NOVOS PARADIGMAS DA HUMANIDADE

Universidade do Sul de Santa Catarina – Unisul

Campus Virtual

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Avaliação a Distância 1

Unidade de Aprendizagem: Cenários Futuros

Curso: FILOSOFIA

Professor: Luiz Henrique Milani Queriquelli

Nome do estudante: PEDRO MIGUEL DE CARVALHO MESSIAS SANTOS        

Data: 23/05/2018

Orientações: Procure o professor sempre que tiver dúvidas. Entregue a atividade no prazo estipulado. Esta atividade é obrigatória e fará parte da sua média final. Encaminhe a atividade via Espaço UnisulVirtual de Aprendizagem (EVA).

Proposta:

Esta atividade deve ser realizada em três etapas:

ETAPA 1: NOVOS PARADIGMAS DA HUMANIDADE

Leia o seguinte excerto da resenha feita pelo filósofo Rodrigo Petrônio sobre o livro Homo Deus: uma breve história do amanhã, de Yuval Noah Harari. Este livro está disponível para leitura na midiateca do EVA, caso você tenha interesse.

O ciclo do homo sapiens foi definido pela construção da eternidade por meio das narrativas religiosas. Em breve, uma inesperada aliança entre religião e tecnologia deve realizar o projeto de divinização do humano: o homo deus. A odisseia do homo sapiens até agora se baseou no combate contra três inimigos: a fome, a peste e a guerra. A nova revolução que nos conduz ao homo deus consiste na realização de outros três imperativos: a felicidade, a imortalidade e a divindade. Como se sabe, alguns teóricos têm definido a era atual como Antropoceno, à medida que o humano já teria produzido marcas na Terra que terão a duração de eras geológicas. Contudo, para Harari essa nova Era do Humano paradoxalmente vai testemunhar a extinção do sapiens. O devir das espécies, as mutações genéticas e a seleção artificial darão origem a novas espécies de hominídeos, como ocorreu há milhões de anos, por meio da seleção natural. As criações in vitro e o controle artificial da vida podem tornar a morte obsoleta. A imortalidade terrena deve se consumar com o corpo glorioso do homo deus. Harari chama essa busca de imortalidade de Projeto Gilgamesh.  O advento do homo deus é cada vez mais plausível graças à estrutura paradoxal do humanismo moderno. Para Harari, desde o século 18 o humanismo se apresenta como secular, mas no fundo é uma nova religião. Desde os primórdios, o humano narra seu embate com Deus e com deuses. A modernidade colocou o humano como protagonista solitário de um drama em um cosmos vazio. A morte de Deus e o eclipse dos deuses acabou por sacralizar o humano. A narrativa da modernidade engendrou três tipos de humanismos: o liberal, o socialista e o evolutivo.  Ao longo do século 20, o humanismo liberal derrotou os outros dois humanismos, o evolutivo-nazifascista e o socialista-coletivista. Mas é cedo para comemorar. O século 21 traz uma novidade: a ciência será responsável pela destruição do humanismo liberal. O liberalismo acredita em indivíduos. A ciência prova que somos seres divíduos ao infinito. Não existe uma unidade metafísica. A alma, o corpo, a mente, as células são infinitamente subdivisíveis em subsistemas fisioquímicos cada vez mais discretos. Mesmo divinizado, o homo deus está fadado a presenciar a morte do eu. A absoluta dissolução da individualidade.  Outro limiar que nos aguarda é o Grande Desacoplamento: a inteligência passa cada vez mais a se desprender da consciência. A vida inteligente não depende mais do corpo biológico. A resposta a esse desacoplamento pode vir por meio de uma restauração tecno-humanista. Ou por meio de uma nova revolução: a religião dos dados sem sujeito, conhecida como dataísmo. À medida que concebe os organismos como algoritmos, o dataísmo pode transpor as fronteiras entre orgânico e inorgânico, entre vida e não vida. Cria assim uma definição de vida que abrange todos os seres sencientes (sensíveis à dor) e não apenas seres conscientes ou inteligentes. Nesse cenário, o humano se dissolveria como poeira no oceano do cosmos e da consciência.

Explique o seriam os seguintes cenários futuros projetados para a humanidade por Harari (2,5 pontos):

1. O controle artificial da vida e a obsolescência da morte
2. A absoluta dissolução da individualidade
3. O desacoplamento da inteligência e da consciência

Resposta:

Harari acredita que devido aos progressos da humanidade no sentido da busca pela perpetuação e pela imortalidade, os seres humanos passarão a aceitar tecnologias hoje utilizadas em animais e plantas, a fim de manterem-se vivos, tornando-se como Deuses, o que faria com que a morte perdesse o seu significado, e portanto seria o fim de uma espécie de humanídios, o que daria origem a uma nova espécie, o Homo Deus. Harari baseando-se na ciência afirma que nós humanos somos seres divisíveis em uma proporção infinita. Argumenta não existir uma unidade como sugere a metafísica, mas afirma que o ser é infinitamente divisível e que, mesmo que o homem atinja o nível do sagrado, seja o próprio Deus, ele estará fadado a conhecer a morte do Eu. Pois não existe mais individualidade, e sim uma mentalidade grupal, divisível a qual domina a humanidade. Harari entende que em um cenário futuro a inteligência passará cada vez mais a se desprender da consciência, dando lugar a uma realidade onde a vida inteligente não depende mais do corpo biológico. Entende também que esse desacoplamento se estabelece na humanidade à medida que os algoritmos vão tomando conta da vida das pessoas. Pois essas deixam de pensar por si mesmas e aceitam que uma fonte externa forneça dados que lhes ajudem a determinar quem são e como viver.

ETAPA 2: EVIDÊNCIAS CONTEMPORÂNEAS PARA OS CENÁRIOS FUTUROS

Faça uma pesquisa em bancos de notícias ou outras fontes convenientes, a fim de encontrar fatos contemporâneos que sejam evidências da iminência dos três cenários futuros projetados por Harari (o controle artificial da vida e a obsolescência da morte; a absoluta dissolução da individualidade; e o desacoplamento da inteligência e da consciência). Relate os seus resultados aqui (2,5 pontos):