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O Existencialismo e indústria cultural

Por:   •  7/3/2017  •  Dissertação  •  1.314 Palavras (6 Páginas)  •  227 Visualizações

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O existencialismo concebe o homem como sendo um projeto lançado no mundo, sendo assim não existe uma natureza humana, já que não há ninguém para criá-la. Como “a existência precede a essência” primeiro o homem está no mundo é só depois ele se constrói, fazendo isso através de suas escolhas.

Essas escolhas são responsáveis pela construção do futuro do homem já que essas são fruto daquilo que ele decide fazer de si mesmo. Este homem está condenado a ser livre já que o poder de escolher não pode ser passado para outro. Quando o homem escolhe, além de decidir o próprio caminho ele influência com essas escolhas a outros, pois ao fazer isso ele gera hábitos e cultura que podem ser seguidas por outros ao seu, sendo assim é ilusório pensar que as escolhas são individuais pois de certa forma elas atingem a humanidade produzindo assim efeitos bons ou ruins sobre ela em uma determinada época. Podemos então concluir que as escolhas são universais já que “escolhendo-me escolho a todos”. Quando o homem decide se eximir da escolha ele continua escolhendo pois quando não escolhe essa decisão traz consequências sobre ele e sobre os outros.

Como a total responsabilidade de sua construção está sobre o próprio homem a existência se torna pesada e difícil, isto porque como não existe um ser supremo para o ajudar a decidir, ele está só para fazer isso e ninguém além dele pode definir o seu futuro. Esse peso se torna ainda maior quando o homem percebe que estando só para escolher enxerga que além de escolher a si escolhe os outros, sendo assim as consequências dessas decisões atingirá além de si mesmo, gerando nele um profundo sentimento de angústia e desamparo. Porém esses sentimentos não podem ser usados como desculpa para o quietismo do homem, já que os mesmos podem ser o combustível para a tomada de uma decisão sendo isso apenas uma questão de escolha por parte do mesmo pois só ele pode decidir se engajar para mudar a realidade construída por ele mesmo.

Quando o homem não faz o devido engajamento para conseguir aquilo que precisa ele se torna um covarde, já que decide não fazer o que deve ser feito para se chegar aquilo que o mesmo quer, e que por uma escolha própria decidiu não fazer o necessário para se chegar a essa realização.

Esse indivíduo cheio de angústias e desamparado está inserido em um sistema que não o percebe como ser que existe, mas sim como um mero consumidor que é livre para consumir. A indústria cultural é a principal produtora dessa cultura que procura massificar o indivíduo, já que não considera o sujeito em suas individualidades e diferenças.

Através de métodos de reprodução essa indústria padroniza as necessidades do indivíduo produzindo produtos estandardizados. O sistema no qual essa técnica está inserido é regido pelo poder, de carácter repressivo, das classes que detém o poder econômico. Pode-se então dizer que a racionalidade técnica trabalha a favor dessa dominação, onde a sociedade ao reproduzi-la se auto-aliena. Nesse contexto capitalista a técnica adquire função estritamente econômica já que trabalhando para a dominação trabalha para a manutenção econômica das classes dominantes. Essas necessidades, adaptadas pela indústria cultural, que talvez pudesse fugir ao controle central já está reprimida pelo controle da consciência individual sendo assim os indivíduos se encontram sob o total poder daqueles que dominam a técnica.

As relações de poder definem um consumidor que não é mais considerado em suas individualidades, mas sim que deve conter características semelhantes a massa para facilitar o trabalho dos chefes executivos que precisam fazer pesquisas para produzir produtos que causaram efeitos de dependência em seus consumidores.

Toda a humanidade é obrigada a passar pelo crivo da indústria cultural, já que ela define o conceito de consumidor o fazendo consumir segundo as classificações impostas por essa indústria, para que ele possa se sentir parte da sociedade regida por ela. Esses produtos levam os indivíduos “a atrofia da imaginação e da espontaneidade” já que são produzidos de modo que à absorção não exija uma percepção crítica e sim uma rapidez no ver entender de modo superficial o que está sendo passado, vetando assim a atividade mental do sujeito que está consumindo. Um exemplo disso são os filmes que levam o indivíduo a automatização do pensamento. O lazer da sociedade contemporânea também se tornou estandardizado e alienador já que são sempre os mesmos modelos e imagens que são passadas para todos consumir de forma comum. Sendo assim percebemos que não é só o trabalho que massifica o homem, já que tudo que é produzido por essa indústria leva a uma padronização do comportamento coletivo.

O consumo de livros, roupas, a alimentação, e até onde se mora foi produzido em série. Todos estão inseridos nessa

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