn medico psiquiatra norte americano de origem judaica que recebe um destaque no filme e na vida real ainda recebe auxilio do psicólogo Gustavo Gilbert que foi responsável pela avaliação psicológica dos reclusos.

Nesse ínterim há de se abrir um parêntese para esclarecer que em casos especiais foram nomeados comissões cientificas formadas por psiquiatras de diversas nacionalidades inclusive havia um cientista e um agente do serviço de inteligência dos Estados Unidos.

Durante os trabalhos era idéia generalizada que inclusive Dr. Leon compartilhava que os dirigentes nazistas sofriam de alguma patologia fato que lamentavelmente o psiquiatra apercebeu-se de que a maioria deles, não apresentava nenhuma doença mental e eram pessoas normais “talvez demasiadamente normais.

A avaliação psicrométrica feita pelo psicólogo Gilbert para medir o QI dos reclusos permitiu demonstrar que todos menos um deles (Julius Streicher) possuíam uma inteligência superior a média (que correspondia a uma pontuação entre 90 e 110no exame) sete tiveram resultados superior a 130, dois superaram os 140 quatro segundo foi possível verificar posteriormente.

A maioria eram bons pais de família e muitos tinham recebido formação superior ou uma boa formação profissional. Como era de se esperar os argumentos mais freqüentes usados pelos entrevistados para justificar os seus atos incluem o argumento da obediência às ordens superiores hierárquicos, o desconhecimento da existência de campos de concentração a idéia de guerra defensiva e a recuperação do espaço vital.

No filme, munido de todas as informações possíveis e de farta documentação que segundo um dos integrantes da equipe da acusação seriam informações suficientes para incriminar metade da população da Alemanha e mais o desacordo de conduta manifestado por Hermann Goring em relação à Speer e vice versa durante entrevista do psiquiatra junto