Mito e Filosofia
Tese: Mito e Filosofia. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: luisa123456789 • 1/10/2014 • Tese • 1.459 Palavras (6 Páginas) • 410 Visualizações
Logo, pesquisar aquilo que deve se transformar na procura do tempo perdido, da Idade de Ouro, do de onde se vem que é também o para onde se vai. E é a divindade que nos guia nessa revolução circular. Contudo, o movimento pode ser abandonado a si mesmo. O giro do corpo esférico em redor do seu próprio eixo pode rodar no sentido oposto ao do seu próprio movimento, numa mudança de direção que leva a destruições e a cataclismos, mas a que se seguem regenerações paradoxais, onde os cabelos brancos dos velhos voltam a escurecer, os adolescentes retomam as dimensões dos recém-nascidos e os cadáveres dos mortos se diluem no chão, nascendo então a raça dos filhos da terra que, ao sair da terra regressam à vida, sem guardarem lembrança das anteriores condições da respectiva existência. Introdução
Mito e filosofia :
Considerados há muito tempo como antagônicos, mito e filosofia protagonizam atualmente uma (re)conciliação. Desde os primórdios, a Filosofia, busca do saber, é entendida como um discurso racional que surgiu para se contrapor ao modelo mítico desenvolvido na Grécia Antiga e que serviu como base de sua Paideia (educação). A palavra mito é grega e significa contar, narrar algo para alguém reconhece o proferidor do discurso como autoridade sobre aquilo que foi dito.
Idealismo platônico:
O elemento fundamental do pensamento platônico reside na respectiva teoria das deias ou formas, consideradas como as coisas que realmente são, o ser, e que se distinguiriam das coisas que acontecem, dado que estas apenas estariam entre o ser e o não ser. Só a ideia é aquilo que gera, aquele princípio que não muda, aquilo que é necessário e permanente, aquilo que auto-subsiste, a causa de toda a mudança, dado que aquilo que acontece não passaria da ideia que devém, do mero contingente, do que é composto de mudança. As ideias, enquanto coisas perfeitas e auto-subsistentes, não são visíveis, aos olhos dos homens concretos, devido ao seu esplendor, pelo que só o espírito as consegue vislumbrar e apreender. O fulcro deste conceito está na respectiva metáfora do sol, onde tal estrela está para o mundo visível como a ideia de bem para o mundo do inteligível.
Realismo aristotélico :
O Realismo Aristotélico Representa na Grécia antiga, uma reação ao discurso dos sofistas e uma tentativa de superação da oposição dos pensamentos de Parmênides (negava a realidade do movimento e da mudança) e Heráclito (toda permanência e estabilidade resultam de precário equilíbrio entre forças opostas). Aristóteles afirma que é possível conhecer o que é real concreto e mutável por meio de definições e conceitos que permanecem inalterados, estabelecendo previamente o que importa ser conhecido a cerca do ser. Considera o Universo como um todo ordenado segundo leis constantes e imutáveis, que rege fenômenos da natureza de ordem política, moral ou estética, antecedendo, as diversas ciências que se interessam por determinados aspectos do ser.
Desenvolvimento
Mito e filosofia:
Assim, Homero (Íliada e Odisseia) e Hesíodo (Teogonia e Dos trabalhos e dos Dias) são considerados os educadores da Hélade (como se chamava a Grécia) por excelência, bem como os rapsodos (uma espécie de ator, cantor, recitador) eram tidos como portadores de uma verdade fundamental sobre a origem do universo, das leis etc., por reproduzirem as narrativas contidas nas obras daqueles autores.
Foi somente a partir de determinadas condições (navegações, uso e invenção do calendário e da moeda, a criação da democracia que preconizava o uso da palavra, bem como a publicidade das leis etc.) que o modelo mítico foi sendo questionado e substituído por uma forma de pensar que exigia outros critérios para a confecção de argumentos. Surge a Filosofia como busca de um conhecimento racional, sistemático e com validade universal.
De Aristóteles a Descartes, a Filosofia ganhou uma conotação de ciência, de conhecimento seguro, infalível e essa noção perdurou até o século XIX, quando as bases do que chamamos Razão sofreu duras críticas com o desenvolvimento da técnica e do sistema capitalista de produção. A crença no domínio da natureza, da exploração do trabalho, bem como a descoberta do inconsciente como o grande motivador das ações humanas, evidenciaram o declínio de uma sociedade armamentista, excludente e sugadora desenfreada dos recursos naturais. A tendência racionalista fica, então, abalada e uma nova abordagem do mundo faz-se necessária.
O que era tido antes como pré-cientifico, primitivo, assistemático, ganha especial papel na formação das culturas. As noções de civilização, progresso e desenvolvimento vão sendo substituídas lentamente pela diversidade cultural, já que aquelas não mais se justificam. A releitura de um dos pensadores tidos como fundadores do idealismo racionalista preconiza que já na Grécia o mito não foi meramente substituído nem de forma radical, nem gradual pelo pensamento filosófico. Os textos de Platão, analisados não somente pela ótica conceitual, mas também dramática, nos proporciona compreender que um certo uso do mito é necessário onde o lógos (discurso, razão, palavra) não consegue atingir ainda seu objeto, ou seja, aquilo que era apenas fantasioso, imaginário, ganha destaque por seu valor prático na formação do homem.
Idealismo
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