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O MITO DA CAVERNA PRESENTE NA OBRA A REPÚBLICA

Por:   •  13/5/2018  •  Trabalho acadêmico  •  1.371 Palavras (6 Páginas)  •  276 Visualizações

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QUESTÕES QUE TRATAM ONTOLOGIA EM PLATÃO E ARISTÓTELES

Ellen Fernanda Santos [1]

INTRODUÇÃO

                Tal texto tem por objetivo refletir, de forma bem sucinta, sobre pontos de vistas a questões de ontologia em Platão e Aristóteles. Para tanto, tem-se por objetivo geral refletir sobre as concepções ontológicas, relacionadas a: 1) O mito da caverna presente no Livro VII da República de Platão, 2) elementos presentes no mito sob a perspectiva ontológica? 3) Concepção de ser na obra metafisica de Aristóteles 4) As quatro causas Aristotélicas.

1 O MITO DA CAVERNA PRESENTE NA OBRA A REPÚBLICA:

 A alegoria feita por Platão, para explicar o mito da caverna é uma narrativa a qual há prisioneiros, que já nascem presos, os quais desde a infância estão acorrentados no interior de uma caverna, comtemplando imagens que são projetadas no interior da caverna com o auxílio de uma fogueira, as imagens que são projetadas no interior da caverna, é uma reprodução daquilo que está acontecendo lá fora, tudo é reproduzido no interior da caverna, e os prisioneiros não sabem o que realmente está ocorrendo, porque estão de costas para a porta dessa caverna. No entanto, um prisioneiro se liberta das ‘’algemas’’  e correntes e em meio a obstáculos como a muralha que ele deve escalar e ao muro de indivíduos que o tentam impedir de passar, ele vence e chega a porta que dá acesso ao fim da caverna, quando sai ele enxerga a luz do dia, o que ofusca sua visão, por estar muito tempo na escuridão, mas que com o tempo ele começa a enxergar o verdadeiro mundo fora da caverna, enxergando a verdadeira realidade,  e percebeu que aquela realidade que ele enxergava na caverna, era tudo representação do que estava acontecendo lá fora, e então o ex-prisioneiro volta e passa por todos os obstáculos novamente para retornar a caverna e contar aos seus companheiros de cativeiro o que viu, e ao dizer-lhes que as formas na parede eram sombras, projeções imperfeitas de um mundo real e belo, e que quando enfim estivessem libertos poderiam ver o que lhes dizia com os próprios olhos! Todavia, julgaram-no louco e o mataram.

2) ELEMENTOS PRESENTES NO MITO, SOB PERSPECTIVA ONTOLOGICA:

Para Platão o universal ou a essência de cada coisa tem ilimitados exemplares particulares, mas ela mesma é uma só em sua perfeição. Para ele, cada ‘particular’ participa de um conceito que lhe é maior, de uma ideia que lhe abrange, um ‘universal’. Assim sendo, o exemplar particular não esgota todo o sentido (toda a possibilidade) da ideia universal de si mesmo da qual precisamente porque participa é que é dela um exemplar, um existente. O particular é apenas um exemplo determinado. Ex: a maçã é uma dentre as possíveis maçãs. Nesse sentido, o universal significa precisamente uma ideia geral, um conceito, uma forma pura, ou seja, é a essência da coisa mesma em questão. A Essência aquela que não muda. Para o filósofo, a essência das coisas é eterna, enquanto que as coisas, estando em devir, são corruptíveis, deixam de existir.

O Mundo fora da caverna seria como a realidade do mundo essencial, o mundo perfeito, suprassensível, o famoso mundo das ideias, onde existe as formas puras.  As sombras que são projetadas na caverna seriam o mundo sensível (doxa), uma cópia imperfeita de um mundo perfeito, o mundo da opinião, dos sentidos. E esse mundo sensível por mais que seja real, é apenas produto de uma fonte, de um modelo, que lhe é externo, é uma realidade que adquirimos através de sentidos, e meras opiniões. As algemas simbolizam os dados fornecidos pelos sentidos através do mundo que é a caverna, a caverna vai fornecendo elementos que nos aprisiona.

Os prisioneiros na caverna são como nós no mundo sensível, uma representação de que a nossa realidade é projetada com as sombras de uma verdade superior (o mundo inteligível). O movimento inteligível só é atingido com os obstáculos para a subida para fora da caverna, em direção à luz que representa o processo dialético, o primeiro obstáculo para a saída da caverna e assim do mundo das opiniões (doxa).

Ex: A maçã, quando estamos presos aos sentidos, não conhecemos a maçã como ela verdadeiramente é, só passamos a conhecer a maçã como verdadeiramente ela é, a ‘’maçacidade’’ da maçã a partir do momento que nos libertamos dos sentidos.

3) CONCEPÇÃO DE SER NA OBRA METAFÍSICA, E O CONCEITO DE SER QUANTO A ATO E POTÊNCIA:

     Na sua obra metafísica Aristóteles, buscou investigar ‘’o ser quanto ser’’. Nesse sentido, as características das coisas apenas nos mostram como as coisas estão, mas não definem ou determinam o que elas são. É preciso investigar as condições que fazem as coisas existirem, aquilo que determina “o que” elas são e aquilo que determina “como” são. Tal discussão começou com Heráclito e Parmênides, e dessa forma ele tenta conciliar as teorias distintas desses dois filósofos determinando que tudo é resultado de ato e potência, para ele tudo contém em si ato e potência, ou seja causa e efeito. Ato, são as coisas como ela se apresenta, neste exato momento, o ser atual. Potência são determinações dentro da própria ‘’coisa’’, que pode vir a ser, portanto, o devir de Heráclito, o futuro que poderá ser, mas que ainda não é.  Exemplo: Uma semente (ato), germinada pode se tornar uma árvore (potência), ou seja, a semente é em potência a árvore. A semente em ato, ou seja, aquilo que já é, é uma semente. Mas em potência, isto é, ela se colocada numa terra boa e ter todas as condições suficientes para se desenvolver, pode tornar-se uma árvore. A passagem do ato para a potência se denomina causa.

A árvore em ato continua uma árvore, mas ela pode tornar-se com ajuda de fatores externo, do homem, por exemplo, um lápis, uma mesa, uma casa, ou ainda pode dar flores e frutos. A forma ou o formato mudou, mas a matéria não mudou. 

4) AS QUATRO CAUSAS ARISTÓTELICAS:

Nesse contexto o filósofo explica a existência de quatro causas fundamentais que também são condições necessárias para que as coisas existam. As causas são: material, formal, eficiente e final. A causa material é a matéria da qual é feita a essência das coisas. A causa formal diz respeito à forma da essência, a forma em que a ‘’coisa’’ é identificada. A causa eficiente é aquela que explica como a matéria recebeu determinada forma. A causa final é aquela que determina a finalidade das coisas existirem e serem como são. Para ele tudo deve cumprir a sua finalidade.

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