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O CONCEITO DE POSITIVIDADE

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Por:   •  21/11/2014  •  Projeto de pesquisa  •  1.496 Palavras (6 Páginas)  •  1.251 Visualizações

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1. CONCEITO DE POSITIVISMO:

O positivismo é uma linha teórica da sociologia, criada pelo francês Auguste Comte (1798-1857), que começou a atribuir fatores humanos nas explicações dos diversos assuntos, contrariando o primado da razão, da teologia e da metafísica. Segundo Henry Myers (1966), o "Positivismo é a visão de que o inquérito científico sério não deveria procurar causas últimas que derivem de alguma fonte externa, mas, sim, confinar-se ao estudo de relações existentes entre fatos que são diretamente acessíveis pela observação".

Em outras palavras, os positivistas abandonaram a busca pela explicação de fenômenos externos, como a criação do homem, por exemplo, para buscar explicar coisas mais práticas e presentes na vida do homem, como no caso das leis, das relações sociais e da ética.

Para Comte, o método positivista consiste na observação dos fenômenos, subordinando a imaginação à observação. O fundador da linha de pensamento sintetizou seu ideal em sete palavras: real, útil, certo, preciso, relativo, orgânico e simpático. Comte preocupou-se em tentar elaborar um sistema de valores adaptado com a realidade que o mundo vivia na época da Revolução Industrial, valorizando o ser humano, a paz e a concórdia universal.

Esta corrente de pensamento foi formulada na França por Augusto Comte, o termo identifica a filosofia que busca seus fundamentos na ciência e na organização técnica e industrial da sociedade moderna. O método científico é o único válido para se chegar ao conhecimento. Reflexões ou juízos que não podem ser comprovados pelo método científico, como os postulados da metafísica, não levam ao conhecimento e não tem valor.

2. CARACTERÍSTICAS GERAIS:

O objetivo do método positivo de investigação é a pesquisa das leis gerais que regem os fenômenos naturais. Assim, o positivismo diferencia-se do empirismo puro porque não reduz o conhecimento científico somente aos fatos observados. É na elaboração de leis gerais que reside o grande ideal das ciências. Com base nessas leis, o homem torna-se capaz de prever os fenômenos naturais, podendo agir sobre a realidade. Ver para prever é o lema da ciência positiva. O conhecimento científico torna-se, desse modo, um instrumento de transformação da realidade, de domínio do homem sobre a natureza. As transformações impulsionadas pelas ciências visam o progresso; este, porém, deve estar subordinado à ordem. Temos, então, um novo lema positivista aplicado à sociedade: ordem e progresso.

Na obra Discurso sobre o espírito positivo, Comte aponta as características fundamentais que distinguem o positivismo das demais filosofias:

Realidade – pesquisa de fatos concretos, acessíveis à nossa inteligência, deixando de lado a preocupação com mistérios impenetráveis, referentes às causas primeiras e últimas dos seres.;

Utilidade – busca de conhecimentos destinados ao aperfeiçoamento individual e coletivo do homem, desprezando as especulações ociosas, vazias e estéreis;

Certeza – obtenção de conhecimentos capazes de estabelecer a harmonia lógica na mente do próprio indivíduo e a comunhão em toda a espécie humana, abandonando as dúvidas indefinidas e os intermináveis debates metafísicos;

Precisão – estabelecimento de conhecimentos que se opõem ao vago, baseados em enunciados rigorosos, sem ambiguidades;

Organização – tendência a organizar, construir metodicamente, sistematizar o conhecimento humano;

Relatividade – aceitação de conhecimentos científicos relativos. Se não fosse relativos, não poderia ser admitida a continuidade de novas pesquisas, capazes de trazer teorias com teses opostas ao conhecimento estabelecido. Assim, a ciência positiva é relativa porque admite o aperfeiçoamento e a ampliação dos conhecimentos humanos.

3. LEI DOS TRÊS ESTADOS:

A lei dos três estados resume o pensamento de Comte sobre a evolução histórica e cultural da humanidade. Conforme escreveu em seu Curso de filosofia positiva, essa lei consiste em que cada uma de nossas concepções principais, cada ramo de nossos conhecimentos, passa sucessivamente por três estados históricos diferentes: estado teológico ou fictício, estado metafísico ou abstrato, estado científico ou positivo.

Vejamos como o próprio Comte caracteriza cada um desses três estados:

1) Estado teológico – o espírito humano, dirigindo essencialmente sua investigações para a natureza íntima dos seres, as causas primeiras e finais de todos os efeitos que o tocam, numa palavra, para os conhecimentos absolutos, apresenta os fenômenos como produzidos pela ação contínua e direta de agentes sobrenaturais mais ou menos numerosos, cuja intervenção arbitrária explica todas as anomalias aparentes do universo.

2) Estado metafísico – que no fundo nada mais é do que simples modificação geral do primeiro: os agentes sobrenaturais são substituídos por forças abstratas, verdadeiras entidades(abstrações personificadas) inerentes aos diversos seres do mundo, e concebidas como capazes de engendrar por elas próprias todos os fenômenos observados, cuja explicação consiste, então, em determinar para cada uma entidade correspondente.

3) Estágio positivo – o ser humano desiste de procurar as causas íntimas dos fenômenos para, através da observação e do método científico, estabelecer as leis gerais que os regem. O estado positivo, portanto, corresponde à maturidade do espírito humano que não é mais enganado por explicações vagas, uma vez que pode alcançar o real, o certo e o preciso.

4. A INFLUÊNCIA POSITIVISTA NO BRASIL

O Brasil foi o país do mundo onde a influência de Augusto Comte se fez mais sentir. Os apóstolos brasileiros que mais trabalharam no sentido de propagar o positivismo foram: Miguel Lemos, Raymundo Teixeira Mendes e Benjamin Constant.

Uma grande influência do positivismo de Comte em nosso país está em um dos nossos símbolos nacionais – é de Comte a ideia de “Ordem e Progresso”, que viria a fazer parte da bandeira do Brasil republicano.

Ordem e Progresso

“O amor por princípio e a ordem por base; o progresso por fim”.

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