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O Mito E A Filosofia

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Por:   •  13/4/2014  •  1.318 Palavras (6 Páginas)  •  561 Visualizações

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SISTEMA DE ENSINO PRESENCIAL CONECTADO

HISTÓRIA

O MITO E A FILOSOFIA

2011

O MITO E A FILOSOFIA

2011

O mito e a filosofia

Por que tomamos o ilusório real? Nas diversas divagações do meu ser, reconheço que a filosofia representa primordialmente a busca do saber, mais do que propriamente o saber adquirido em si mesmo. A Grécia é o berço do conhecimento racional, onde o conhecimento desvincula-se da religião e do mito. Pitágoras de Samos (582-497 A.C) foi o primeiro a utilizar-se do termo filósofo, mas com certeza não foi o primeiro filósofo. Podemos nomear também Tales, Anaximandro e Anaxímenes, considerados Pré-Socráticos, sendo que todos estes buscaram descobrir o princípio gerador do kosmos, que se trata da Arkhé, encontrável no mundo fenomênico, por isso estavam buscando a essência na Physis . O termo Kosmos (ordem, organização) se opõe ao termo Kaos (desordem e desorganização).

Quem é o responsável pela ordem do Cosmos? Quem controla a mundo fenomênico? Seria o controle realizado sob o comando de algo com sua essência na Physis? Os primeiros filósofos partiram do conhecido mundo físico para tentar explicar o princípio gerador do kosmos, que se trata da Arkhé. Os mitos e as respectivas narrativas mitológicas representam a forma fantástica que vigorava na época como instrumento de explicação do kosmos. As narrativas mitológicas são as primeiras experiências visando explicar o mundo, caracterizando-se como uma cosmologia insipiente, utilizando-se de critérios sobrenaturais (deuses, semideuses e heróis). Portanto, os mitos possuíam esse caráter explicativo, mas justapunha o real e o ilusório em um mesmo grau de importância explicativa da realidade. O mito representa a primeira tentativa de atribuir sentido ao mundo fenomênico. o mito exerceu entre os povos antigos três funções principais: religiosa, social e filosófica. Primeiramente, o mito é o primeiro degrau no processo de compreensão dos sentimentos religiosos mais profundos do ser humano; é o protótipo da teologia. Mas, ao mesmo tempo, ele é também, aquilo que assinala e garante o pertencer a um grupo social e não a outro, pois pertencer a este ou àquele depende dos mitos particulares que alguém segue e cultiva. Finalmente, o mito exerce uma função semelhante à filosofia, enquanto representa o modo de autocompreender-se dos povos primitivos.

A filosofia surgiu como instrumento de racionalização e decantação do real e do ilusório, pois não mais se aceitava as narrativas mágicas como instrumento propulsor do saber. A filosofia busca a explicação raciocinada entre a causa e o efeito, contrapondo-se às explicações mágicas do mito. Penso, logo existo.É necessário deixar bem claro, nesta tentativa de conceituar o mito, que o mesmo não tem aqui a conotação usual de fábula, lenda, invenção, ficção, mas a acepção que lhe atribuíam e ainda atribuem as sociedades arcaicas, as impropriamente denominadas culturas primitivas, onde mito é o relato de um acontecimento ocorrido no tempo primordial, mediante a intervenção de entes sobrenaturais. Em outros termos, mito, é o relato de uma história verdadeira, ocorrida nos tempos dos princípios, quando com a interferência de entes sobrenaturais, uma realidade passou a existir, seja uma realidade total, o cosmo, ou tão-somente um fragmento, um monte, uma pedra, uma ilha, uma espécie animal ou vegetal, um comportamento humano. Mito é, pois, a narrativa de uma criação: conta-nos de que modo algo, que não era, começou a ser.

De outro lado, o mito é sempre uma representação coletiva, transmitida através de várias gerações e que relata uma explicação do mundo.

Roland Barthes, o mito não pode, conseqüentemente, "ser um objeto, um conceito ou uma idéia: ele é um modo de significação, uma forma". Assim, não se há de definir o mito "pelo objeto de sua mensagem, mas pelo modo como a profere".

Talvez se pudesse definir mito, dentro do conceito de Carl Gustav Jung, como a conscientização de arquétipos do inconsciente coletivo, quer dizer, um elo entre o consciente e o inconsciente coletivo, bem como as formas através das quais o inconsciente se manifesta.:

a) imagens (incluídos os sonhos) de caráter pessoal, que remontam a experiências pessoais esquecidas ou reprimidas, que podem ser explicadas pela anamnese individual;

b) imagens (incluídos os sonhos) de caráter impessoal, que não podem ser incorporados à história individual. Correspondem a certos elementos coletivos: são hereditárias.

A palavra textual de Jung ilustra melhor o que expôs: "Os conteúdos do inconsciente pessoal são aquisições da existência individual, ao passo que os conteúdos do inconsciente coletivo são arquétipos que existem sempre a priori.

Em síntese, os mitos são a linguagem imagística dos princípios. "Traduzem" a origem de uma instituição, de um hábito, a lógica de uma gesta, a economia de um encontro.

A "consciência mítica", embora rejeitada

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